quinta-feira, 17 de setembro de 2009

- Então estou fora do CQC por WO, querida!

Sete e quinze. Jump. Porta destrancada para dona Rosa. Jornal sob o braço a caminho do trono. Reinado.

Olha a foto do Obama fingindo lutar esgrima em frente da Casa Branca, para promover a candidatura de Chicago ás Olimpíadas de 2016. Na versão Lula, o esporte seria virada de batida de maracujá em Copacabana. E eu apoio!

A legalização dos bingos ta em processo. Eu já disse e repito: deveriam obrigar estes cassinos disfarçados a ter música ao vivo! Show é show! Aliás, libera a porra do jogo logo. Todo mundo joga. Menos o Fluminense!

Por falar em futebol, Ronaldo quer voltar domingão ao Timão, contra o Goiás, pra abrir caminho pruma convocação do Dunga. Sorte nossa. Azar do Goiás.

Sábado de manhã aqui em sampa, comemorando 18 anos de campanha pela despoluição do rio, tem projeto Praia do Tietê entre as pontes das Bandeiras e da Cruzeiro do Sul: guarda-sóis, esteiras e cadeiras estarão á espera de quem se arriscar a tomar sol no local. É bom ter cuidado pra nenhum banhista se assanhar e dar um mergulho. Há 100 anos isso seria possível. Quem sabe daqui a 100 anos tb!

E o livro novo do Dan Brown, o Símbolo Perdido, já sai com 5 milhões de cópias vendidas. Sou fã do cara. Podem me chamar do que quiserem. Pra mim é Dan Brown lá fora e André Vianco aqui.
E bora me banhar. Taratatá!

Internets. Depois tenho que montar minha mala e deixar na Gabaju, pois a banda segue pro Mato Grosso do Sul hoje á noite. Bons tempos em que eu podia ir no busão, bebendo e curtindo. Mas este fim de semana, em especial, tem um motivo nobre: CQC. Vou fazer uma epopéia de idas e vindas, mas não vou perder por W.O. E quando a doideira mais estiver me apertando o pescoço vou mandar parar o mundo, descer e passar um ou dois anos coçando o saco e bebendo no buteco á beira mar. Me aguardem. Minha revolução ocorre de dentro pra fora. Como um vírus, entro sorrateiro e quando se dão conta, tá tudo no chão.

Hey, ho, let's go!

Mala. Gabaju e SBT. É noise!
Passo rapidamente pela "Diasland" e encosto os dois volumes num canto da sala. Beijo e cumprimento todos e me voy. SBT na alça de mira. Vou ouvindo um som. Vários sons. Mudando o tempo todo. To ansioso. Hoje devo ter uma definição do que farei no CQC. O dia de ontem foi um caralho, o de hoje não pode ser pior. Ou pode? Sempre pode, né! Hum!

Terras Abravanélicas na área. Antes mesmo de passar a cancela reconheço um ex-segurança do Gugu que me cumprimenta de longe e pergunta como ta o CQC. Digo que to na semifinal de segunda. Ele deseja boa sorte ao que agradeço com um meneio de mão.

Carro parado, a caminho da produção do DL. Um capuccino da máquina pra animar e bora. Valter Leite me cobra o roteiro da "Surpresa" de amanhã. Ok. Vou trabalhar nisso agora. As pessoas vão almoçar e eu ataco este roteiro. Depois eu como.

Naná e Ed faltaram. Ambos estão indispostos. Melhor hoje que sexta. No caso da Nádya, tá tudo sob controle. O Ed precisava acertar detalhes num vt e o Jorjão ta cuidando disso. É assim que se trabalha em grupo, um cobre o outro e os dois juntos peidam pro diabo! Já ofereceu um peido pro diabo? Ofereça. Ele fica puto!

Termino o roteiro e toca o telefone. É a Gi do CQC dizendo que pode rolar uma matéria na sexta de manhã. Se isso acontecer, cancelo toda a demência de aviões no sábado e curto o fim de semana no MS. Ela fica de me ligar em seguida pra confirmar. Espero que role. Será a salvação da lavoura!

Termino o roteiro e vou comer algo. Salada de merda. Almôndegas de bosta. E um pouco de Yakissoba por baixo da alface, pra não pagar o peso. Ok. Cruzo o Aldrin Mazzei, diretor do Esquadrão da Moda e ele, que foi um dos que me aconselhou a aparar barba e cabelo, diz que o visual ficou legal.

- Mas cortei no Lao, porra! Sou Vintage e não Hypado!

Comido. Saio do restaurante e um segurança me cumprimenta, perguntando do CQC e da banda. Noise. Passo no banheiro e não estou certo se quero cagar ou só mijar. Sento no trono e deixo a natureza decidir, enquanto passo o fio dental preguiçosamente entre os dentes grudadíssimos. Olha que caguei! Porra!

De volta á redação. Valter Leite tem pequenas alterações no roteiro. Faço. Transformo a bagaça em fichas e mando pra equipe dele. Agora querem que eu ache uma definição compreensível para Déjà Vu. Olho alguns dicionários, saco que em francês quer dizer "Já Visto" e explico que é a sensação de ter estado em um lugar onde nunca estivemos ou de já ter feito algo que, na verdade, nunca fizemos. Acho que o povo entende. Odeio ser presunçoso e achar que as pessoas são burras. Mas algumas são mesmo! Então, tem que mastigar! Eu mastigo, sim senhor!
Gi me liga do CQC e parece que tenho um "déjà vu", eu mesmo.

- Paulão, a matéria será sexta á noite. Vc tem que estar na produtora pelas 20h30 e a coisa mesmo acontece a partir das 23h30.

Como pegarei o último vôo desta sexta feira de Campinas para Campo Grande ás 22h; e como terei que estar no palco em CG pelas 01h00 da manhã, não posso fazer uma matéria ás 23h30 em sampa.

- Então estou fora do CQC por W.O., querida!

Segue-se uma conversa onde explico que tenho este compromisso marcado há três meses e que meu dead line é estar no avião das 22h da Azul. Gi me põe pra falar com o responsável pelas pautas e explico que tenho estas datas faz tempo, que quero mais que tudo ser o 8º CQC, mas que não posso deixar de cumprir meus compromissos pré-marcados.

- Sei que não é problema de vcs e sim meu. Vou até lá na segunda, ao vivo, e explico no ar que não pude comparecer na gravação matéria e saio por W.O.

Desligo o telefone arrasado. Pelos sonhos cultivados durante o concurso. Pelas etapas vencidas. Pelo tesão que tenho de ser parte do programa. Pela vontade de ganhar. Por tudo que rolou e tem rolado nestes dias, tensões, expectativas, maratona aérea, grana que sairá do meu bolso, tudo isso. Desarvorado, sigo fechando textos e me virando no DL. A cada dez segundos entra alguém pedindo texto, roteiro, providencias ligadas ao programa do SBT. E eu, derrotado, tenho que manter a peteca em cima. E quer saber? Porra, sai um peso das minhas costas. Se não é pra ser, então melhor sair logo, porra. Jorjão ouviu o papo e pede que eu me acalme.

- Eles vão achar uma solução. Calma! - diz ele.

Momentos, instantes, segundos, séculos, o tempo entrou parafuso ao meu redor e dentro da minha cabeça. Saio, caminho, tomo mais um café. Foda-se. Vou encher a cara e tocar rock em Big Field. Tô á beira de um colapso! Mas não posso me dar ao luxo de ter um!

Toca o telefone. Engano. Toca o telefone. É a Gi.

- Ok, tamos dando um jeito, mas fique de plantão, a gravação pode ser a qualquer momento!

Mas que porra de tortura psicológica é esta? Ok. Saio daqui agora e gravo seja o que for.

Volto pra mesa e me preparo para fazer o roteiro da "Surpresa" do WW, que é pra sábado. Me enrolo, crio novas esperanças e o tempo...o tempo sei lá eu o quê! Quem disse que o dia não poderia ser pior que o de ontem?

Fone de novo. É o seguinte: voltamos para a matéria do fim de semana, do sábado. Informo que tenho todo o esquema pra vir, gravar e voltar no sábado. Eles me dizem que a gravação seria até a meia noite e explico que pego o último vôo de sábado para CG ás 22h em Guarulhos. Mas das 13h até umas 20h00 me viro e pelo menos não perco por não comparecimento no programa ao vivo de segunda. Perco no campo, jogando, caralho, porra! Ok. Ta aceito o esquema. Mas precisam de mim tb no domingo, pois o evento que vamos cobrir ainda estará rolando.

- Sem problemas: compro a passagem no primeiro vôo de domingo que saia de CG e volto pra gravar mais!

Virado? Viradíssimo. Cansado? Idem, no mesmo superlativo! Foda-se? "Foda-sesíssimo"! É noise! Tô de volta no jogo!

Claro que pra voltar domingo terei que encarar de carro os 300 km entre CG e Dourados. Supondo que eu saia domingo de Dourados pelas 07h00 da manhã, chego em Big Field ás 10h. Tem um avião direto que sai ás 11h e chega em Congonhas ás 13h30, mais ou menos. Pego um táxi e em 30 minutos to gravando, seja onde for! Seja o que for! Porra!

Fechado. Sabem quanto vou gastar em 4 passagens de avião neste fim de semana? 1.200,00 reais. Mais táxis e transporte de carro até e desde Dourados? O buraco vai passar de mil e quinhentos reais, saindo do meu bolso. Com o que vamos ganhar nos shows, devo abater uns mil, pouco mais ou menos. Vale? Vale! E to no jogo! E se tudo der certo, e se eu gravar bem, e se estiver no páreo na segunda e se eu passar pra final, vcs vão ouvir o mais longo e emocionado urro de vitória que a Tv brasileira já mandou pro ar.

Vou ao banheiro lavar a cara e avaliar a demência que me envolveu e ainda paira sobre mim. Uh! Passo por WW e ele me avisa que a gravação de sábado "caiu". Portanto, nada mais tenho pra escrever pro SBT hoje. Brigado por esta "canja", meu Deus! Gentileza sua!

Passo a pesquisar o tema da gravação, tento bolar abertura, perguntas engraçadas, réplicas, tréplicas. Um tiro só não vai me derrubar! Great Big Wolf!

Chega. Home.

O pessoal da Carol, da Anhembi-Morumbi, que ta fazendo um TCC com a gente vai gravar aqui em casa. Bebi toda a breja ontem com a Dex, exceto "aquela" que o Zé me deu pra abrir quando eu ganhar o CQC. To morto e sem forças e tempo pra comprar brejas e quitutes. A moçada merece, mas não dá. Ficarei devendo um churras preles.

Tudo montado na minha sala. Duas horas de depoimento sobre a história da banda, opiniões, estas porras. Terminou. Tomei um quarto da garrafa do Vinho do Porto. Era o que tínhamos!
Eles se foram. Vou jantar. Dex fez uma espécie de Suflê de batata, queijo ralado e carne moída. Eu amo carne moída. E ta uma delícia. Uau!

Acabou. Tv. Sono. Fui. Só voltarei a dormir nesta cama domingo á noite. Me leva e me traz de volta inteiro, meu Deus. Não sei quando escrevo de novo pra vcs!