sexta-feira, 14 de agosto de 2009

E tecnicamente, chacoalhou mais de três vezes já é bronha!

Acordo antes do relógio e desligo o despertador. Desço as escadas pra pegar o jornal. Hoje não ta tão frio. Privada. Gente, tô com dor de barriga. Hoje vou bater todos os recordes de cagada.


Timão tá contratando um jovem meia Argentino chamado De Federico considerado o novo Messi. Espero que role. Mario Gobbi, ao contrário do Andrés, ainda não descarta o Riquelme. E por falar no nosso presidente, olha ele se metendo na vida dos bambis, dizendo que o São Paulo não tem grana pra fazer as reformas necessárias pra que o Morumbi receba jogos da Copa de 2014. Diz que o São Paulo ta com hemorragia financeira. Isso lá é da sua conta, Andrés? Mas que coisa de viadinho. Para de me decepcionar, presidente. Ta louco. Chupou meia?

Que mais? Uma pianista americana fudida, a tal de "Honky Tonky Woman" que os Stones citam na lendária canção, toca em São Paulo, no Bourbon Festival. Márcia Ball. E o show é de graça no sábado á tarde, Ibirapuera.

Morreu Lês Paul, o homem que emprestou seu nome a um dos mais famosos modelos de guitarra da história (a Gibson Les Paul) e que é considerado o inventor da guitarra elétrica, por causa dos grandes avanços tecnológicos que ele proporcionou ao instrumento. 94 anos. Tb, já tava fazendo Jam extra na terra.

O Lula quer eleger o governador de Goiás. O Estadão continua "censurado" pela justiça. Tutty Vasquez diz que Neguinho da Beija-Flor foi roubado em Roma e ninguém deu bola. Mas se fosse Sophia Loren no Rio seria um escândalo. É vero!

Gente, caguei tanto que não sobrou espaço pra água. Uma massa fétida e marrom tomou conta do vaso sanitário de tal forma que praticamente solidificou-se. São necessários vários carros pipa para fazer a " bagaça" descer. Banho. Hum. Já molhado, quase ensaboado e a barriga dói novamente. Olha eu sentado na privada, com o corpo molhado, a toalha na cabeça e a merda saindo. Caraio. Que cagalhão!. Ok. Banho de novo. Roupa. Camiseta do Viúva Negra, banda do meu amigo Glauco Chaves de Jundiaí. Internetualizações. Enquanto escrevo minhas mazelas, ouço as bases das 13 músicas que estarão no "Ninguém beija Como as lésbicas". É só baixo, batera e voz guia, mas tá insano. Simon bate estaca e Tuca tocando com palheta tão de fuder. Vem aí uma paulada sonora. VV rules!

Recebo da minha amiga e grande cantora Dada Cyrino um link do blog do Marcelo Tas mostrando estudantes indignados no congresso. Eles pedem a cabeça do Sarney e de toda a bancada diretiva. Acabam sendo presos. Boa, moçada. Tem que meter a boca. Em determinado momento, durante a detenção, eles gritam:

- Quem deveria ser preso é o Sarney!

Apóio e dou fé. Cadeia prestes congressistas pizzaiolos. E, olha só, hoje faz 40 anos que rolou a primeira edição de Woodstock. 500 mil pessoas curtindo liberdade, promovendo contra-cultura e assistindo gente como Jimi Hendrix, The Who, Santana, Joe Cocker, Janis Joplin e a chata da Joan Baez. Peraê, o dia do aniversário não é hoje. O evento rolou entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969, em Bethel, a 129 quilômetros de Nova York. Era uma época em que as pessoas não tinham vergonha de sonhar e defender seus ideais, por mais inocentes e utópicos que fossem. Teve uma outra edição em 94 e outra ainda em 99. Mas estas coisas só acontecem uma vez, meu amigo, não se iluda. O resto pode ser até divertido, mas nunca passa de caça níqueis.

Dex levanta meio desengonçada, bêbada de sono. Peço que ela venha até mim, dou um beijo de bom dia não correspondido. Reclamo e recebo outro um pouquinho melhor. Digo que a amo pra tentar quebrar o clima ruim em que deitamos ontem. Simbora trampar, que hoje é dia de fechamento!

Xiii! A Engenheiro Caetano Álvares tá parada na confluência com a marginal Tietê. Confluência. Con-flu-en-ci-a . Fla-tu-len-ci-a .

Dou a volta, mas não adianta: é a marginal que tá parada. Vai tudo lento, lento, até que passa a ponte da Freguesia do Ó e a razão da morosidade é um filho duma puta de um caminhão parado, quebrado. Deveria haver um esquadrão de aviões que ficasse sobrevoando a cidade. Quando um veículo, por qualquer motivo, pára na marginal, os aviões deveriam dar o seguinte aviso:

- Saia imediatamente do veículo tal. Em trinta segundos vamos bombardeá-lo, 30, 29, 28, 27, 26, ...3, 2 1...Bum!

Cabou. Carro, acabou motorista, acabou tudo, caralho!

Até que pra desgraça pelada que estão estas obras na Anhanguera, o transito está andando. SBT.
Mal sento e tenho que corrigir o off do texto da mini miss. Hum. Magrão me chama pra passar a escalada. Ok. Almoço voando. Pego salada, mas mocoso uma peça de costela de porco sob o alface, de modo a pagar o preço fixo da salada. Adoro burlar a lei. Breaking the law. Breaking the law! Judas Priest.

Voltei. Yahoo lento pra caralho. Wanderley quer falar da gravação da semana que vem. Não tem fim. Volto pra minha mesa. Tem fichas pra fazer. Faço uma cola da letra de "Me diz onde pe que o véio vai", do novo cd, pra gente tocar hoje á noite.

O pessoal tá combinando a hora de chegar, se encontrando no metrô e tal. Cavalo, Simon, Juju. No Twiter estão me perguntando sobre um show em Brasília e há de fato uma negociação maluca pro fim de semana que vem incluindo Goiania e Brasilia que ainda pode virar.

Encontrei a namorada do Oscar Fillho, do CQC, que trabalha aqui no SBT e ela disse que ele comentou sobre minha participação semana passada. Cool. Espero que sejamos colegas de trabalho, mesmo. Tenho que ser sincero: não páro de pensar nisso.

Pra relaxar, agora, no trampo, só uma bronha, mas tô tentando segurar a onda pra engravidar a Dex. Pra falar bem a verdade, eu uso a punheta como um relaxante, um mecanismo para cortar stress. E ficar sem isso é um problema. Mas vou tentar evitar e-mails de putaria. E pensamentos pecaminosos. Só se eu ficar cego. Quem sabe eu aguento.

Dex me liga perguntando se tem cerveja em casa, pois uma amiga vai lá. E com amiga em casa, não tem trepada, até porque tenho que arrumar minha mala e sair pro show. Vou ser obrigado a segurar até amanhã. Ai, ai,ai.

Magrão me chama pra fazer umas chamadas de uns vts sobre o aniversário do SBT, nesta quarta que vem, dia 19 de agosto. 28 anos. Falando em festa, hoje tem a tal Festa do Seu João na Band. Puta que pariu. Cago de la hostia bendita! Era assim que um vizinho espanhol da minha infância praguejava. Sei lá que porra significa, mas a verdade é que quando entrei na Band me falaram desta festa, com todo tipo de bebida dentro da emissora. Quando entrei tinha rolado um mês antes. E passei todos os dez meses que fiquei lá pensando nesta festa, em tomar um porre dentro da TV. Mas sai antes, caralho. Até conseguiria um convite, mas tenho show mais tarde e se começar a beber numa festa destas dou petê e não vou cantar. O rock salva, o rock aprisiona!

Porra, dez pras sete e o trampo já acabou de velho. Tamos eu e Dante. Naná, Ed e Jorge se fueram. Peço pro Dante me dizer qual o link onde ele vê o transito na internet. Ele passa. Eu escrevo errado. Invés de cetsp eu escrevo cetesp aí entra outro link. A gente começa a fingir uma discussão em altos brados.

- Seu filho da puta, esta merda não entra!
- Vai tomar no cu Paulão, seu burro, sua anta!
- Anta é o caralho, esta porra não entra, olha aqui, seu viado

E daí por diante, gritando feito loucos e batendo na mesa até que os funcionários do programa ainda presentes na sala se desesperam achando que estamos discutindo de verdade. Se não começássemos a gargalhar alguém era capaz de vir aqui nos apartar. Ah,ah,ah!

Instaurei a demência, a esbórnia e anarquia nesta redação, mais uma vez! Eu amo trabalhar na zona constituída. A-do-ro!

Entrou o site do CET (Cia de Engenharia de Tráfego) e tá tudo parado na ponte da Anhanguera. Merda. Quero ir embora e não posso. Tem uns caminhos alternativos, mas são complicados. Tenho que ir pra casa, arrumar a mala do show, jantar e zarpar. Vai ser uma epopéia.

Banas me liga dizendo que o dono de um bar de Stand Up Comedy quer que eu faça este trampo de contar piadas e "causos" em pé. Nunca fiz isso. Mas ele acha que eu levo jeito. Ok. Vamos pensar. Se tiver que cqc'er, cqc'erá! Vou mijar. Nada de bronha. E tecnicamente, chacoalhou mais de três vezes já é bronha! Vou mandar duas chacoalhadas e guardar a última gota pra cueca.
Fui. Transitinho mais ou menos. Home. Ta rolando um churras com Pat (a amiga da Dex que vinha visitar-nos) Rodragg, Carlota e Alvarez. Vou beliscando uma carninha aqui, uma linguicinha ali e resolvo abrir minha garrafa de La Trappe Holandesa. Que cerveja é esta? Assim que a rolha espoca, latinhas de Antarctica, Skol e Itaipava criam pernas e saem correndo da geladeira, pulando o muro e indo embora de vergonha.

Papo vem, papo vai, subo pra arrumar minha mala de figurino. Pronto. Desço novamente. To um caco. Levantei ás sete. Ta passando das dez. preciso dar uma esticada nas costas pra encarar duas horas e tanto de demência no palco com as VV. E é o que acontece.

Se Dex não tivesse mandado o sofá pro conserto, eu dormiria nele. Como ela mandou, deito no chão da sala mesmo. Fico naquele transe entre o sono profundo e o cochilo. Percebo quando Dex e Carlota fecham a porta pro barulho do falatório e de Rodragg no violão não me incomodarem. Heim? Onze horas! Apaguei. Levanto. Passo fio dental, escovo dentes e desço pra ver se o papo que pesquei enquanto estava bodeado é real: eles estão a fim de ir no show. Não é exatamente uma boa idéia, pois este show na Ocean é com open bar e quando isso acontece os contratantes costumam segurar a lista. Claro. Cada um que entra de graça ainda passa a noite bebendo na faixa.

Alvarez não quer ir. Diz que tem trampo cedo amanhã e tal. Rodragg tava a fim mas deu o bode. Dex ta animada e Carlota tb. A polêmica se intensifica e Rodragg muda de opinião. Só quem não vai é Alvarenga. Ligo pro Banas e pergunto sobre o que dá pra fazer pra por a galera pra dentro. Ele marca comigo na porta da "bagaça" e diz que lá a gente acerta. Ok.

Tamos nas ruas iluminadas e cheias de proibições de Sampa. Não to bebendo nada, ao contrário dos meus passageiros: cada um porta sua latinha. Minto. Carlota porta duas. Ela ficou com a do marido. E isso cria uma cena engraçada. Vez por outra ela me pergunta:

- Paulão, direita ou esquerda?

De acordo com minha resposta ele ingere Itaipava ou Antarctica. Dex tá meio breaquinha tb.
Eu to sóbrio pelo óbvio motivo de que já vou voltar bebão. Melhor não facilitar na ida, se não a polícia me prende e não faço o show. Anhangabaú. Augusta. Direita. Nestor Pestana. Bela fila na frente da Ocean. A gente segue até um estacionamento 24 h que fica pouco á frente. Ligo pro Banas que ta chegando. Chegou. Encontra a gente na calçada do estacionamento. Ele vem de carona com Tuca. No banco de trás há duas moças. Este Tuca ta gastando a pica depois que ensolteirou. Vamos de matilha em direção da boite e, pelo que vcs puderam perceber, o bando cresceu bem. Um poste antes da porta damos com Marquinho, da O2, mais a namorada, Simon e Juju. Bora pra dentro. Banas empurra a todos inside na faixa. Em relação á bebida, não há necessidade de preocupações. O open bar só rola lá embaixo e nenhum destes macróbios vai se aventurar a lutar com unhas e dentes por um drink no inferno. Cumprimento Edu, na barraquinha. Bora pro camarim que já foi vestiário de putas, no passado. Estas paredes cheiram a buceta, meu perfume favorito. O clipe de "Beijos de Corpo" foi gravado aqui, na época em que o local ainda agenciava putaria. Agora virou uma casa de shows.

Encontro Cavalo, Marcinho, Caran e Rodrigo dentro do camarim. Cumprimentos. Vou pendurando minhas roupas no varal improvisado que o Caran pregou na parede. Tiro minha roupa, estréio uma nova cueca samba-canção comprada no Extra naquele dia em que comi um Mac com o Bruno. Aliás, naquele dia tb comprei o DVD que fala da conquista do Paulistão de 77 pelo Timão. Eu sou Corinthians. Já disse isso?

- Toda hora, Paulão, toda hora!

Muito bem. Chegou a hora da bebelança. Chega uma galera da Roosevelt: Robério, Rubão, Bactéria, esposas, amigas, amigos. Todo mundo bebericando e papeando. Este é o camarim mais cheio que já tivemos na vida o que leva Banas e o nosso contratante a temerem pela cerveja para a hora do show. Bem, vamos bebendo e depois a gente vê o que faz.

Tem duas garrafas de Absolut e alguns sucos de laranja de caixinha. Hi-Fi tonigth, you know. Tem um pessoal de uma faculdade de jornalismo fazendo gravações. É mais um TCC – Trabalho de Conclusão de Curso - em andamento. A mocinha que falou comigo é a Carol. Ela ta bastante grávida, de uns sete meses. Então a coisa ta mais ou menos assim: tem mais de 20 pessoas aqui. Mas ta bem divertido.

Bate uma e dez e eu começo meus alongamentos. Banas começa a limpar a área. Dentro em pouco só estamos nós ou quase. Já toh empiratado. Brinde? Brinde! Combinamos com Robério dele fazer "Rock das Aranha" com a gente no bis. Começou a debilidade mental. O chão é de madeira e bem liso. Será que é hoje que vou esfregar a bunda no chão depois de um tombo? Tudo nos conformes. Ju entrou e eu sai. Dex e Carlota estão fumando escondidas aqui. Peço a elas que me ajudem com o sutiã e a dificuldade de outros shows se repete inclusive com mulheres: ninguém consegue acertar o feixe direito e com rapidez. No palco noto que Juju errou uma parte da música e quase vai direto pro fim, sem solo. Aí ela me fode, pois já tenho pouco tempo pra vestir o sutiã e a batina. Se ela corta a música fica com menos tempo ainda. To pronto. Beleza.

De volta. E segue o enterro. Vamos experimentar outra canção hoje: "Onde é que este véio vai?" Já disse isso? Já! Fiz uma cola esperta pra mim e pra Ju, já que é um dueto. Já disse isso tb. Né? Hum!Vai rolar depois de "Abre essas pernas". Isso eu não havia dito, caralho!

Destas canções nova, nenhuma arrebatou a galera até agora. Ninguém gosta do que não conhece. Terminou a música nova e nenhuma reação especial. Juju puxa um parabéns pro Cavalo que fez aniversário na quarta. Rola um "Envelheço na cidade" todo atrapalhado. Nenhum das caras da banda se aproxima pra cumprimentar o guitarrista fundador desta "bagaça". Vou lá, meio relutante e lhe dou um abraço pouco correspondido. Que porra ta acontecendo com este cara? Estarei exagerando? Não creio!

Terminou o show. Bis vestido de mago. Coloquei a parte de trás da fantasia pra frente. Foda-se. Vai assim mesmo. Em "Rock das Aranha" chamamos Robério pro baixo, mas parece que ele se mandou. Teria ficado bravo quando Banas pediu que a galera saísse do camarim? Se ficou, lamento, mas é assim que funciona e ele sabe muito bem! Além do mais, temos uma mocinha que se troca lá dentro e não vamos deixar ninguém lá de papagaio de pirata. Porra

Emendamos o "Sítio de Sorocaba..." com "Beijos de Corpo". Fim.

Ajeito minhas coisas no camarim que ta abarrotado de novo. Carlota tá bebinha e feliz, Dex ta meio bodeada no canto e Rodragg surge com Paolo. Saio pra cumprimentar a galera. Volto. Dex quer ir embora. Tomo mais uma. Vamos. Todos no carro. Dex pergunta se tô bom pra dirigir.

- Tô bom é pra beber, mas muito melhor que vc pra dirigir!

Ela quer que eu pare em algum lugar mais perto de casa pra gente comer algo. No caminho decido ir ao Estadão e comer uma feijuca. Quem manda nesta porra sou eu. Às vezes. Raramente. Quase nunca!

Feijoada da madrugada descendo e a galera comendo sanduba. Encontro alguns vagabundos que estavam no show e agora estão, como nós, enchendo o bucho. Peço aquela casquinha do pernil. Demora, mas o garçom traz. Bora embora?

Carlota? Entregue! Rodragg? Entregue no carro dele junto com Paolo. Ele que leve nosso Doutor demência. Dex ta no banho. Eu to no banho. Cabelo molhado. Bode no sofá. Seis e meia. Cama. Por meia hora não completo um dia inteiro acordado. Mas ahora es la hora de dormir! Buenas mañanas!