sábado, 29 de agosto de 2009

A família unida vale mais que qualquer merda material. Sim!

Acordo ás dez pra cagar. Não tem papel no banheiro de cima. Cago no de baixo. Pego o jornal mas não leio. Volto pra cama. Onze e meia toca o telefone e corro pra ver se não é algum terror na edição do Construindo um Sonho, no SBT. É minha sogra pedindo que Dex ligue pro Rodragg. Ok.
Ambos levantamos. Cago de novo e leio o jornal. Vagner Love acertou com o porco. Está de volta o grande craque cujo maior feito foi ganhar a série B. Faz-me rir!

Fora isso, a única coisa engraçada e digna de registro é que Bob Dylan, diz Tutty Vasques, está negociando com uma empresa de GPS para colocar sua voz nestes aparelhinhos que indicam o caminho pra gente. Isso só pode ser piada, Tutty. A gente escreve lá: "como faço para chegar na Voluntários da Pátria? E entra a voz do Bob Dylan: the answer, my friend, is blowing in the wind. Ou ainda : "no direction home, like a complete unknown..."

É mole? Dex e eu resolvemos dar uma caminhada até o Horto Florestal, que é bem perto daqui de casa. Na volta compraremos um presente pro Luca, filho da Maira e do Fabrizio, irmão da Bio, que nasceu ontem. Bem, se o filho da Bio e meu sobrinho é o "Bafo", vamos apelidar o Luca de "Boca". Vou dar apelidos legais pressas crianças logo que nascem pra não correrem risco de receber apelidos escrotos na escola como eu já recebi. E meu filho, quando nascer (se assim Deus me abençoar com a paternidade, claro!) vai ser o " Rato". Num é um belo trio? Bafo, Boca e Rato.
Caminhar é uma benção que a gente esquece com o tempo. Puta dia de sol lindo, eu e Dex andando pelas ruas das imediações da serra da cantareira. Encontramos até nossos vizinhos, que fazem o mesmo.

Vamos até dentro do parque. Tartarugas, cágados, macacos, patos, gansos, cisnes, marrecos, peixes grandalhões e até mesmo capivaras, além das árvores e lagos que compõem este parque magnífico que eu freqüento desde criancinha, quando vinha pescar e voltava pra casa com sacos plásticos cheios dágua e peixes que morriam dias depois. Muita. Muita paz e saudade. Mesmo.
Na volta, almoço por quilo no Il postino, com direito a feijuca ("óbóvio") e uma Original mais gelada que o cu da foca, como diria meu artilheiro e amigo da Móoca, Gustavo.

Barriga cheia, mão lavada, pé na calçada.

Opa, uma loja de artigos esportivos e lá está a nova camisa do Timão, listrada em preto e roxo. Que coisa linda. Venha! Já é minha.

Vou usar no encontro dos meus irmãos na casa da Lena e do Bi hoje.

Home. Dex foi dar um bode e eu tô na Internet. Preciso selecionar repertório musical pro meu projeto com a banda do Simon, Clube do Chinelo. Eles sempre tiveram um repertório voltado pro brega. Só que era metido a engraçadinho, meio Mamonas. Quero radicalizar e deixar a coisa numa onda do tipo "música de corno". A idéia é me juntar a Neville (baixo), Simon (batera) e André Pedrão (Guita) e fazer um som de corno mesmo, com repertório baseado em Odair José, Lindomar Castilho, Moacyr Franco, mas tb Lupicinio Rodrigues, Tim Maia. Preciso trabalhar sugestões de canções pra gente fechar um show divertido e lacrimoso, cheio de desprezo e chifres. Vou amar cantar Agnaldo Timóteo, "Amor Proibido". Mas acho que hoje não vai dar tempo.

Mas de amanhã, depois que chegar do SBT, não passa.

Bode. Daqui a pouco vamos pra maternidade visitar a mãe, o pai e o próprio Boca., pro qual compramos um macacãozinho. Na volta é cruzar minha família. E tentar não chapar e não dormir muito tarde, pois ás oito da manhã de domingo tenho que estar inteiro e ligado pra fazer o Domingo Legal, neste dia de estréias e disputas acirradas pelo IBOPE. Por ora, banho!

Passamos na Pró Matre, numa travessa da Paulista, pra ver a Maira, o Fabrizio e o Luca. Como o bebê nasceu de oito meses, tá na UTI, fortalecendo seus 2,2 quilos. Não dá para ve-lo agora. Fabrizio está emocionado e Maira tb. Não é pra menos. Luca, mostram as fotos, tem uma boquinha charmosamente avantajada como mãe e, sendo assim, vai ser "Boca" mesmo e acabou. Ficamos pouco pra não estorvar. Hum, uma camisa do porco sobre uma cadeiar indica que este será mais um palestrino. O pai e sua família são porcos. Não havia como ser diferente.

Na porta do quarto está um dos berçarios da maternidade, com uns quatro bebês nas caminhas. Porra, que coisa maravilhosa.

Tem um sob uma luz forte e com uma proteção nos olhos. Tá quietinho. Mais dois escanchados, pernas abertas, braços jogados. Dois meninos. Lá atrás, uma quietinha, meio em posição fetal. Uma mocinha. Seria uma honra, Deus, ser pai de uma coisinha destas. Amém! Tô com os olhos cheios dágua. Quem sabe venha a ser esta minha grande virtude na vida, minha vocação: a paternidade!

Ok. Vamos pra casa do Bi.

Nota familiar:
A confusão na minha família de quatro irmãos começou quando meu pai morreu em 89, dois anos depois da minha mãe. Dois dos irmãos já eram casados: Bi com Lena (+ dois filhos, Emerson e Duda) e Cá com Rô (+ três filhos , Renata, Marcela e Pedro) e viviam em suas próprias casas. Eu e Celso seguimos morando na casa que era dos meus pais. Celso, que foi tb o primeiro vocalista das VV, havia saído da banda numa situação meio confusa com o Cavalo. Até hoje ele me acusa de ter ficado contra ele e a favor de um estranho. Complicado.

Celso começou a namorar a sua atual esposa, Rita, e passou a ficar muito tempo com ela na nossa casa. Sendo assim, eu não podia mais ensaiar com as VV na garagem nos fins de semana pela manhã, pois ele se incomodava. Da mesma forma que eu não tinha mais a mesma liberdade de antes, pois havia uma mulher zanzando pela casa. A tensão entre nós cresceu até que estávamos quase saindo no braço. E eu não ia chegar a este ponto. Naquele momento da minha vida, eu já estava noivo da minha primeira esposa e resolvi subverter todas as minhas certezas de não morar com a sogra.

Num dia de julho de 1993 eu arrumei minhas coisas, quadros com fotos dos meus pais, roupas, gaitas, sax, baixo, tudo. Coloquei em sacos de lixo, joguei na minha Chevy batida e mudei-me, sem despedidas, para a casa da minha futura esposa, em Pinheiros.

Deste dia em diante Celso apoderou-se da casa, casou e teve um filho, Nick, que hoje está com 13 anos. Devido a problemas burocrárticos, não tínhamos escritura do imóvel o que deu início a uma batalha judicial onde os outros três irmãos tentavam recuperar a posse da residencia contra o residente que dali não queria sair. É mais ou menos isso. Este rolo fez com que os dois mais velhos parassem de falar com Celso. Eu mantive contato com todos, até seguindo conselhos do mais velho, pois, segundo ele, eu seria o último vínculo familiar e se este se desfizesse, a família estaria inevitavelmente separada. E assim correu nestes últimos 19 anos de desunião.

Por que to contando isso? Porque hoje Celso, Rita e Nick vão visitar Bi, Lena e Emmo (Duda tá no Canadá) para tentar começar a refazer este tecido familiar rompido. Nick nem conhece os tios e o primo. E os primos não tem nada com esta briga de merda onde eu tb tô metido. Imaginem minha apreensão. A casa me importa, claro, pois meu pai lutou por quatro e não por um só. Mas mais importante que isso é que as pessoas voltem a conviver. A família unida vale mais que qualquer merda material. Sim!

Além destes que citei, eu e Dex e tb uns vizinhos da frente estão no local: Fernando, a esposa e a linda filhinha Ágata. Tb a irmã Fátima e a mãe Dona Elza. Não vou ficar contando detalhes. Mas rolou tudo bem. Bi, meu irmão mais velho, é um dos caras mais desconfiados do mundo. E Celso é um demente palhaço que, na verdade, se esconde atrás das piadas.

Ao final da noite o que posso dizer é que estão todos vivos. E os laços, pelo que vejo, vão lentamente sendo reatados. Do fundo do coração, obrigado Jesus. Ainda falta colocar o Cá nesta roda. Tá tudo nas mãos de Deus e não conheço melhores mãos pra se deixar as coisas. Onde estiverem, meus país estão, tenho certeza, felizes com isso.

Puta que pariu, como a gente sofre na vida! Mas só assim a vida ganha tempero, validade, importancia. A gente só aprende sofrendo. A gente só dá valor para uma coisa quando perde. Espero que esta, em especial, possa ser resgatada.

Home.

Leio um pouco da "Pornopopéia" antes de apagar, para desanuviar a tensão. A mocinha chupa o pau do negrão e arrebita a bunda pra ser penetrada por trás por outro que acaba de sugar sua buceta cheia de fluídos íntimos, inclusive menstruação. Uau! Este Reinaldo Moraes é fudido. Pra ele eu ofereço esta canção das VV. Uma dose pra ele. E outra pra mim. Boa noite

Vampiro
"Uma vez por mês, baby
Você me dá o que eu quero
Uma vez por mês, baby
Você me dá e eu espero
O que pros outros é martírio
Pra mim é puro delírio
Uma vez por mês
Eu quero acordar
Com a boca cheia de pêlos
Pentelhos, cabelos
São o que eu quero mastigar
Pra esperar o seu sangue, baby
Uma vez por mês, só uma vez

Vampiro, vampiro
Amor, amor, amor
Vampiro, vampiro
Sangue, saliva, suor

Às vezes o atraso do seu ciclo
Me fazem esperar
Meu tempero, meu tormento
Às vezes custa a chegar
Mas uma vez por mês por mês, baby
Eu posso beber sem te machucar
O teu pescocinho lindo
Parece sempre me chamar
Mas você nunca me deixa
Ferir a sua jugular

O que me resta a fazer senão esperar
uma vez por mês por mês,
só uma vez, só uma vez"