terça-feira, 9 de junho de 2009

Pau no cu de quem? No meu, porra!

Heim? Hum. Sol? Quarto? Frio? Dez pras oito? A porra do despertador vai tocar. Acesso a garrafa d'água que jaz ao lado da cama. Oito minutos. Um peidinho. To solo nesta camona novamente. Uma punhetinha? Vamos ver. Olha aí, seis pra oito. Vai tocar esta porra. Travesseiro na cara. Mais uns minutinhos de paz. Hum. Quanto tempo será que já passou? O quê? São oito horas? Como, como? Seis minutos desapareceram no ar. Porra. Olha a merda do despertador tocando. Já vou, buceta!

Destranco a fechadura. Caralho, peguei esta mania de dormir trancado da Dex. Acendo as luzes da escada e do banheiro. Tô na porta, pegando o jornal. Aquele vento frio na barriga, no vão da camisa com a calça do pijama. Porra. E a merda da roupa do show, jogada no chão da lavanderia? Jogo tudo na máquina. Pretas, brancas, coloridas. Tudo junto. Bate aí, machine. Vou cagar.
Porra, acharam um ninho de destroços e corpos no meio do Atlântico. Ta no Estadão, porra. Ronaldo vai treinar pra emagrecer. Vê se joga da próxima vez que com o Vasco foi uma cagada. Que mais?

Nada. Chuveiro. Bendita seja a água quente! Porra! To com vontade de falar um palavrão por segundo hoje, caralho! Buceta. Pica dura e mole. Vai se fuder mundo da minha pica. Ok. Concentração pra bronha. É noise. Quem? Eu e meu pau. Meu único parceiro. Mau mano, meu bro. Minha boa e velha pica. Meu caralho. É noise, rola querida!

Ok. Desço e penduro a roupa lavada. Coloco os lençóis na máquina e deixo batendo. Quando voltar, á noite, eu estendo. Ainda tem duas máquinas de roupa pra providenciar fora esta dos lençóis: a das tolhas pretas e das toalhas verdes. Caralho. Buceta peluda!

To trocado. A máquina ta batendo. Coloquei minha camiseta "Helsing". Gosto dela. Tem uma cruz vermelha grande nas costas. E aí? Pego o baixolão do Tuca que ta no sofá ao lado do violão desde a serenata que improvisei com Rodragg na sexta da chapação. Inventei uma frase e queria ver se ainda lembrava. Cool. Por mim ficava tocando aqui o dia todo. Aí depois começava um churras. Enchia a cara até desmaiar. Até desfalecer de pinga, de bebida alcóolica, de demência, porra!

Bora trabalhar. Começo a ouvir meu I-pod e entra um som de carro ligando. Pode ser três coisas: Gap Band, Burn Rubber, funkão dos bãos anos 70; pode ser Almir Rogério, Fuscão Preto; ou pode ser Manowar, Shell Shock. E aí, o que vcs acham? Deu Fuscão Preto. "Me disseram que ela foi vista com outro...". Marginal cagada. Anhanguera esmerdeada. Vai tomar no cu! Chego e Aninha já me ligou duas vezes. Ligo pra ela e digo que já vou pra ilha. Dou uma olhada nos e-mails internos, Yahoo, Terra, minha conta no banco, respondo as paradas do blogspot e lá vou eu ver o caralho da buceta dos candidatos do Astros 63. Duas horas assistindo. Já dá pra escrever.

Volto pra redação. Almoço. Porra, na volta do rango encontrei o Paulo Santoro, um ex-diretores de programasdo SBT. Ele me dirigiu no Concurso de Paródias e no Fantasia. Foi ele quem me deu uma força pra minha música virar tema do fantasia. Que música? A minha, buceta! Aquela música é minha: "é verão, há um sentimento novo na cidade... calor, céu azul, verde mar...Fantasia no ar". Minha. E me deu uma boa grana! E eu gosto de grana! Grande abrax, Santoro.

E aeh. Escrevo o roteiro. Hum. Uma olhada no Orkut já na saideira.

Band. Começa a tocar "God only knows" do Beach Boys. Penso na Dex e os olhos enchem d'água. Ligo prela e ela não atende. Entra Vander Lee, "Romanticos". Aí é que eu choro mesmo. Que mais pra me foder? Ta tudo fechado em torno da USP. Deu alguma merda lá. Manifestação. Polícia. Ruas bloqueadas. E agora? Sigo pela marginal até a próxima ponte. Tudo parado. Entro na Ponte da Cidade Jardim. Agora deu. Band.

Pauta de amanhã. Fetish Dolls, duas mocinhas que fazem shows de dominação, lesbianismo, fetiche. Diz o release que com muito rock'n'roll. Cool. Preciso armar as cabeças da Núbia pra semana que vem. A verdade é que não temos material suficiente pra gravar dez programas. Faça a conta comigo. O programa vai ao ar de segunda a sexta, com trailers e uma matéria por dia, num total de cinco matérias por semana, certo? Mas a gente só grava, quando muito, duas matérias por semana. Então, faltam três. O que eu faço? Cago uma matéria? Não. Eu invento uns textos mandrakes para serem cobertos com imagens dos filmes. È pra isso que eu ganho, nénão? Pau no cu de quem? No meu, porra!

Não tem grade de filmes de julho, ainda. Não tem as matérias, ainda. Então, não dá pra adiantar muita coisa, ainda. Ok. Fiz o que pude. Ta dando oito da noite. Dex me liga e pergunta onde eu vou? Vou pra Roosevelt ver a peça do Marcelo Rubens Paiva com o Marião no palco: A noite mais fria do ano. Depois tem Saco de Ratos no The Wall. Vou lá? Num sei! Dex aposta que eu vou. Dex pergunta se eu vou deixar o celular ligado. Digo que sim, inclusive durante a peça, pra poder atender bem no meio do espetáculo. Ela pergunta que hora termina a peça. Imagino que umas dez da noite.

- Então depois das dez da noite - diz ela - celular ligado!

Sim senhora. Fui.

Transito legal. Paro o carro no início da Roosevelt. Reestréia de peça do Marcelo Paiva deve atrair muita gente e não creio que tenha lugar pra parar na porta do Parlapatões. Aliás, nunca tem. Eta bar concorrido. Claro,claro, te dou dois reais na volta. Pode cuidar do meu carro. Odeio guardadores de carro. Na porta do Satyros encontro uma amiga do Mario e o Marcelo Rubens Paiva.

- Caralho, Marcelo, sua peça não é no Parlapatões?

Ele me diz que é, mas que ali, no Satyros, tá rolando uma peça do Marião.

- Bem, vou pro Parlapatões ver sua peça.

É chegar e encontrar a galera: Robério, Dani, Jiraia, Priscila do Sbt (vejam só), Melissa que passou o reveillon lá em casa, Carcarah, todo mundo. Pego o ingresso que o Marião gentilmente deixou pra mim na bilheteria. Grazie, amigo. Thais que dá canjas com o Saco de Ratos tb tá na fila. Paulo Ricardo está na fila. Sim, o do RPM. Bem, vamos á peça. Marcelo Paiva veio conferir a reestréia da cria.

A coisa começa num cenário á beira mar, com um cara num quiosque vendendo besteiras e um outro cara falando no telefone. Aí chega o Marião de terno e gravata como quem saiu do escritório e decidiu andar na praia. Aí rola um conflito entre os dois por causa de chifres. Esta é a primeira parte da peça, que é uma peça dentro de uma peça. Confuso? Não. Os iniciados sabem que isso é um exercício de metalinguagem. Não, não é meter a lingua nalgum lugar, caralho. É usar uma linguagem pra discutir outra. Esta primeira parte da peça termina e começa outra em que o diretor da tal peça discute com a mulher (dele?) que inspirou a peça sobre a peça. E na terceira parte eles agem como se estivessem ensaiando a tal peça. Escrito assim pode parecer complicado, mas no palco fica claro e funciona bem. O que acontece de diferente, pelo menos dentro do meu simplório conhecimento teatral, é que os atores começam a improvisar feito loucos e, ao que parece, o texto ganha várias laudas a mais. É como se uma banda tocasse uma música e chegasse a hora do solo. E o solo se alongasse demais. Em alguns momentos os improvisos se arrastam e se perdem. Fica dificil saber se a peça ainda tá rolando ou se os atores enlouqueceram e estão se zuando. E como vai acabar?

Mas há ótimos momentos tb. Não sou crítico, só to dizendo o que achei em cima do que vi. Porra, nem paguei, ganhei o convite, caralho. Mas o blog é meu e quero comentar. Até por ser fã do Marcelo. A Paula Cohen, além de ter belos peitos, encarna bem pra caralho uma mulher ensandecida. O Hugo Passolo, aquele da voz estranha, tb vai na mesma toada da Paula. E o Mario e o Alex ficam mais em cima do texto. Eles discutem, na verdade, relacionamentos. A mulher é uma louca varrida. Que mulher não é, do nosso ponto de vista?

Olha, eu não entendo nada de teatro. O que sei, pouquinho, foi o Mario que me falou. Uma vez perguntei pra ele como era esta coisa de improviso, de por cacos no texto dele.

- Quando eu dirijo, Paulão, não tem essa de improviso. Pra que eu escrevi o texto? É pra ser dito. Como está. Sem cacos.

Então, sempre me surpreendo quando rola esta liberdade pros atores. É uma faca de dois legumes, certo Seo Vicente Matheus? Se os atores forem malacos e estiverem inspirados a coisa toda por crescer muito. Mas se for ao contrário, pode criar uma barriga e derrubar o timing do espetáculo. Senti as duas coisas. Mas que a Paula tem belos peitos, ah, isso tem. E prum roqueiro da ZN como eu, um par de peitos é o que importa.

Peça finda, converso com algumas pessoas e vou procurar um lugar por perto pra comer um sanduiche, já que não jantei. La Barca. Olha só, eles tem Leffe. Bebo uma. Como um delicioso X-salada. Mais uma Leffe. A conta. O quê? Vinte e nove reais? A Leffe custa doze paus? Porra, mas no mercado custa quatro. Tão roubando bem. Ok. Área. Volto ao Parlapatões e encontro Robério. Vamos pro The Wall, na 13 de maio, ver o Saco de Ratos. Anyes Robério vai ao banheiro e eu fico falando com minha colega de SBT, Priscila. Ela não tá com coragem de ir pro The Wall, mas eu insisto. Vai ver ela vai. Eu vou. Eu fui. Tô aqui. Paro o carro na frente do Aurora que tá fechado, mas que deverá estar muvucado amanhã com o show das VV.

The Wall. Paulo César Pereio pintou a barba de vermelho. Sou fãzaço dele. Encontro Pagotto "bassman" e Rick "drummer" Vecchione. Tem mais gente. Brum. Marião chega. Peço um minuto e tiro minhas dúvidas sobre os improvisos exagerados e ele me confirma que rolaram muitos improvisos mesmo. Que é um lance da direção do Marcelo e que ele não parece ter problemas com com eles. Nem eu. Só queria entender. Tb sou redator, ainda que de tv, e é sempre lagal sacar outras linguagens, como a teatral.

Beleza. Rock. Brum debulhando. Watanabe idem. Brum quebra muitas cordas. Pagoto canta com raiva: "Já toh com outra mulher". Rick tb canta. Os dois estão com ferrugem no coração. Logo passa, meninos. Tô aqui com o Robério. Tem uns fãs das VV. Tem gente pra caraio. Eles começam a chamar os convidados. Porra, tá cedo demais. Primeiro deveriam tocar os sons deles e depois chamar os convidados. Isso quebra a pegada. Troca de instrumentistas. Tá cedo, gente. Não que isso seja da minha conta.

Olha o Marião de MC, descendo do palco com o microfone pro pessoal cantar! Olha ele repetindo várias vezes os refrões pro pessoal cantar. Ele disse que acha chato e que fica sem graça quando, no show de outrem, pedem pras pessoas cantarem junto. É bom pra caralho ouvir as pessoas cantando com a gente. Robério tá no palco. Eu tô no palco com a Lu, cantando "Buceta". Os doze compassos do blues viram goianos. Marião divide a letra diferente. Mas o importante é chegar o refrão: "a gente quer B-U-C-E-T-A!". Seja com for, é do caralho tocar com eles. Sou fã destes meus bons companheiros. Eu tb esqueci uma parte da letra. Já to meio breaco too. Volto pra mesa. Robério tb volta. Dou uma chegada no banheiro. Maconha comendo solta. Não fumo. Mais brejas. Mais papos. Mais banheiro. Vou embora. Tenho show amanhã. Passa das duas e meia. Caraio, lembro da peça, dos questionamentos á respeito de relacionamentos. Meu Ipod manda um Adoniran que, com simplicidade e humor, esclarece muito mais sobre o assunto. Se liga:

MULHER, PATRÃO E CACHAÇA

NUM BARRACÃO DA FAVELA DO VERGUEIRO
ONDE SE GUARDA INSTRUMENTO
ALI, NÓIS MORAVA EM TRÊS.
EU, VIOLÃO DA SILVEIRA, SEU CRIADO,
ELA, CUÍCA DE SOUZA,
E O CAVAQUINHO DE OLIVEIRA PENTEADO
QUANDO O CAVACO CENTRAVA
E A CUÍCA SOLUÇAVA
EU ENTRAVA DE BAIXARIA
E A XIMANGADA SAMBAVA
BEBIA SACOLEJAVA
DIA E NOITE, NOITE E DIA.

NO BARRACÃO QUANDO A GENTE BATUCAVA
ESSA CUÍCA MARVADA CHORAVA COMO ELA SÓ
POIS ELA GOSTAVA DEMAIS DO MEU HIT
E BEM BAIXINHO GEMIA
GEMIA ASSIM
COMO QUEM TEM ALGUM DODÓI
TUDO AQUILO ERA PRA MIM
GEMIA E ME OLHAVA ASSIM
COMO QUEM DIZ
ALÔ, MY BOY
E EU COMO BOM VIOLÃO
CARREGAVA NO BORDÃO
CAPRICHAVA O SOL MAIOR

MAS UM DIA, PATRÃO, QUE HORROR
FOI O RÁDIO QUE ANUNCIOU COM O FUNDO MUSICAL
DONA CUÍCA DE SOUZA
COM CAVACO DE OLIVEIRA PENTEADO SE CASOU
ME DEU UMA COISA NA CLAQUETE
EU IA PEGÁ O CAVACO
E O PANDEIRO ME FALOU:
"NÃO SEJA BOBO
NÃO SE ESCRACHA
MULHER, PATRÃO E CACHAÇA
EM QUALQUER CANTO SE ACHA".
"NÃO SEJA BOBO
NÃO SE ESCRACHA
MULHER PATRÃO E CACHAÇA
EM QUALQUER CANTO SE ACHA"


É de foder ou não é?

Pertinho de casa. Terra Nova, sim ou não? Sim. Heinz, Lola e um casal de amigos ainda estão lá. Serra Malte. Duas. Pinga de maracujá. Uma. Heinz pega cds de música brega. Bem uns seis ou oito. Começa a tocar o comecinho das canções e a me mandar adivinhar quem canta. Eu manjo de brega, caralho. Passei a infancia e a adolescencia vendo Chacrinha, Carlos Imperial, Flavio Cavalcante, Dárcio Campos, Barros de Alencar, Bolinha. Na boa, se ele mostrou sessenta canções, matei umas cinquenta. E trinta antes do cantor começar a soltar a voz. Fui. Casa. Fome. Miojo. Hamburgueres com cebola e Shoyu. Miojo na frigideira junto com o molho. Tudo no prato. Tudo no bucho. Cinco da matina. Tô fudido. Tem roteiro pra finalizar amanhã no SBT.

Amanhã o caralho. Já, já. Ponho o despertador pras dez. A idéia é chegar ao SBT umas onze. Sonho meu!