segunda-feira, 8 de junho de 2009

A mocinha que toca country pelada não confirmou se faz ou não a gravação.

Acordo por volta das oito da matina. O busão ta entrando em Sampa. Engarrafamentos á vista. Cochilo. Acordo de novo e tamos na Gabaju. Equipamento sendo descarregado. Preciso cagar. To cagando. To feliz. Eu, Banas e Tuca tamos num táxi, sentido nossas casas. Banas ficou. Eu fiquei. Tuca segue pra casa dele. São nove e quarenta. Preciso desfazer as malas, pendurar as coisas, tomar banho e ir pro SBT. Que vontade de ficar em casa. Porra! Vida dura. A casa ta em ordem. Dex deu uma ajeitada antes de se mandar com os pais pro interior.

Beleza. Malas desfeitas. Mais merda. Lendo o jornal de sábado e de domingo. Chuveiro. Bronha deliciosa. Dez e meia. Indo pro SBT. Porra, bem que poderia acontecer alguma coisa pra me livrar do trampo. Mas o quê? Terremoto? Inundação? Tufão? Vulcão? Nada disso. Encosto o carro e to subindo as escadas. Toca meu celular. Ligação retida, ou seja, sem identificar quem liga. É alguém me chamando pra trabalhar. Só pode ser. Fê ta com voz péssima do outro lado. Uma amiga nossa do SBT morreu. Sandra Conte. Como? Quando? Fim de semana, em casa, sozinha. Ataque cardíaco. Cinqüenta anos. Porra, já trabalhei junto com a Sandra na Casa dos Artistas 4. De vez em quando cruzava ela aqui no SBT, no corredor. Ela estava na última festa da tapadeira, duas semanas atrás. Sempre gentil e sorridente. Pena. Fê vai ao velório. O enterro é uma da tarde. Eu vou tb. André, editor, nos dá carona.

Cemitério da Lapa. Porra. Caraio. A morte de novo. Olha a Sandrinha lá, imóvel. Puta que pariu. Cinqüenta anos parece ser idade de uma velha, mas ela é uma menina. É uma de nós. Eu to com quarenta e três. Ela não parece muito mais velha que eu. Porra. Ta uma puta galera da TV. Todo mundo chorando, chocado, emocionados mesmo. Abraço quem reconheço. Tristeza grande. Acho que uma das últimas vezes que a vi com vida foi antes das minhas férias. No corredor.

- Oi San, tudo bem?

Beijos e cumprimentos. Ela tava fazendo o "Dez anos mais jovem". Porra. Caralho. Triste. O cortejo sai no horário. Muitos amigos sob o sol. Ela tem uma filha de vinte anos. Segundo me contam, foi um enfarto fulminante. Não teria sofrido. Quem pode saber. Resta rezar.
De volta ao SBT, pra cuidar da vida. Almoço. De volta á minha mesa. To entrincheirado. Quase três da tarde. Eu queria algo pra me afastar do trabalho, tai: um enterro. Porra, não era nada disso que eu queria. Vou pra Band. Tenho que ser rápido. To no rodízio.

Band. Internet caiu. Ligo pro Miranda pra ver se a gente marca uma conversa sobre nosso novo cd. Ele diz que estará no SBT na sexta e que a gente combina de se encontrar semana que vem. Ok.

Internet fora do ar. Pautas da semana em suspense. A mocinha que toca country pelada não confirmou se faz ou não a gravação. E não sei se temos tempo hábil pra arrumar equipe de externa pra amnhã. Internet fora do ar. E eu faço o quê sem computador, meu Deus?
Eu vou é embora pra casa. Fazer um miojão, comer e dormir, que to morto. Dia difícil, isso sim. Lamentável a morte da Sandrinha. Fica com Deus, amiga. Beijos.

A Internet voltou, finalizei umas coisas e sartei mesmo. Transito curiosamente livre. I'm home. Dou um look na geladeira pra definir no rango. Uma olhadinha rápida no canal pornô pra ver se tem algo acontecendo. Quando estou de ressaca como hoje, a rola teima em ficar dura a todo momento. Hum. Mocinhas se lambendo. Beijos nos pezinhos. Mariquinha, maricota...

A casa tá vazia. A geladeira não. Olha só, tem um macarrão deixado pela Dex. Pedaço de pizza tb. Tudo pro micro ondas. Enquanto isso coloco duas salsichas pra ferver. Este é o menu de hoje á noite. Ligo pra Dex e nada dela atender. Onde andará? Se é comigo já tomo uma enrabada.
Comida pronta. Prerarar. Engarfar. Dentro. Lá se foi.

Pijama. TV. Nada que preste. Fone toca. Dex ligando. Tava jantando com os pais, diz ela. Por isso não me atendeu. Ficou surpresa por eu estar em casa. Beijos com amor.

Sofá. Nunca passa uma porra dum filme que preste, caralho. Olha aí, vou encarar "Como se fosse a primeira vez" pela milésima vez. Nunca vi desde o começo. O Adam Sandler tem problema com seu barco. Ah, é assim que ele conhece a Drew Barrymore. No bar. Ela tem um sorriso lindo. Apaixonante. Daqui pra diante eu conheço decor e salteado. Porra, tô prestando atenção na trilha sonora, com clássicos dos anos oitenta com roupagem mais reggae. Claro, a parada se passa no Havai, natural que ele dessem esta linguagem tropical. Olha sá esta versão de "Slave To Love". Eu não sou muito chegado em reggae, mas esta versão tá legal. E tem mais! Tem "Friday i'm in love" (The Cure), "Lips Like Sugar" (Echo & The Bunnymen), "Drive" (Cars) e até "Over The rainbow" (do Mágico de Oz) todas em versões mais swingadas, reggeadas. Cool. E Beach Boys, "Wouldn't it be nice", original. Quer saber: vou procurar estas versões no Dreamule.

Desço pra comer um pedaço de chocolate. Tá baixando rapindinho. Esta versão com um som de charango/banjo (sei lá) de "Over the rainbow" é demais. O cara que canta Slave to Love é um tal de Elan. Cool. Tá tarde. Tô fechando os olhos. Luzes apagadas. Portas trancadas. Brigado pelo dia, Jesus. Que seja uma boa noite. É nois!