sexta-feira, 4 de setembro de 2009

É o último show da turnê “Nós somos as VV” em sampa.

Ressaca monstro em andamento. Já tentei sair da cama várias vezes e não deu. Meio dia e quarenta e ainda to em casa. Nada a declarar.
Porra. O jeito é ir pro trampo. Deus me ajude.
Tá rolando José Augusto, "Sonho por sonho". Eu adoro estas bregarias. É como ser viciado em alguma substancia nociva, um tipo de droga: vc sabe que faz mal mas não pode evitar. Além de cervejolatra, chocolatra, feijoadolatra, corinthianolatra, bucetolatra, eu sou bregolatra. Vamos analisar esta canção mais á fundo.

"Nunca imaginei que você quisesse de mim
uma noite só de prazer, uma transa apenas
(a música foi feita com um "eu" feminino, claramente é uma mulher se queixando)
Tudo que você me falou entrou no meu coração,
(a mocinha entrou no xaveco de um cara casado)
loucura cheia de sedução, mudou a minha vida
(provavelmente um cara mais velho cantando uma mulher bem mais jovem)
Não dá pra esquecer a emoção que eu senti com você
(ela se envolveu profundamente)
por tudo que não pode ser, eu te quero
(e ela sabia que o cara era casado, comprometido)
Eu não tenho tempo a perder com a solidão
na hora em que você me quiser, eu vou
(Olha o zap na mesa: homem nenhum resiste a free sex)

Beijo por beijo, sonho por sonho,
carinho por amor, paixão por paixão
Beijo por beijo, sonho por sonho,
carinho por amor, paixão por paixão

Tai. Quero cantar esta no show do Clube do Chinelo, sem dúvida. Que mais? Marginal emperrada. Entro na Anhanguera pensando que vai melhorar e leio o aviso eletrônico dando conta que o trevo da saída 18 tá congestionado. Pelo menos desta vez eles não interditaram a alça do 19. Tô a uns três quilômetros do trevo e o transito já parou. Levo nada menos que uma hora até entrar na maldita alça do 19 que tb tá morosa, como as duas pistas da rodovia. E a ressaca véia me devorando como cupim na madeira. Me ajuda meu Deus, me leva logo, não me deixa agonizar deste jeito!

Entro na sala com cara de mendigo com diarréia. As pessoas reparam meu estado que beira a putrefação. Estou um caco, caído, destruído. No fundo do poço. Mal inicializo o computador e tenho que cagar. Ai, ai,ai. Minha hora está chegando, estou certo.

Almoço? Nunca!

Fico aqui, atualizando as paradas, escrevendo uma ficha ou outra e a tarde vai deslizando lenta como uma tartaruga emaconhada. Não. Vou reagir. Desço e compro Eno e Engov. Mando pra dentro.

E ai? O Carlinhos quer que a gente vá até o GC pra ver como será operado o novo programa de caracteres. Vamos eu, Naná, Ed e Jorge. Eu nem estou aqui. O cara fala, fala, fala e eu só penso em poder parar, eu só penso em dizer não, depois penso na vida pra levar e me calo com a boca de feijão!

Desço pra comer algo. Sanduba de rosbife com alface e tomate seco. Coca zero. Coxinha, claro!
Volto. Mais umas fichinhas. Magrão tá me solicitando, mas to no fone dando uma entrevista pro Diário do Grande ABC sobre o show deste sábado no Catedral, em Sto. André. Terminei. Magrão quer falar das fichas do humorista. Quem fez foi o Dante. Ele vem tb pra reunião, junto com a Camila produtora. Ok.

Back to my table. Água. Tiro a camisa, pois to morrendo de calor. Calores e calafrios sobem pela minha espinha de elevador. Coloco na cabeça uma bóia que me foi presenteada quando minha hemorróida tava atacada. Abro o guarda chuva e saio desfilando pela produção. Jotaerre me fotografa http://twitpic.com/gh9x1. Eis o chefe da redação do Domingo Legal. É a demência? É!
E agora? Dex me fala que vai gente lá em casa hoje. To mortão. Quero dar um bode antes do show. Bem, daqui a pouco me mando e chegando lá eu vejo.

Cheguei. Seu Ricardo, D. Lívia, Hubert, Ritoca, Rodragg, Bio, Bafo, a tia Gi e o primo Ian da Dex. Falo ois, dou uma beliscada nos frios e quetais. Subo pra arrumar minha mala pro show. Mais um rolê, papinho aqui e ali e aviso Dex que vou dar um bodinho de uma hora antes do show. É o que faço. Raramente consigo dormir nestas ocasiões. Mas esticar a carcaça já ajuda muito.

Onze e pouco e to na atividade novamente. Me visto e desço pra mais um pouco de sala pras visitas. Deu onze e meia e me mando pro Aurora, meio bodeado, confesso.

São Paulo tranqüila. Rapidamente to parando no estacionamento do coreano que não é o da frente do Aurora. Briguei com o dono deste. Morrem 15 reais. To empurrando minha mala de figurino 13 de maio acima. Butecos floridos, algumas pessoas me cumprimentam. Cruzo Zé Paulo e senhora na porta. Papo, tiração de sarro pela derrota do Santos e vamo pra dentro. Fila mínima na porta e lá dentro não tem muita gente.

Opa, tá comendo um show embaixo e lá sim, tem um galerinha. Converso com alguns fãs e troco idéias com Edu que disse ter se atualizado sobre a minha vida lendo meu blog por seis horas seguidas. Caraio!

Minduim, sua bela irmã e Cris chegam. Fiz o piloto do programa de literatura com Soninha sob produção deles. É um dos vídeos que mandei pro CQC. Que mais? Levo minha mala pro camarim que está ás moscas. Volto, cruzo Banas e Simon e pego o cartão da banda, pra começar a bebericar. Edu tb quer um drink. Duas Heinekens saindo!

Dou uma descida, cumprimentando as pessoas. Vejo um pouco de uma das bandas de abertura, que ta mandando um medley do Ultraje. Que gênio da simplicidade é Roger Rocha Moreira. Que belos rocks cheios de humor e diversão que ele já fez pro Ultraje. Bem, deu de rolê, vou pro camarim.

Fico aqui, bebendo umas e outras e conversando com as pessoas que vão chegando. Simon, Ju e Marcelo Mickey Hourke, Banas, Tuca, Roy, Caran, Rico, Rodrigo e Marcinho. Por último Cavalo e Juju. Dou uma entrevista pro site oficial do ACDC no Brasil e como tenho o nome da banda tatuado no braço, eles resolveram falar comigo. Uau! Olha os olhos azuis desta câmera. Calma, Dex. Foi só uma observação!

O pessoal do documentário da Carol segue gravando nossos camarins. Uma e meia e começo minha alongagem. Duas horas e to pronto. É o último show da turnê "Nós somos as VV" em sampa. O próximo, dia 16 de outubro, será no Inferno, o lançamento do "Ninguém Beija Como as Lésbicas".

Marcinho grita no palco, a gente grita no camarim e simbora pro rock. Seqüência normal exceto pelo fato de que hoje vamos fazer duas novas: O Gênio da Garrafa e Bunda Boa.

Muita breja e demência depois, mandamos o Gênio e, como no Kazebre, a moçada vem junto. Mais umas canções e mandamos Bunda Boa, recebida com menos intensidade que a outra, mas legal tb.

Terminou. Volto de Mago. Raul comendo. Mais duas nossas, Fábio Brum dando canja na guita do Roy. Já era. Duas horas e dez de show. Cool.

Ajeito meus trapos molhados, bebo mais uma e saio pra falar com a moçada, tirar fotos, dar autografo, estes papos de pós sal.

Sempre vou descendo até o banheiro lá de baixo. Depois subo, ajeito a parada toda para ou beber mais ou me mandar. Hoje vou me mandar, pois to só o pó. Nelsão do Golpe de Estado, devidamente trajado numa camiseta do Baranga, vem me tirar dizendo que quer que eu faça uma letra pra banda dele, mas que com esta minha exposição no CQC que eu to metido e não tenho tempo.

- Vai se fudê, Nelsão! Vc ficou de me ligar pra gente marcar e não ligou!

Ok. Olha Brum, Ademir e Pierre Maléfico aeh. Mais umas conversas com o povo e to descendo a Treze de Maio. Carro. Uma lata de cerveja Itaipava jaz aberta no console e eu de roupão amarelo pensando que se a polícia me parar vai ser difícil explicar o que faço com bafo de jibóia e vestido como o piu-piu.

Mais de cinco da matina e até a Polícia ta dormindo. Sigo sossegado. Home. Banho. Sanduíche.
Seis e pouco e to sem sono, vendo Tv. Opa, pesquei!

Cama. Dia claro e ao me ajeitar Dex rosna alguma coisa. Não sei decifrar. Preciso dormir. O dia foi longo. E daqui a pouco tem mais.