quinta-feira, 9 de julho de 2009

- Paulão, eu conheço o traste que estou contratando.

feriado
fe.ri.a.do
adj (lat feriatu) Consagrado ao repouso. sm Dia ou tempo em que se suspende o trabalho para descanso por prescrição civil ou religiosa; férias de um dia.

Viram só? Não sou eu quem ta dizendo, é o Michaelis. Hoje é feriado e eu tenho que trabalhar, Muita gente trabalha no feriado, mas a grande maioria coça o saco. Ou a buceta. E se vc quer ter feriado na vida, não faça faculdade de Rádio e Tv e não se aventure a trabalhar nestes veículos. Ser músico tb não ajuda a ter feriados. Mas pelo menos vc descansa na segunda, na terça. Eu não descanso nunca. Trabalho em horários normais durante a semana e no fim de semana subo no palco. Não to reclamando. Apenas notando.

E bom dia. E exatamente por ser feriado, eu me permiti (que viado!) levantar mais tarde. Dez da matina. O intestino já berra. Corro apanhar o Estadão e bora ler e defecar.

Familia Sarney desvia dinheiro através da Fundação Sarney. E a situação do presidente do Senado ta deixando o PT sem saber o que fazer. Vcs notaram que venderam o PT como algo diferente e hoje ninguém mais duvida que é exatamente a mesma (ou pior) merda dos outros partidos?

Timão estraçalha Fluminense. Depois brincou um pouco, mas teve momentos geniais, de linha de passe, de pura magia. Uau!

Caderno Paladar
O drink da temporada em Nova Iorque chama-se Venetian Spritz (diz-se spriss) A bebida surgiu em Veneza inspirada numa combinação feita por soldados austriacos instalados na região na época das guerras napoleônicas. Os caras combatiam o calor colocando água gasosa no vinho branco.

Eis a receita:
Dois dedos de Vinho Prosecco, um dedo de Campari e um jato de água mineral gasosa. Não esqueça de uma rodela de limão siciliano. Parece bebidinha de bambi, né. Que tal dois dedos de Gim? Heim?

Sempre leio este caderno porque tem novidades (poucas) do mundo cervejeiro. Olha aí, a Bamberg, cervejaria de Votorantim, ao lado de Sorocaba, lançando uma bock, que significa bode em alemão, com 6,5% de álcool, de cor marrom avermelhado e com intenso sabor de malte. Gosto das Bambergs. Vc sabia que bock quer dizer bode? Por que será que a breja se chama assim? Será por que dá bode bebe-la? Ou é feita com alguma substancia vinda do bode? Foda-se!
Já a Baden Baden, de Campos do Jordão, tá mandando pro mercado neste inverno uma doppelbock, bock dupla, 8,2% de álcool, segundo eles duplamente encorpada. Pedi ao meu amigo Anjo, que ta trampando lá na cidade, que experimente pra mim e me conte depois. Dece dar um bode duplo, né?

Porra. Vou abater a Dex. Tiro o resto da roupa e vou pra cama.

- Dex. Deeeex! Vem aqui.

Ela nem pergunta pra quê. Dex é o tipo de pessoa que não atende um chamado sem uma razão, mas desta vez nem piscou. Ela tb quer. E quando dois querem, o bicho pega. Dona Rosa pegando no pesado lá embaixo e a gente na safadeza cá em cima. E eu amo transar com minha mulher. Morro de tesão nela e isso já faz quase treze anos, como vcs sabem.

Terminamos. Ela no chuveiro e eu esperando pra ir pro meu chuveiro. Tem alguma cagada na instalação hidráulica desta casa que não permite que dois chuveiros sejam ligados ao mesmo tempo. Na verdade, a cagada é na instalação elétrica. Se ligar os dois, cai o disjuntor.

Ok. Ela terminou. Ok. To no chuveiro e to tão tarado por ela que bato mais uma só de lembrar. Ô nega gostosa!

Combinamos de almoçar juntos, mas já passa de onze e eu ainda tenho que fazer as malas da viagem. Por outro lado, toca o telefone e Rodragg nos informa que a Bia, sua filha de um relacionamento anterior que mora em Curitiba, está em sampa. Noto que Dex fica a fim de encontrá-los pro almoço e já libero tudo. Assim ela curte a sobrinha que vê raramente e eu como qualquer bobagem rapidamente por aí.

Dex se foi e eu to na lida com os figurinos de três dias de show. Ainda bem que se trata de rock danado, pois as roupas estão sempre amassadas. Se eu fosse o Fábio Jr. precisaria que alguém passasse a porra toda antes do show. Como não sou, foda-se.

Tudo pronto. Ligo na Gabaju pra ver se tem alguém lá. Ta todo mundo trabalhando. Peço pro Cavalo me esperar pra almoçarmos juntos. Bora. Tamo aqui. Malas no meio da sala pro pessoal levar de busão pra mim. Vamos almoçar eu, André Cabeça, Cavalo e seu Domingos, pai de ambos. André resolve ir num lugar aqui perto que serve deliciosas porções de churrasco. Mais apropriado prum fim de tarde regado a breja, eu suponho. Mas vai ser agora mesmo. Tenho que ser rápido. Passa de uma da tarde e ás duas eu queria estar mandando pau no roteiro de fichas do Tv Animal, in SBT City. Dois bifes de picanhas. Um espeto de carne, um de coração (blergh!), um de lingüiça e uma porção de costela de (nham, nham) porco. Nada de álcool por enquanto. Temos trampo. Cocas zero, cocas normais, pão, vinagrete farofa. E quatro trogloditas devorando a carne dos bichinhos. Pau no cu dos bichinhos. Só não encaro coração por que tenho nojo.

Terminamos. Seu Domingos estende sua paternidade á minha pessoa e paga a conta. Tento passar uma parte no cartão, mas ele não aceita. Grazie, signore.

Deixo os quatro na Gabaju e me mando pro SBT com transito nenhum pela frente. O único problema são estes motoristas "feriadeiros" que tartarugam á minha frente. Retardatários dos quais preciso me livrar.

SBT. Marcão e Brigadeiro tão trabalhando tb. Ligo as coisas. Chamo Dirlan e pergunto se o convite pra ir pro Domingo Legal ainda está de pé. Isso por que, pelo que sei, o diretor do programa deve ser o Magrão e não mais ele. Encontro-o no corredor a caminho de sua sala e ele me confirma a puxada de tapete. Ele e Magrão são parentes e foi o barbudo que o levou pra TV. Trabalhar com o magro (que nada tem de magro) não será problema. A questão é que Dirlan espera faz tempo pela oportunidade de dirigir seu próprio programa. Mas ela virá, amigo. Fique frio. Dirlan me diz que ta tudo em cima, me mostra minha futura mesa e tento negociar com ele o dia da minha apresentação pro programa que passará a ser apresentado por Celso Portiolli.

Explico que na sexta estarei fechando o piloto do TV Animal. E na segunda ocupado com o lançamento da Revista em POA. Reitero, por via das dúvidas, que minha rotina de shows que ele bem conhece (já trabalhamos juntos por mais de cinco anos) continua. Pergunte se pode ser problema faltar em eventuais gravações de fins de semana.

- Paulão, eu conheço o traste que estou contratando.

E eu te amo, chefe. Deixa eu voltar pro pool e atacar os roteiros. Antes passo na sala do programa do Ratinho e converso com o diretor e meu amigo Walter Scaramuzzi. Ele me ligou oferecendo emprego pro meu sobrinho Duda que está fazendo curso de produção executiva no Canadá e só volta em março de 2010. Não rola, né! Mas agradeço e deixo o canal aberto. Ninguém sabe do dia de amanhã, a não ser a previsão do tempo.

Trampo. Roteiro de fichas. Ok. Roteiro de gravação, simplificado. Ok. Agora parto pras atualizações na web. Caraio. Quase cinco e meia e ainda vou pra Band. Saio com o céu já escuro.
Seis e meia e to sentado no meu computer no Sex Prive Brasileirinhas. Luciano "Patrícia" ta legendando o Jazz Duro. O master saiu pra mijar (punheta!).

Seguindo conselhos de meu irmão Cá, o médico, o segundo, resolvi dar as caras aqui mesmo sabendo que não haveria chefia alguma pra notar minha presença. Como vou faltar na sexta e na segunda, aparecer hoje, ainda que feriado, dá a entender algum interesse pelo trabalho. Ah, se o Calazans não segurasse minha onda.

Adianto trabalho pras próximas gravações com a Núbia e escrevo "aquele" projeto de campanha destacando o fato do nosso canal ser o que mais passa filmes brasileiros no gênero: "Sex Prive Brasileirinhas – um canal brasileiro". Como me aconselhou Cá, mando e-mails pra todos com o trampo realizado, mostrando assim que estive presente. Com o lance do Domingo Legal aparentemente engatilhado, isto não seria necessário, pois provavelmente vou sair. Mas não custa deixar tudo da melhor maneira possível. Inclusive portas abertas pra voltar um dia.
Chega desta porra toda. Ensaio. Paro o carro na frente da casa do Roy. Não chegou ninguém ainda. Vou ao buteco da esquina comer algo. Chapa desligada. Bauru frio pra dentro com Fanta. Back to Roy.

Tuca ta atrasado. Foi pra Piracicaba fazer não sei o quê e ainda vai ter que passar em casa pra deixar a moto e pegar o baixo. O resto ta aqui. Ficamos na sala do Roy jogando conversa fora enquanto a fumaça desce. Tuca chega. Bora trampar. Cerca de dez da noite começamos a passar os sons. Canto três e tenho que sair pra cagar. O sanduba da esquina quer sair sob forma de pasta. Enquanto cago e me torço em cólicas, Juju passa a música dela e, na seqüência, seu dueto com Roy.

To de volta. Passoas outras nove. Tudo terminado. Com troca de cordas e um intervalinho e outro, passamos tudo em cerca de uma hora e meia. Muito bom. Simon vai dar carona pra Juju e Cavalo até a Gabaju onde ambos vão bodear pra sair em viagem amanhã ás seis da matina. Tuca vai esperar Roy montar sua mala e leva-lo pra sua casa na ZN, onde ambos vão apagar até a hora de ir pro busão. Os dois estão solteiros. Hum. Isto está me cheirando a putaria e bebedeira. Amém.

Paro no posto da esquina de casa, coloco vinte reais de álcool e saco cinqüenta paus no caixa eletrônico. Pago o álcool e ainda fico com trinta para o pedágio até Campinas, onde pegarei o vôo na Companhia Azul amanhã. Pronto.

Home. Dex ta deitada no sofá, ainda meio deprê. Aquela entrevista de trampo promissora ainda não deu resultado e ela segue desempregada e meio tristinha. Tento anima-la, dizendo que logo isso vai acabar. Que é nestas horas mais compolicadas que temos que ter fé. Nas horas boas é fácil. Bia ta dormindo no quarto que será, se Deus quiser, do bebê. Beijo Dex e desço pra encarar o que restou do Francesco Paolo que mandamos embrulhar ontem no Don Pepe di Napoli. Nham, nham. Salsicha? Como tb. Regime? Amanhã tem mais. Tvzinha. Papinho. Chameguinho. Cama. Bode de mochilinha. I love my life, you know?