terça-feira, 28 de julho de 2009

- Eu não cobro bebida de amigo e nem putaria.

Cinco da manhã e Dex tá com insonia. Ao invés de ver tv ela me abraça e coloca a perna sobre as minhas. Hum. E começa a me bolinar. Eta insônia boa! Fora do quarto, vcs todos, já.

Cinco e meia e tamos de volta á tentativa de dormir. Agora bem mais aliviados. Adorei este ataque noturno. Fazia tempo que a gente não se encontrava no meio da noite.

Sete horas. O despertador tá tocando e tô com sono. Enrolo. Dex pergunta se não vou levantar. Digo que vou atrasar a saída da cama em duas hora. Peço prela fechar os olhos, acendo a luz e coloco o despertador pras nove. E quem disse que eu consigo dormir agora? Porra.

Quinze pras oito. Desligo o despertador e levanto. Tava com sono, mas foi só colocar o despertador pra mais tarde que o sono se foi. Porra.


Jornal. Heim? Mazelas no congresso. O Mercadante segue dizendo que o Sarney tem que sair e ninguém, nem mesmo do PT, dá ouvidos. É um bunda mole mesmo!

O Massa saiu do coma induzido e dá sinais de estar com tudo em cima. Menos mal! Volta ás pistas é outra história. Agora está definitivamente provado que o Barrichelo tem um parafuso a menos. Eh, eh,eh !

Douglas foi embora do Timão que trouxe um zagueiro sei lá de onde. Ronaldo vai ficar parado 4 a 5 semanas por causa da lesão na mão. E Muricy começou a treinar a porcada em ritmo intenso. Alô Muricy, alô porcada: vão tomar no cu!

Banho. Lavo a bunda no chuveiro, sim! E daí? O chuveiro é meu e o cu tb.
Reunião hoje ás 11h. Nem vou abrir o computer. Vestido estou.

O cara da telefônica vem consertar o fone que eu achava que tava bom. Mas tá mudo. Se o problema não for externo, ele não pode fazer nada. Dentro de casa ele não mexe e teremos que chamar alguém. Pergunto pro Paulão zelador se ele pode dar uma força e ele diz que se precisar é só chamar. Ok, área.

I-pod na orelha e tô nos sons pesados. Judas, Ozzy, até Jason and The Scorchers. A entrada da Anhanguera é sempre esta merda. A pista afunila e é aquele bololô.

Bem, já toh quase no retorno do 19. SBT.

Minha mesa. Caraio, esqueci o celular no carro. Natural. Coloco a porra no vibracall e sob minha perna. Assim sinto o toque enquanto ouço o som do fone.

Reunião. Magrão repete que não precisamos estender o papo. É só falar do que já tem no programa e checar se alguém tem alguma pauta fantástica pra sugerir.

- Se a idéia não for boa, nem precisa dar – reitera Roberto Manzoni, aperreado.

Ele é o cara. Reunião terminada. Tem um "povo fala" que vai rolar pedindo umas coisas no palco. Preciso sugerir as perguntas na rua. Mas agora preciso mesmo é almoçar. Vamos de tribo, Acadêmicos da Redação, todos exceto Ed, que foi antes, sozinho. Salada. Wagner Mafezzoli conta seus causos na mesa.

Na volta passo na praça de alimentação e como um Suflair. Chocolate é du caraio, nénão?
Fio dental e mijada no banheiro.

Mesa. Começam as consultas. Um vai fazer a reforma de um apartamento. O outro a de um quarto de crianças. Este programa mais parece uma empreiteira. Julio Airoldi, bro das antigas, vem ao SBT pra falar com os conhecidos e procurar novos trampos. Liberei a entrada dele e fui seu cicerone por alguns momentos, pondo-o em contato com gente que ele conhece e que pode até lhe conseguir trampo. Boa sorte, mano.

Passo as frases com Magrão. Os produtores querem conversar sobre as matérias. Walter Wanderley diz que gravou cenas extras pra inserir nos primeiros dias da obra. O editor diz que não haverá tempo hábil. O pau vai comer entre edição e direção de externa.

Reuniões. Consultas. Textos. Vcs estão notando que não abro detalhes do que faremos esta semana, né? Há uma guerra aberta com a concorrência e sigilo é fundamental.

Seis da tarde. A galera se mandou e a paz chegou. Tá transito? Dante diz que não.
Vou? Não vou? Vou! Vou sair com Dex e ter uma terça legal. Bye.

E aeh, Japonês, Terra Nova, Bar do Justo, Shopping?

Optamos por um bar que fica no largo do Tremembé que Dex diz que eu nunca fui e eu estou certo de ter ido. Dex ta tomando uns remédios estranhos e não quer beber. Serra Malte pra mim. Ela pede um "Escondidinho" que me parece ser purê cobrindo carne seca. Hum. Peço uns espetinhos de carne, lingüiça e lombo. E rola nosso papo. Na mesa ao lado estão duas mocinhas, uma mais ou menos sem graça e a outra grande. Gorda? Não, grande! Gorda tb! Na mesa ao lado mais três hipopótamos passados dos 30. Meu ouvido surround sound capta trechos dos papos dos dois recantos. Elas falam de traição, como é que uma delas (a Gorda?) não percebeu em quinze anos de relação que o marido tinha outra família? Ela não parece tão velha. A não ser que tenha nascido casada. Devo ter ouvido errado.

Na mesa dos três hipopótamos alguém diz:

- Eu não cobro bebida de amigo e nem putaria.

Dex não entende quando repito pra ela. Eis que parece que as duas mesas, de alguma forma, se conhecem. Um dos rinocerontes senta-se á mesa das mocinhas e cheio de empáfia começa um papo profundo sobre Michael Jackson. Eles falam do tempo maravilhoso em que "Thriller" foi lançado. O elefante comenta que viveu "aquilo tudo" como se falasse de woodstock. Que foi emocionante quando o clipe foi lançado no Fantástico. As duas comentam que estão lendo, ao mesmo tempo, a biografia do Michael. Os dois mastodontes que restaram na mesa dão pitacos como se falassem realmente de uma lenda absoluta.

O cara era realmente grande, mas ao morrer estava em franca decadência. Comparações com Beatles e Elvis rolam soltas. Esta porra de "Jacksonmania" vai assolar o mundo por muito tempo. Bem, o fato é que o Michael dançava mais que Elvis, que não compunha. Os Beatles compunham, mas não dançavam. Porém, tocavam. Elvis cantava mais que ambos. Mas o Michael é herdeiro de uma tradição de música negra americana que deve ser respeitada. Por outro lado, não é por que morreu que as palhaçadas da sua vida pessoal devem ser esquecidas. Este papo de "Neverland" mostra que o cara tava doidão. Câmera hiperbárica. E o lance de querer parecer com a Diana Ross? E ele no parapeito do hotel chacoalhando o filho pela perna? E as acusações de pedofilia? Hum.

Bem, é o ídolo das mocinhas e dos hipopótamos. Respeitemos. Mas, creiam, ao sair de lá as duas ainda falavam que Michael era um fofo. Vão dar pra quem tem tempo. Chega. Papo findo, conta paga.

Home. Dex me ensinou um caminho bala por trás do transito, numas quebradas. A gente racha uma tortinha de morango e depois é ver Tv a cabo. Os caras da NET me deram um pacote total que, no entanto, cortou alguns canais informativos como a BBC, Band News, Band Sports.

- Dex, reclama amanhã?

E ta batendo a décima primeira badalada. E vou apagar. Já na cama, me arrisco a ler uma ou duas páginas de Pornopopéia. O cara dá mais um teco e começa a contar da suruba no templo sei lá do quê. Mas antes da putaria eu me voy. Fue!