quarta-feira, 17 de junho de 2009

Só vamos levantar esta taça se comermos a mulher do inimigo na cama dele.

Mais uma manhã daquelas. E há apenas uma palavra dentro da minha cabeça: Corinthians! É só nisso que posso pensar hoje. Já tô cagando duro. Tutty Vasquez comenta no Estadão que gostaria de saber se Ronaldo engorda um quilo por gol perdido da mesma forma que diz perder quando faz gol. Boa pergunta!

Chuveiro. Tô meio de ressaca e quando isso acontece o tesão fica bem mais intenso. Taratatá. Pu-nhet-ta!

Dona Rosa tá fazendo a limpeza. E Dex ficou na cama. Fui.

SBT. A máquina de café comeu meu um real. Coloquei um cartaz escrito á mão nela com os seguintes dizeres: "esta vaca me roubou um real, meu nome é Paulão e meu ramal 4969".
Minutos depois toca meu telefone e a responsável pela máquina me diz que meu real está a disposição na sala dela e reclama que eu coloquei o bilhete. Pau no seu cu e da máquina.
Inventei um novo jeito de pentelhar os palmeirenses da sala: tô dizendo que hoje o Porco é Brasil e que vou torcer pelo meu verdão contra o Nacional do Uruguai pela Libertadores. Ronaldo Brigadeiro entra no clima comigo e até o hino dos verdes a gente canta. Marcão tá indignado.
Ah,ah,ah. Pri demora pra se tocar. Dã!

Edu entra na sala e me convida a fechar o Astros 63 junto com Ricardo Mantô, il directore, ás duas da tarde. Até lá posso me dedicar a atualizações e ao blog. Estou tentando passar a limpo as letras das novas canções das VV. Ocimar me chama pra conversar sobre o roteiro do piloto do remake do "Tv Animal", que eu já escrevi no passado. Teremos vários apresentadores testados, pelo que entendi. Ok, amanhã te entrego alguma coisa.

Hum. Hoje é quarta feira, dia de feijuca. Bora traçar uma no refeitório. É coisa de Deus uma feijoada, né?

De volta. Ilha de edição. Pequenos acertos de texto. A Espanha penou pra vencer o Iraque. Alô Espanha, pode esperar, a sua hora vai chegar.

Antes de ir passo no banheiro pra mijar.

Porra, chacoalho o pau mil vezes e quando vou guardar sinto que vem aquela maldita última gota. Tiro e chacoalho de novo. Tento guardar e sinto mais mijo chegando. Abro as calças, abaixo a cueca e rodo o pau pra sair este ultimo finzinho de mijo. Tento guardar o pau novamente e sinto que vem mais urina. Caralho. Mais uma sessão de chacoalhamento e...Porra...Guardei o pau e várias gotas desceram pela perna. Não tem jeito. Por mais que a gente chacoalhe, a última gota é sempre da cueca! Ou da perna! Vai tomar no cu!

Band? Band!

Muito trampo com os roteiros do Calcinha Justa. Cês sabem, aquele talk show com a Leila Lopes, a Pamela Butt, a Cameron Brazil e a Bruna Ferraz falando merda e mostrando o cu, a buceta, os peitos, etc. Cool.

Tem que criar temas a serem discutidos por elas. Estou enviando pro Gaspar, grande diretor e Físico, alguns vídeos curiosos pra ele ilustrar a parada. Um deles mostra um cara metendo o pinto no umbigo de uma gorducha. Outro mostra mocinhas em circulo com a buceta pra cima mijando pro alto, como um chafariz. Um terceiro tem um monte de geringonças mecanicas com pinto na ponta. Máquinas de meter. E o quarto? Um cara na praia com uma mulher, a dele, ao lado, reclamando pra caralho. Ele finge que vai fazer um carinho na nuca dela e tira a a tampinha, fazendo com que ela esvazie: é uma mulher inflável. Sensacional.

Corinthians! Corinthians!

Caralho. Fui. Oito e quinze da noite. Coloco o hino do timão pra tocar no I-pod. E vou chorando pelo caminho. Uma hora e quize de hino e choro. Eu sou corinthiano pra caralho, porra! No meio do caminho um puta transito, depois do túnel da nove de julho. A pista do outro lado tá bloqueada e passam ambulancias, motos e viaturas de policia. Por toda parte sacos de lixo rasgados, calçadas, asfalto. Que merda aconteceu aqui? Parece que uma multidão enfurecida passou no local e espalhou tudo. Vejo luzes das viaturasno horizonte. Sobre a ponte. Na minha pista, transito paralisado. No céu, vários helicópteros. Que porra é esta, mamãe?

Lentamente o transito vai escoando. Apesar de todas esta zona, a treta mesmo é na outra pista que está, de fato, bloqueada pela polícia. Tem bombeiros. Alguém colocou fogo no lixo. Terá sido uma revolta de lixeiros? As pessoas caminham pelas calçadas naquela atitude de quem desistiu de ir de busão. Porra, quero ver o timão. Por onde vou escapar. O transito tá indo. De repente, pouco antes do Anhangabau, acaba tudo e a pista fica livre. Mando o pé direito no acelerador. Tô em casa.

Vim pegar minha camisa da sorte, colocar o chapéu de vaquinha ao lado da TV e pegar Dex. Ela tá no telefone, falando com alguém do seu ex-trampo. Pilho ela pra gente sair logo e ir pro Tuca. Corinthians, porra. Ela diz que a conversa é séria. Pergunta se o Corinthians é mais importante que ela. Respondo que se fosse caso de vida ou morte eu perderia o jogo. Mas nunca por causa de um telefonema. Vambora, puta que pariu. Ela corta o papo. Tá de tromba. Meia tromba. Descobriu a verdadeira razão de ter sido mandada embora. Puxada de tapete, claro! Eu disse. A chefe imediata dela, com quem ela teve vários atritos e a quem ela peitou, foi até a superior durante as férias e disse que se sentia humilhada e pressionada pela minha Dex. Que não tinha mais condições de trabalhar com ela. Deixa eu explicar pra vcs. Dex não levanta a voz numa discussão. Dex argumenta pra caralho. E é esforçada, talentosa e implacável. Nunca ganhei uma discussão dela. Ela deve ter infernizado a tal chefe. Com classe e persistencia. A infeliz foi até sua superior pedir que a apartasse de Dex. Foi pedir penico! Dex é o cão!

Ela fica feliz de saber que não foi dispensada por incompetencia e nem por seu trabalho estar ruim. Foi dispensada por ser lider, ter opinião, coragem e não ser burra. Pau no cu delas, Dex. A vida segue e vc está em fase de recolocação. Nunca vi vc passar sequer um mês desempregada. Aposto meu cu em vc, amor da minha vida. E chega de papo e vamos ver o Corinthians, caralho.
Parada estratégica no mercado pra comprar um baby beef, uma garrafa de Quilmes e outra de Isenbeck, brejas Argentinas. Tilson me liga dizendo que nosso "verdão"empatou em zero a zero contra o time uruguaio e saiu da libertadores. Chupa porco! Uhu! A noite começou ótema.

Estou no caixa tentando pagar. Na minha frente um careca com voz de viado explica pra velhota que tá na frente dele como funciona o sistema de cupons do mercado. Ela já passou suas compras e até já pagou. As compras dele estão pra cá da caixa registradora e a mocinha do caixa observa tudo, sem passar as compras do viadinho. Eu tô atrasado pra ver meu time, vendo esta cena em slow. Assim não dá.

Gente: não me interessa cupom de porra nenhuma. Já passou as compras dela? Passa as dele logo que quero ver o jogo. Acaba com este papo de merda, porra!

O viadinho nem me olha. A velha sai bufando. A caixa estaria branca se não fosse de cor.
Vamos, gente. Atividade, caralho!

Voltei pro carro que estrategicamente parei na rua mesmo. Dex trancou as portas. Tô dentro. Tamos na frente da casa do Tuca. Dex me diz que tá mais aliviada, ainda que tenha perdido o emprego. Tem uma galera na casa do Carlos Augusto. Tem até uns palmeirenses. Mas tem um monte de corinthianos. Churrasco comendo. Trouxe de casa uma garrafa grande de Stella Artrois tb. Tá gelada. Tá aberta. Tá no meu copo. Tá no meu corpo. Timão na área. Na Band que dá sorte. Começou. Vamos pra cima dos vermelhos como quem ataca um prato de comida. Menos de um minuto e uma cabeçada. Ronaldo na cara e o goleiro pega. Os caras tão nervosos. É assim. Marcelo Oliveira cruza. Bola na marca do penalti. Jorge Henrique. Isto se chama gol! Gol do Corinthians, caralho!

Segue a pressão. Eles são perigosos no contra ataque. Este Taison é bom jogador mesmo. O time do Inter, mesmo desfalcado, leva perigo. Felipe. Acabou o primeiro. Começou o segundo. Bola pro gordo. Cortou pra dentro. Caixa. Caixa! Dois a zero, porra. Daí pra diante é São Felipe fazendo milagre. Acabou. Ganhamos o quê? Um jogo. Nada mais. O próximo é em POA e lá os caras são de foder. Podemos perder até de um a zero. Mas quer saber como vamos ganhar? Vamos ganhar o título se vencermos os caras na casa deles. Vamos levantar esta taça se comermos a mulher do inimigo na cama dele. É assim. E o Grêmio empatou em zero e tá nas semifinais da Libertadores. E eu tô torcendo pro Grêmio. Por causa do Mano. Mil abraços e gritos de guerra ecoam na casa do Tuca. Dex encheu a lata de breja. Bebeu até quentão que o Tuca fez. Simbora. Paramos no Terra Nova pruma saideira. Serra Malte. Uma pinga de canela. Uma de maracujá. Dex decreta que chega. Casa. Abro uma Lowenbrau. Ligo o computador e coloco áudio de gols do Timão. Começo a chorar. Chamo Dex pra ouvir a emocionante narração de Osmar Santos do gol de 77. Ela não se emociona. Coloco a versão de Over The Rainbow no Ukulele do havaiano Israel Kamakawiwo'ole. Dex curte. Abro o Youtube pra ver se há uma versão com imagens do cara. Ouvi dizer que é um gordão. Caraio. É um gigante de voz doce. A wikipedia revela que tinha mais de trezentos quilos.. Que descendia de uma das mais antigas linhagens de nativos do Havai. Era amado pelo povo. Morreu em 97, aos trinta e oito anos, em decorrencia de problemas respiratórios provocados pela excessiva gordura.

Caralho. Me lembro de um tio da Dex, tb muito gordo, que faleceu. Paschoal. Dex era muito ligada nele. Faz muito tempo. Fomos visita-lo num domingo em Rio Claro. Batemos, batemos, mas ninguém atendeu em sua casa. Rodamos a cidade. Era querido. Ninguém sabia dele desde sexta. Desistimos. Na segunda veio a notícia: tava morto dentro da casa. Tiveram que quebrar parede para remove-lo. Usaram porta como maca. Tinha mais de cento e oitenta quilos. Vi o corpo em estado avançado de putrefação. Não deixei Dex ver. Imagem chocante. Pele enegrecida. Erupções. Fezes. As imagens do Instituto Médico Legal passeiam pela minha mente ao mesmo tempo que ouço a singela versão de Israel. No clipe aparece uma urna com suas cinzas que são jogadas no mar. Tô me debulhando de chorar ao lado da Dex. Ela foi dormir. Eu tb. Gosto de chorar! Desabafa!