sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ta bom, to apresentável. Uma mistura de Inri Cristo com Veio do Rio.

Ahn?Amanheceu? O quê? Foi isso mesmo: dormi sujo outra vez? Hum! Chuveiro, caraio. Sem jornal, não dá vontade de cagar. Banhoterapia. Que horas serão? Opa, ainda dá tempo de pegar o café da manhã aqui no hotel. Como é difícil pentear meus cabelos alvi-negros com pente. Preciso de uma escova, urgentemente. Ta bom, to apresentável. Uma mistura de Inri Cristo com Veio do Rio. Bora. Café da manhã. Mistinho frio básico. Um. Dois. Mais um na sanduicheira. Este é quente.

De volta ao quarto. Arrumar a tralha toda. Descendo. A saída é ás dez.

To bem zuado ainda. As pessoas vão chegando. Todo mundo com cara de quem dormiu dentro da garrafa. Apago.

É o quê? Ribeirão Preto? Chegamos. Mais de uma da tarde. Nem senti o tempo passar. Recepção. Aquela muvuca de preencher fichas e definir quartos. Me dá uma chave aí que a bosta ta batendo. Mil e três? Décimo andar? Não. Primeiro andar. Que numeração mais demente. Ok, malas jogadas pelo quarto. Privada. Uh! Que alívio. Pronto. Agora é pendurar as roupas pelas paredes, estender o que estiver molhado pelo chão e trasformar o local num perfeita favela. Fa-ve-la!

Durmo? Não! Desço pra almoçar. Um a um os vagabundos vão descendo tb. Aquele tumulto na porta do hotel, aplaudindo as gostosas que passam na calçada, o de sempre. O último a aparecer é sempre seu Tuca. Claro.

Fila indiana até o retaurante por quilo. Comidinha boa. Tomo um hidrotonico pra melhorar a situação hepática. Salada. Bife. Purê. Hum. Terminei. Caraio, onde fica o hotel? Geralmente sou um cara bem localizado, mas desta vez to perdidinho. Ah. Pra esquerda. Que porra é aquilo: Cine Cauim? Cauim é o nome de uma das qualidades de cerveja fabricada pela Colorado. E embaixo do nome do cinema está uma placa da "Cervejaria Colorado". Viro e mostro a parada pro Tuca, anexando um comentário.

- Mais tarde, bem que podíamos vir até aqui experimentar o chopp Colorado, que eu não provei ainda.

Ele parece curtir a idéia. De volta ao quarto da favela. Fio dental. Escova de dente. Livro do Reynaldo Moraes. A ressaca berra dentro da minha cabeça. Luzes apagadas. Tv desligada. Aviso Dex que vou apagar durante a tarde e pra isso preciso desligar o celular. Feito. Bode.

Acordo pelas cinco e meia. Hum. Duas boas horas de apagão. Cool. O gosto de cabo de guarda-chuva ainda permeia minha boca.

Banho. Bronha! Porra, preciso inventar algo pra amarrar meu roupão cuja faixa foi adicionada aos souvenirs de algum fã de mãos leves em São José do Rio Preto. Enquanto me seco observo o tapete do chão. E se eu tirasse uma volta inteira deste retângulo de pano. Acho que daria pra envolver minha cintura e, ao mesmo tempo, ninguém no hotel daria pela falta de um pedaço do tapete. Pode funcionar. Uma faixa branca sobre o pano de toalha amarelho do roupão não vai ficar muito bonita. Mas se funcionar já basta. Preciso de uma tesoura. Juju tem.

Vou sair pra fazer três coisas: achar uma Lan House pra atualizar as bagaças, comprar uma escova de cabelo decente e tomar um chopp Colorado. Adorei! O cara da recepção não sabe onde tem uma Lan. Saio á esmo. Vou em direção do cinema que tem a cerveja que eu quero. Opa, uma farmácia na esquina. Não, escova de cabelo da Xuxa não dá. Pergunto a uma moça bonita que está na porta desta loja de roupas sobre onde encontrar uma Lan.

- Á esquerda, a primeira porta!

Grazie, pretty baby! Muitas mulheres belas pelas ruas de Ribeirão, isso sim! Achei. Mesa dezesseis. Hum. Porra, e esta gorda do lado, falando alto? Ela ta jogando com o marido que tb ta aqui, mas mais distante. Eles trocam comentários. Que gente mala! Ela ta comendo salgadinhos e bebendo um refrigerante de maçã. Faz a maior sujeira. O cara vem agarrá-la, de vez em quando. E esfrega a bunda em mim. Sai pra lá, satanaz. É uma gordinha moderna, cheia de tatoos. E o cara parece curtir a danada, pois ta mimando ela pra caralho. Bem, vou colocar o fone e me concentrar no trampo. Atualizações em andamento.

Banas me liga e avisa que o jantar será num restaurante ao lado do Hotel, tb de propriedade do próprio hotel. São sete e meia da noite. Digo que não vou jantar. Minha idéia é ir ao tal cinema Cauim, tomar um ou doze chopps Colorado e voltar pro Hotel. Terminei. Fiquei cerca de duas horas e gastei quatro reais e quarenta centavos. A gorda faladeira e comilona se foi. E eu tb. Porra, minha boca já ta salivando pensando no chopp Colorado. Já tomei muita cerveja desta marca. Prefiro a Demoiselle e a Indica. Mas o chopp eu nunca provei. E vcs sabem muito bem que chopp tem outro gosto.

Porra, que muvuca da porra, caralho! O lugar está infestado. Pergunto pro balconista se ele cobra um chopp de uma nota de cinqüenta reais. São apenas três e vinte por chopp. Ele me aponta uma bilheteria onde tem que pegar ficha. Ih! Vou até lá. Tenho que desviar das várias mesas lotadas. É uma mistura de gente que veio pro cinema e uma outra galera, em maior número, que ta se embebedando. O quê? A fila pra comprar a ficha é a mesma pra comprar entradas pra próxima sessão? A fila dá voltas. Eu vou pegar esta fila de merda por causa de um chopp? Enfia no cu! Fui.
Quer saber, vou beliscar alguma coisinha no jantar ao lado do hotel. Vai que dou sorte e lá tem chopp Colorado. Olha só: Banas, Cavalo, Vanucci, Caran, Marcelo de Santos, Simon. Todo mundo esperando pra comer. O serviço é a La carte. Pratos interessantíssimos. Bistecão de porco. Eu adoro carne de porco. Mas isso pode criar um habeas corpus pro meu intestino e me fazer cagar durante o show. Num dá. Ô seu garçom, que tal uma salada e carne? Ele diz que vai grelhar um bife de picanha e juntar uma salada verde. Ta ótimo. Uma água mineral com gás tb, sim?

Ele traz uma sem gás, depois de vinte minutos. A coisa é demorada. Puta merda. Cheguei oito e dez e a comida só vem uma hora depois. Tuca, Edu e Rico esperam mais que eu. Juju, Marcinho e Rodrigo chegaram há pouco e vão esperar bastante tb. E Roy, que ta entrando agora, este só sai daqui amanhã. Vai demorar pra cozinhar assim na casa do caraio!

To no quarto. Hum. Espero um tempo e ligo pro 3003, onde está a Juju. Não chegou ainda. Tv. Ligo de novo. Nada. Cochilinho? Hum. Ligo outra vez. A tesoura, honey! Subo e pego o instrumento cortante. Faço o serviço no tapete do quarto. Hum, até que funciona. Não muito estético, mas funciona. E aeh? Dez e meia lá embaixo. Mala arrumada. Uso a cueca da noite anterior. Não ta muito molhada.

Embaixo. Todos chegando. Todos na Van exceto quem? Ele mesmo. Palmas pro Tuca. Tem uma fila interessante na frente do Vila. Inside. Camarim. Porra, ta tudo mudado. Aqui, quando viemos da primeira vez, tinha uns beliches. Agora ta profissa. Banheiro, ar condicionado. Ótemo. Estrutura de comes e bebes ok. Uma de vodka, uma de rum. Bohemias long neck. Argh! Bohemia ta com gosto de perfume. Mas eu posso beber. Frutas da época. Uma bela tábua de frios. Dou uma beliscadinha, sempre com medo do meu cu resolver soltar no meio do show. To desfilando com minha cueca samba-canção vermelha escrito Sex Hot. Porra, vamos atacar a extensa carta de brejas local. Peço uma London Pride. Cavalo e Tuca vão de London Porter. Very good. O gerente embaça um pouquinho, mas vai trazendo. Opa, acabou. Chopp Colorado, vcs tem? Claro. Manda Indica pra mim. Uhu! Delícia. Papo divertido de sempre. Coloco a cueca samba-canção na altura do umbigo, enfio o resto na bunda e estou desfilando como uma bichona. Os caras viram a cara enojados diante desta visão do inferno. Eu gosto de causar!

Pronto, acabou a parada gay. O quê? Mais vinte minutos pra começar? To alongando. A breja acabou. Peço mais uma e o gerente pergunta se pode me surpreender. Não tentando enfiar o dedo no meu cu, o resto vale. Ele traz uma Duvel, cerveja de origem belga, 330 ml, com 8,5% de graduação alcoólica. Para muitos, a melhor do mundo. Nóis bebe? Nóis bebe, caraio! Opa, vai começar. Grito de guerra. Vamonóis.

Set sem novidades. Mas galera animada. Claro que dou meus gritos corinthianos. Aqui, como não conseguiram Skol e sequer Budweiser, vou estourar uma lata de Oettinger de meio litro. Que dor no coração deixar este delicioso líquido proveniente da Alemanha ser desperdiçado na minha testa. Hum, vá lá. Mas vou beber uma parte.

Troca de roupa. Hum. Ta tudo indo no piloto automático. Cumprimento a galera do Inter Unesp, do Entorta Bixo e da Virada Cultural que está presente. Mando um abraço pro dono da cervejaria Colorado que, dizem, tb está na área. E o show segue. Mando o Kassab e o Zé Serra tomarem no cu por causa destas leis anti-fumo, alti-alcool, anti-bares, anti-festa. Reacionários de merda!
E acabou a parada. O bis tb. Tudo ok. Camarim e mais breja importada. Agora eu chuto o pau da barraca e peço uma garrafa de La Trappe, minha favorita. 750 ml a quarenta e cinco paus. É uma Holandesa de Abadia. Delicia. Digo pro cara marcar e que vamos pagar. O cara traz. Eu bebo. Não quero ir lá fora. Quero ficar bebendo este néctar aqui. Arrumo minhas tranqueiras. Tudo na mala. Acabou a La Trappe. Vou lá fora. Fotos, abraços, autógrafos, é noise. Encontro Marcelo.

- Porra, me arruma um chopp Colorado no balcão.

Ele arruma. Eu bebo. Volto pro camarim. Desce mais breja. Banas me avisa que a conta do camarim já passa de trezentos reais. Hora de parar. Eles liberam até aqui. Se seguirmos bebendo, vamos ter que pagar de verdade. Chega. Hora de vazar. Busão. Hotel. Banho. Arrumações. De volta pro busão. Going home. Cochilo, mas lembro que terei que descer no SBT pra pegar meu carro. É isso. Estamos parados ao lado da Anhanguera.

- Mais uma vez foi um prazer tocar com vcs, meninos!

To entrando. Uma mala na mão e outra sendo arrastada. O segurança vai fechando o portão na minha cara. Quem é este filho da puta? Conheço todo mundo aqui. Ah, é o Ednoam. Ele foi segurança do meu bar. Eu que trouxe o currículo dele pro SBT. Eu dei uma força prele entrar aqui. Ta de sacanagem comigo. Ele sai rindo da portaria e pergunta quando me encontra aqui. Quer me dar uma garrafa de whisky. Brigado, mano. Será bebida!

Anhanguera. Marginal. Engenheiro Caetano. Água Fria. Paulo Peixoto. Casa 8. Malas sendo desfeitas. Beijos na Dex. Nove e pouco da manhã. Como uns mistinhos. Preciso dormir. Vai ter festa julina logo mais. No momento, estou desligando... os motores.