quinta-feira, 11 de junho de 2009

Passo a mão na bunda dela, mas ela foge.

Toca o telefone. É a Dex. Tá chegando. Pede preu pega-la na casa da sogra. Três da tarde. E agora? Durmo mais um pouco. Tenho reunião com a banda quatro e meia na casa do Tuca. Preciso pegar a Dex umas quatro. Logo, preciso ir pro banho umas três e meia. Porra. Tomei banho antes de deitar quando cheguei da rua. Não vou tomar outro banho caraio nenhum.
Cagar não tem jeito. Com Estadão, claro. Não presto atenção em notícia nenhuma. Escovo os dentes. Lavo a cara. Pente no cabelo. Casa da sogra. Dex me recebe toda de preto e dou-lhe um agarrão. Meu pau está duro. Passo a mão na bunda dela, mas ela foge. Tudo isso na frente do portão da casa. Pego a mão dela e deixo que ela sinta o quanto estou "saudoso".

Ela foge pra dentro. Vou atrás.

- Oi, dona Livia.

Ela está fritando lingüiça, fazendo arroz e servindo batatas fritas. Eu queria comer outra coisa.

A gente almoça. Por mais simples que seja, a comida está deliciosa, notadamente a lingüiça. Área. Deixo Dex em casa. Reunião no Tuca. Chego e nem Banas e nem Cavalo estão presentes. Tuca tá adiantando um churrasco. Dex me intimou a não demorar. Tuca me oferece cerveja, mas vou de Coca normal. Ele começa a servir uns petiscos de lingüiça. Ainda que tenha acabado de almoçar, vou beliscando. Cavalo traz Banas. Cumprimento os dois e não há sinal daquele mal estar de depois do show do Aurora entre mim e meu compadre equino. Ótimo. Fica o dito pelo não dito.
Falamos de merdas variadas. Começa a reunião pra valer com Tuca servindo lombo de porco. Caraio. Me dá vontade de cagar. Banheiro. Cago fino. Volto. Falamos de grana, de contas a serem pagas, de planejamento do novo show, do palco, pano de fundo. A grana do show da Virada Cultural entrou. Um mês depois. Juntamos com o que foi arrecadado no Aurora. No todo dá uma graninha boa. Banas vai depositar pra mim na sexta. Vou cagar de novo. Mais fino ainda. Volto.
Enquanto Banas fala (e ele fala pra caralho) eu pego o baralho que está em cima da mesa e separo os naipes. Depois, coloco na ordem, de ás a ás. Parece que tá tudo resolvido. Cavalo quer fazer o disco novo num sistema de cooperativa entre ele, eu e Tuca. Ele faz a produção executiva. Ok.

Dex me liga perguntando se a reunião tá no fim. Está. À saída uma discussão mais pesada entre eu e Banas que sempre dificulta qualquer coisa que tento fazer fora das VV. Seja participação em shows de outros artístas, sejam projetos paralelos meus. Me sinto acorrentado. E não gosto disso. Vou embora bem puto. Ele tenta me dizer o quanto as Velhas Virgens são importantes. Tenho 23 anos de banda e tatuagens dos ícones dela pela corpo. Fundei esta porra. Não preciso ouvir isso e nem provar o quanto a banda me importa.

Casa. Dex nota que tô irritado e explico pra ela mais ou menos o que rolou. A gente meio que começa a se esfregar. Tiro suas meias e começo a chupar seus pés. Ela tem pés deliciosos. Já nem lembro da briga com o Banas. Queria poder mastigar estes pézinhos.

Ela inventa que temos que sair pra comemorar o dia dos namorados antecipadamente, pois na sexta á noite estarei fora de São Paulo tocando em Mogi Guaçu. Vamos subir a serra, comer vinho e beber fondue. Nossa casa fica no pé da serra e é até bem perto. Faz tempo que nãofaço este caminho pra perto das nuvens. É íngreme. Vou em segunda. Neblina. Pista estreita. Todo cuidado é pouco. Na verdade, eu tava mais a fim de ficar em casa e comer minha mulher. Mas ela tem lá sua parcela de razão em relação ao dia dos namorados.

Passa o portal da PM que indica que estamos agora em Mairiporã. Se formos pra direita, nosso destino é a cidade interiorana. Indo pra esquerda, que é o que fazemos, sei lá onde vai dar. Tem um monte de carros nesta estrada. Ela é ainda mais estreita e mal sinalizada que a da subida. E neblina. Vamos em combio. Chegamos a um larguinho onde tem alguns restaurantes tipo chalé. Dex desce pra reservar lugar e eu vou parar o carro. Tá frio. Não vamos no primeiro bar. Vamos no segundo. Empório da serra. Dex tá ao lado do vidro que permite um visual bem legal da própria serra e, lá ao fundo, de São Paulo. São vários pontos brilhantes no horizonte. Bonito. Vinho. Qual? O Miolo é quarenta e dois. O francês é quarenta e cinco. Francês! Fondue de queijo. Setenta e cinco paus. Caralho. Eles estão cobrando a vista tb. Puta merda. Água mineral pra beber junto com o vinho. Romantismo da serra no ar. Tá valendo. Pergunto a Dex o que ela vê de bom em estar casada comigo. Ela faz elogios legais que vão do fato de eu ser leal, engraçado, confiável de apoia-la até que posso me tornar um bom pai.

De repente tudo muda. Tava tudo ótimo mas, não mais que de repente, ela parece ter ficado desconfortável em ter feito tantos elogios e começa a lembrar merdas do passado até criar uma briga absolutamente desnecessária. O fondue engrossou. Ela pede que o garçom (que mais parece um pica-pau) faça algo. Ele leva o fondue. Estou prostrado na cadeira. Açoitado pelas reclamações baseadas no passado. Ela pergunta se vou ficar com aquela cara. O vinho é bom. Tinto e sêco. O fondue volta. Do mesmo jeito. O Pão acabou. Dex quer mais, mas não quer pagar uma porção extra. O pica-pau traz mais pão sem cobrar. Ela segue dando trato no fondue. Bebo vinho. Bebo água. Digo pra ela que to cansado de levar enrabada. Tava tudo tão legal, como chegamos áquilo? Digo que ela passou dos elogios pro ataque sem motivos e me deixou desconcertado. Ela é dura na queda numa discussão. Acabou o vinho e tb o fondue. Quero ir embora, sim. Ela sai pra fumar. Antes tenta dividir a conta comigo. Enfia no cu. Eu disse que ia pagar e vou pagar esta porra. Caralho.

Pago no caixa. Um sujeito está na minha frente e pede referencias pra ir embora. O caixa explica que é só subir reto e se quiser ir para São Paulo passar sob o portal da polícia. Se quiser ir para Mairiporã basta virar á esquerda. Difícil? O cara não entende. Depois de dez ou doze milhões de repetições o cara parece compreender e sai. Devia sair trotando, cavalgadura. Burro.

Paguei. Pedi nota fiscal. Dex tá ali fora. Tremendo de frio e fumando. Saio e a abraço longamente. Ela diz que me ama. Peço que, então, pare de comer meu rabo. Ela mudou o tom. Parece estar meio bêbada. Fala enrolado. Se enrola em meu pescoço. Me beija gostoso. Mulher é o bicho mais imprevisível e demente que já existiu. Filha duma puta. Fez um inferno da minha vida e agora me dá uns agarros pensando que vai ficar tudo bem. E quer saber? Vai ficar tudo bem.

Desço com atenção. A neblina tá mais intensa. A volta é sempre mais rápida. Casa. Tamos nos esfregando na cama. Eu amo esta garota. Eu realmente amo esta garota.