quarta-feira, 13 de maio de 2009

Porra, o cara ta comendo o cu da moça

Sim, dia de feijoada. E tem feijuca na geladeira, portanto, nem preciso sair de casa batendo lata atrás do meu vício, fustigando restaurantes como bocas de fumo, atrás da substancia que me faz feliz, que me seduz: Feijoada!


Dex me liga pra almoçarmos juntos e digo que nada vai me impedir de comer a feijuca da geladeira. Ela decide continuar pela rua e eu vou pro trono. Olha aí, a cagada: Lula batendo bola com Ronaldo na capa do Estadão. Justamente em véspera de jogo decisivo com os Bambis do Rio. Ai minha Nossa Senhora do Bom Parto: apartai este presidente uruquento do meu time! Porra! O jogo vai passar na TV aberta. É assim, gente. O São Paulo poderia estar decidindo a Taça da Via Láctea. A porcada teve até que jogar na terça, e só no Sportv. E o Timão é sempre a principal atração das Tvs abertas. Chupa! 

E Ronaldo parece que vai ser garoto propaganda do SBT. É, o Banco Panamericano, do SS, tá patrocinando a manga ou o calção dele, não sei. E a tendência é que ele apareça na telinha do SBT, fazendo algum anúncio do grupo, quem sabe a Telesena. A Globo não ta gostando nada disso e já deve ter mandado cortar participações do Fenômeno por lá. Quer saber? Foda-se Globo. Vcs não mandam neste país. Quer dizer, mandam um pouco. Mas na Fiel vcs não mandam. Caguei, caguei, limpei, limpei, chuveiro e Internet. Terminei.

Deu fome. Feijuca aí vou eu!

Dex chega de supresa com a Vovó e mais feijoada. Oba, nunca é demais. Vamos misturar as duas. E desce mais.

Acabei de comer e Dex quer me dar um workshop de como molhar as plantas na sua ausência. Eu pergunto: mereço passar por isso? Digam vcs? eu mereço? Mereço. Vamos ver. Estes vasos são assim. Aqueles são assado. A planta tal é dia sim, a planta outra é dia não. De noite é melhor. Cuidado pra não jogar muita água nesta. Deu.

To vendo as defesas do Marcão ontem contra o Sport. Hum, já vi ele pegar coisas mais difíceis. Agora, três pênaltis no mesmo jogo, vai se foder. Eta diazinho besta. Vou pra Band. Como sou terceirizado tanto na Band como no SBT, hoje preciso mandar as notas fiscais da minha empresa, a Distraídos Venceremos Comercial Limitada. A do SBT vai via email e a do Sex Prive eu entrego em mãos, quando chegar. Tô nervoso com o jogo de hoje. Porra. Bem, quando é que o Timão joga que eu não fico nervoso?

Ok, tamo na Band. Pauta do encontro de swingers de BH, que rola sexta e sábado. Vão o Fernando e o Luciano "Patrícia". Estas porras destes eventos de putaria... Eu disse putaria. Eu disse pu-ta-ria! Então, nestes eventos de putaria os caras não se preocupam em fazer uma porra dum release decente. Aí fica complicado escrever a merda da pauta, que é o motivo de eu estar aqui no Sex Privê, buceta!

Pesquisando, descobrimos que lá vai ter um casal de swingers lançando um livro que conta suas peripécias. Teremos tb a Leila Lopes como apresentadora e mestre de cerimônias. Tb a Cléo Cadilac, afilhada da Rita. Tem a Julia "delicia" Paes. Tem um grupo musical (?) chamado Funkfest, com tem a Proibida do Funk, a Mercenária do Funk, a Loira da Galera e a Ninja do Funk. Ou seja, bucetaiada a rodo. E como eu sou um cara sério e casado, estarei quietinho em Sampa, durante as férias da minha esposa.

Ces't fini!

Porra, um contratante de Bauru chamado Clod me ligou no fone do Sex Prive e os caras estão me zuando que é o espírito do Clodovil. Ta uma viadagem do caraio neste canal pornô. Depois que a Soninha saiu, só ficou macho. E muito macho junto, não dá certo.

Num to fazendo nada. Nada. Podia ir embora, mas vou pegar um trânsito do cão. Então, fico aqui, escrevendo linhas e linhas de nada. Já fiz o que precisava fazer pelo resto da semana aqui no Sex Prive. Que tal uma bronha? Hum. Não, não to a fim! Tem um casal metendo nas telinhas aqui atrás, mas nada de mais. Deu a hora da troca de Operadores de Máster e o que deve sair agora ás sete ta ali na porta, espreitando a chegada do cara que vai rendê-lo. O cara não chega. Aí a coisa fica assim: o que está aqui não pode ir embora enquanto o outro não chegar. O Luciano e o Fernando foram fumar. Marcelinho ainda não chegou. E eu to é a fim de ir pro bar. Ai, ai, ai. Será?

Porra, o cara ta comendo o cu da moça e é uma morena de respeito. Quer dizer, pra estar fazendo isso na frente das câmeras não pode ser de respeito. Mas é uma morena de presença, de responsa, de parar o trânsito. Sacou? Melhorou? Hum. Que é que eu faço, caralho? Se for pro bar tem que ser agora, pois quero estar em casa na hora do jogo. Se não for, tenho que inventar algo pra fazer. Punheta não!

Continuo aqui. O máster da noite trocou de horário com o da madruga. Chegou a gang toda. Eles estão vendo imagens da matéria das coelhinhas que foi gravada ontem. Tão babando no strip da tequileira. Parece que uma das moças ta sem calcinha e eles ficam tentando ver um filete da buceta dela. Enquanto isso, na sala ao lado, no ar pelo Sex Prive, a putaria come solta e explícita. Mas os caras preferem ficar tentando ver a xoxota da striper do que ver a buceta arreganhada da atriz. O proibido, o escondido sempre atrai mais, né? O ser humano é um animal misterioso.
E fui embora, caralho. Timão, eh, oh!

Cheguei em casa e a família ta toda lá. Vovó já estava e continuou. Meus sogros, Rodragg e Bio e o Bafo. Pandemônio. Ótimo. Quanto mais movimento melhor. Informo a todos, acima de 30 e abaixo de 5 anos de idade, que ás nove e meia começarei a ver a transmissão do jogo do Timão e quem não tem papinho de novela, de Caminho das Índias é o caralho. Minha sogra faz menção de protestar dizendo que o futebol começa quando a novela acaba.

- Como já disse, nove e meia da noite começo a ver a transmissão do jogo - informo a crianças e idosos, sem choro e nem vela.

Comida, comida mesmo, não tem. Véspera de viagem e Dex deu um perdido. Tem pão, frios, e vamonóis. O Bafo parece que ta ensaiando pra falar o meu nome.

- Pa...Pa...Paio – ele murmura.

Ta ótimo. Mando uns sandubas pra dentro. Abro uma breja e sujo pra ver o jogo. Esqueceram a Vovó sozinha no andar de cima. E como ela tem caído muito ultimamente, não se arrisca a descer a escada só. Eu ajudo a resgatá-la. Sento-me no meu canto do sofá que dá sorte. Ponho na Band. Coloco meu chapéu de vaca ao lado da TV, tudo que deu certo contra o Atlético Paranaense. André ta a caminho com mais uma brejas, que meu estoque ta meio limitado.

Opa, meu sogro e meu cunhado, porcos de DNA, sentam-se ao meu lado e parece que vão assistir ao jogo comigo. Porra, porcada por perto nunca é bom sinal, ainda que eles sejam porcos hiper de boa. Mas não sei não. Cadê o André pra equilibrar, caralho?

Bola rolando. Tamos quase completos, apesar de uma epidemia de gripe que assolou o Parque São Jorge esta semana. Estamos sentindo a falta mesmo é do capitão William. Mas o menino Diego vai dar conta do recado. Jogo meio amarrado, mas estamos tomando a iniciativa e indo pra cima. Respeito muito o Parreira e o time deles tem alguns bons jogadores, sem falar no Fred, que é artilheiro. Mas goleador por goleador, a gente tem o gordo. E o gordo é de fuder!

No exato momento em que André chega, algo começa a acontecer. Bola lançada pelo Cristian pro Dentinho atrás da zaga dos bambis do Rio. O bandeira não deu nada. A defesa tricolor parou pedindo impedimento. Dentinho invadiu a área em diagonal pela esquerda. Geralmente estes chutes ou saem em cima do goleiro ou vão pro espaço. Chute seco. No canto. A rede balança. A fiel explode. É um a zero. É um a zero pro time do povo. Pro coringão. Sem me importar com a presença dos sogros, da vovó ou da criança, solto meu arsenal de palavrões e berros em louvor do meu time querido:

- Caralho, ca-ra-lho, gol, porra, gol do Timão, porra, gol puta que pariu, caralho, chupa bambizada do Rio. É nóis, caralho. Corinthians!

O Timão segue criando muito no primeiro tempo. No segundo os caras tb criam e Felipe pega pelos menos duas cara a cara. A gente tb mandou bola na trave e o tal do Fernando Henrique pegou pelo menos umas duas do gordo que não é comum não terminarem nas redes. Se entrasse tudo (uau!), o jogo seria sete a quatro ou a três. Mas ficou no uma zero e agora temos o empate a nossa favor no jogo de volta do Maracanã. Importante vencer sem tomar gol. Temos time pra vencer lá tb. Os caras tb têm. Jogo equilibrado, porra.

Na platéia estavam Luisão, Romário e Branco. A exceção do Luisão, que é nosso, os outros dois estavam torcendo pro Flu, claro. Então, sem respeito nenhum, chupa cariocada. Aqui em Sampa quem manda somos nós. Lá no Rio é que a gente vai ver. Mas to feliz. Mano completou cem jogos no comando do time e a gente segue com equilíbrio e raça. O meu querido Mengão só empatou com o Inter de POA e vai decidir lá no sul com vantagem do empate pros gaúchos. E o Inter ta com um belo time. Vai ser foda. Surpreso mesmo eu fiquei com o Vasco que meteu quatro a zero no Vitória em São Januário. No jogo de volta em Salvador, o bacalhau pode perder até de três que segue pras semifinais. E, caso a gente passe pelo Flu, pode jogar com a gente por uma vaga na final. Ta emocionante, mas só termina semana que vem. Com muito sofrimento, óbvio!

Tamos tomando mais algumas brejas, eu, Rodragg e André. Dex foi dormir, inebriada com a viagem. Meus sogros, vóvis, Bio e Bafo se foram durante a partida. Abro uma das duas que recebi pela Internet, uma Libertadora, feita numa micro-cervejaria gaúcha chamada Annerbier. É uma Imperial Red Ale, diz o encarte que acompanha a bebida, com notas de álcool e Lúpulo bem intensas. É turva, levemente frutada. Eu gosto, porque entre outras coisas, tem personalidade e não tem "cereais não maltados".

Mesmo sorvendo esta delícia, os dois se mandam. Dou uma geral no furduncio que ficou a casa. Coloco tudo em sacos de luxo e ponho pra fora. Limpo a mesa. Aproveito e recolho o lixo dos banheiros. Tudo acondicionado. Tudo á espera do lixeiro. Simbora dormir, que amanhã tenho que despachar, digo embarcar, digo levar minha esposa ao aeroporto. Dezoito dias pra ela curtir com o pai Turquia, Grécia e Egito. Dezoito dias preu curtir sozinho minha cidade poluída, neurótica, violenta, cara, estressante e completamente apaixonante, especialmente de noite. 

Boemia, amanhã me terás de regresso.