sábado, 1 de agosto de 2009

Sento de roupão aberto e pego a mão dela e coloco pra trocar as marchas.

Acordo por meio dia. Tento dar um cato na Dex. Ela não quer. Vou pro banheiro com o jornal. Hum. Hum. Os pais estão loucos com as férias prolongadas dos filhos por conta da ameaça de gripe suína. Porcada enfrenta o Sport na Ilha do Retiro hoje no fim da tarde. Torcida do timão protesta no treino contra desmanche. Confio no Mano e no Andrés, mas um protestozinho sempre ajuda a ficar esperto. César Cielo que já ganhou uma medalha nos 100 metros na Copa do Mundo de natação, em Roma, nada já,já pelos 50 metros co m chance de medalha tb. Vou ver esta porra. Mas primeiro banho. Bronha? Não. Vou tentar catar a Dex. Preciso engravidá-la, caraio. Mas ela não me dá, porra! Bem, no caso sou eu quem não dou porra pra ela.


Saio e roupão e toalha na cabeça. Dou uma desfilada na frente dela, abaixo fingindo pegar algo no chão e esfrego a bunda na cara dela. Ela me belisca. E aí, bora trepar? Não. Não ta a fim. Sento de roupão aberto e pego a mão dela e coloco pra trocar as marchas. O cambio endurece. Mas a motorista num quer dirigir. Hum.

Ok. Vamos almoçar uma feijuca no Cacilda? Ela meio que topa e vai pro banho. Eu to na Internet e recebo um vídeo chamado "Não babe na tela" com duas mulheres absurdamente lindas se pagando. Mariquinha-maricota, com a direita e com a canhota. Bem que eu tentei comer minha mulherzinha. Não me quis

Comi minha mão.

Bora. Pego um cd que eu mesmo fiz só de baladas do Roberto Carlos. E vou me debulhando ao voltante do carro da Dex. Roberto Carlos é gê-ni-o!

Cacilda com uma puuuta fila na porta. Vamos mais pra frente num outro restaurante tb na mesma rua Tito, na Lapa. Dona Felicidade. Fila ainda maior. Caraio. Dex diz que viu um restaurante mais vazio logo acima. Bora lá. Ta semi vazio. Ótimo. Detesto muvuca. Tem um cara tocando mpb no violão acompanhado por um batera e um percussa. Muito som pra hora do almoço. Mas vamos lá. Enquanto esperamos a massa ao sugo da Dex e minha picanha com arroz e fritas, o cara toca "Escravo da Alegria", do Toquinho. Puta som. "Ando escravo da alegria, hoje em dia minha gente, isso não é normal. Se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em pleno carnaval".

Enquanto cantarolo o refrão junto com o cara do violão, penso no quanto sou abençoado por ser brasileiro e crescer ouvindo sons como este.

Comida na mesa. Comida no bucho. Conta. Café. Área.

Dex vai no centro espírita mais tarde e quer que eu vá tb. Num to afim. Nada contra, mas inclua-me fora desta.

Ela me deixa na esquina e vai até o largo do Tremembé comprar roupa branca. Será que hoje ela vai bater cabeça mesmo? Os caras do centro querem que ela trabalhe de fato. Nada tenho contra. Mas quero saber quem são estas pessoas. Mas não hoje. Hoje vou secar a porcada e ficar em casa.

Olha só a Dex toda de branco e descalça, pronta pra ziquizira. Hum, este pezinho é um tesão. Me deixa beijar este pé, caraio.

Lá vai ela. Me beija e desce. Liga pra Bio e descobre que o bate cabeça foi cancelado por conta de dores nas costas do pai de santo. Ih, Dex, tudo em que vc se mete ultimamente ta sendo cancelado. Ela vai até a casa do Rodragg assim mesmo, pra ver o Bafo. E eu vou pra Tv secar os inimigos. Beijos.

Solo em casa, fico entre a secagem da porcada e umas olhadas no canal pornô. Hum, que bela chupeta. Taratatáááááá.

Tô aqui, vendo isso, zapeando. Opa, vai começar "Meu nome não é Johnny", com o Selton, no 62. Nunca vi desde o início. Vcs sabem, aquele filme sobre o cara que virou o maior traficante do Rio nos 70 e 80, depois foi preso e regenerou-se. O cool da história é que ele vira traficante por acaso e o que ele quer não é poder, mas curtir a vida. Ok. Traficar é ilegal. Mas curtir a vida não é. O problema de tudo isso é a densidade. Cocaina é uma porra muito densa, saca? Não to falando quimicamente: densa no sentido de pesada, forte. Usar é brincar com um demonio poderoso e sedutor. O prazer deve ser (nunca cheirei, sorry) gigantesco. Mas a conta vem. Depois. E não vou ficar aqui dando lição de moral. Cada um que cuide do seu cu. Ou da sua narina. Eu tenho medo de pó. Mesmo maconha eu sempre dei apenas uns peguinhas. Não sou muito fã de fumaça. Gosto é de goró.

Meu drama é Brahma e que tais. E o filme é legal. Porra, tem aquela canção do Sá, Rodrix e Guarabira, "Mestre Jonas", na trilha. Grande rock setentista.

Dex chega e começa a ver comigo. De vez em quando ela desce e pega pedaços daquele pão com frios e lingüiça que ela fez. Delícia. Terminou. Esqueci de dizer que a porcada, com um gol contra, ganhou do Sport. Merda.

Seguimos zapeando. Dex quer chocolate. Não tem. A gente desce e ela começa a fazer um doce com leite condensado, côco e uvas. Ficar em casa sábado á noite é receita pra engordar. Tamo aqui, zapeando e comendo esta porra doce, disforme porém delicioso que ela inventou. Pergunto se ela quer ver o documentário que eu ganhei da prima Carlota de aniversário: Fiel!
Ela reluta. Seria legal prela conhecer melhor este demente que ela tem como marido. Hum. Meio a contragosto ela topa. Play

Os depoimentos, as imagens de estádio, ela fica com sono e vemos juntos até a parte que o Timão cai. Ela quer dormir. Eu fiquei este tempo todo disfarçando pra não chorar. 2 de desembro de 2007. Dia da queda. Dia de terror.

Pergunto a ela o que achou até aquele ponto. Ela é do time da porcada, vcs sabem. Não é fanática, mas é porca.

- Hum. Não é só vc que é assim. São todos vcs, fanáticos!

Olha só, já valeu prela conhecer um pouquinho da realidade alvi-negra. Sofrimento, superação, passionalismo. Eu tenho orgulho de dizer que sou Corinthians. Eu sou Corinthians!
E vamos dormir. Porta fechada. E vcs não tem nada com o que acontece cá dentro. Podem dormir no sofá.