sábado, 5 de setembro de 2009

Olha a cara do Maradona: chupa minha rola verde e amarela, uhu! Gol do Brasil.

Saio da cama pela uma. Dex ta cozinhando. Pego o jornal e o que há de mais interessante é Brasil e Argentina, hoje ás 21h30 na TV. Os hermanos tão mal na fita e uma derrota pode por em risco a ida deles pra Copa da África do Sul, ano que vem. Nós tamo na liderança e vamo comer Argentino frito esta notche! Ao todo são 95 anos de história, 96 jogos, com 36 vitórias brasileiras, 33 argentinas e 23 empates. Lembro de um jogo inesquecível entre nós e eles neste mesmo estádio de Rosário, na copa de 78. Se tivéssemos vencido teríamos sido campeões em plena copa realizada na terra de nossos maiores inimigos futebolísticos na América. Foi zero a zero, com muita bordoada pra todo lado. Do nosso lado sobressaiu-se um médio volante viril e pegador chamado Chicão, do São Paulo. Devolveu os pontapés argentinos com vantagem. Bateu o pau na mesa. Saímos da copa invictos e com um tal de título moral que não adianta nada. Mas que aquela copa teve cheiro de treta pros caras ganharem isso teve. Deixemos de chororô. Hoje tem mais!


Mais o quê? Mais nada. Banho. Bronha? Why not.

Almoço. Dex me intima a lavar a louça. Ok. Tenho que ir na loja de fantasias tirar medidas pras roupas do Genelvis.

A costureira e dona da bagaça não está. Peço um desconto pra fazer as três versões da roupa. Como a proprietária não se encontra presente, a funcionária não pode resolver. Tiro as medidas e aguardo se eles vão ou não me dar desconto. Terça feira eles me respondem e eu me posiciono.
Passo no largo do Tremembé pra comprar um presente pros meus Tios Valter e Dolores que comemoram 50 anos de casamento (Bodas de Ouro) numa missa aqui perto, hoje. Compro um espelho com mosaico á volta, nesta onda hindu muito em moda nos dias de hoje.

Home. Dex ta pronta. Eu tb. Bora pra missa dos meus tios.

Muitos parentes que não vejo há uma cara estão presentes. Além dos noivos, da neta Giu, da filha Luciene e do marido Ernesto, estão tia Preci e os filhos Edson, Eliana e Helena. Uma prima em não sei que grau que e já era idosa quando meus pais ainda eram vivos, há mais de vinte anos, Dona Eraclides. Ta mais velha ainda, mas ainda na ativa. Meu irmão mais velho e minha cunhada tb chegam. É isso. O padre é jovem, careca e lembra o Marcão goleiro do porco. A cerimônia é emocionante. 50 anos de casamento não é pra qualquer um. Meu tio tá meio cego e não consegue ler o texto de renovação nupcial. Minha tia ta meio surda e não entende nada que o padre fala. A coisa vai. Velhice? Se a gente tiver sorte, a gente chega lá. Senão, como dizia a vó da Dex recém falecida, a gente morre antes.

Meu primo Vartão não tá na área. Ele é tretado com a irmã e não deu as caras. Me dizem que ele sofreu acidente de moto. Estaria meio detonado. Preciso visitá-lo. Mas não vai ser hoje. Dex tem compromissos "batecabecisticos" e vai pro centro. Antes do final da missa, o padre lembra os aniversários e datas importantes da semana, incluindo os 99 anos do Timão na última terça. Olha só, uma padre declaradamente Corinthiano. É noise!

Vou ao carro pegar o espelho que comprei pra tia e aproveito pra me despedir de todos. Tem uma festinha, mas não dá tempo pra nós. Ainda dou um abraço no Padre.

- Porra, com esta batina alviverde eu não imaginei que vc fosse corinthiano, padre.

Ele sorri e agradece a presença. Padre gente fina. Simpatizei com ele, não sei porque. Eh, eh, eh! Home again. Dex se manda. Antes me beija muito. Quando ela voltar já terei ido pra Sto. André. De lá voltamos pra Gabaju pra trocar a Van pelo busão e vamos pro Rio. Só vou ver meu amor na segunda pela hora do almoço, imagino. Isso se Deus quiser. Queira, Deus, please!

Internetices. A porcada ta empatando em casa com o Barueri na reestréia do Vagner Love. To secando, claro. E na expectativa do Brasil e Argentina, ás nove e meia. Banas me liga e diz que vem me pegar pelas 23h. Vou perder o fim da porfia.

Porco faz um. Merda!

Ok. Simbora arrumar minha mala de show e viagem, comer algo e me concentrar pro jogo. Noise!
Não posso dizer que espero um jogo tranqüilo. Encarar a Argentina é um terror em qualquer lugar do mundo. Mas em Rosário é o cão. Só seria pior em La Bombonera.

Eles começam tentando mandar no jogo. A gente se defende. Perigo, perigo eles não chegam a levar. Mas com gente como Messi e Verón do outro lado, qualquer jogada pode virar perigo de gol. A torcida dos hermanos está ligada e pressionando como era de se esperar. Epa, opa. Uma falta pra gente. Elano manda pra área e Luisão envia pra rede. Olha a cara do Maradona: chupa minha rola verde e amarela, uhu! Gol do Brasil. Eles ficam meio desnorteados e vem pra cima.
Outra falta, agora mais de frente pro gol deles. Elano e André Santos na bola. Elano chuta forte e a bola desvia na barreira. Kaká vai atrás e mete pra trás. Quem é que chutou? O goleiro pega. Larga. Luis Fabiano e caixa. Gol. Dois a zero. Maradona ta com dois dedos enfiados no cu! Uhu! Uhu! A torcida não crê.

Acaba o primeiro. Começa o segundo. Eles estão atabalhoados e não conseguem chegar. Temos que tomar cuidado, pois um gol deles, mesmo desorganizados, vai incendiar a torcida. O cara pega a bola no meio da rua e manda um balaço. Julio César ainda toca, mas ela vai na gaveta. 2 a 1. Puta que pariu. E agora?

Os caras crescem. Contra ataque brasileiro Kaká pára na altura do circulo central, espera a corrida de Luis Fabiano, olha, hesita. Mete uma bola com açúcar e com afeto. E o cara mete na rede. Que puta golaço. Não gosto deste crente abilolado chamado kaká. Mas que passe foi este? Puta jogada. Meio gol! 3 a 1. E passa a régua.

Maradona como técnico ganhou duas e perdeu três: não fede e nem cheira. Ops, não fede! Eh, eh, eh! Antes do jogo acabar tô na van com Banas, Jorjão e Tuca. Levo uma Itaipava preles e tomo uma espanhola escura. Mui buena.

Tamo descendo a lenha no Maradona. Aproveitei e troquei de camisa, colocando uma verde e amarela das VV. Sou muito Brasil, caralho! Tamo na copa, sim senhor! Chupa Argentina da minha rola!

Gabaju. Todos a bordo. Bora pra Sto. André. Encontro alguns amigos no Catedral: Peito e Johnny dos Búlticos. Sandro do Kães Vadius. Camarim legal. Opa, que porra é esta? Uma pulga comendo meu pé. Tem pulgas nesta porra, caralho. Vamos bebericando e aguardando a hora do show. Entrevista prum programa local, Aumenta o Som. Alongamento. Embriagamento. Figurino. Grito. Fomos.

Palco pequeno, mas com uma cerca na frente. Meu joelho é que segura a galera. Mas ta tudo calmo. Calor da porra. Animação da porra. Tocar no ABC é sempre du caraio!

O set segue com três canções novas: além do Gênio e de Bunda Boa, mandamos tb "Essa mulher só quer viver na balada", numa versão mais lenta que o cd, pra dar pras pessoas sacarem a letra. Bis com Raul. Tem uma mocinha azunhando minha barriga o tempo todo na frente do palco. É novinha, mas tem as unhas compridas, afiadas. Caraio! Cada vez que chego na ponta do palco ela me puxa pela roupa. Sou obrigado a ficar um passo atrás, senão ela destrói meu figurino. Já no fim ela me puxa novamente e me desequilibro, batendo a boca no microfone. Sangue!

- Caralho, pára de me puxar, porra!

Ela acusa o golpe, fica sem graça e sai de fininho. Duas horas e quinze depois o show acaba. E a galera ta delirando. Foi um puta show, mais uma vez. Camarim lotado, tranqueiras sendo guardadas. Saio pra falar com a galera, dar autógrafos, etc. A mocinha que me unhou e puxou o show inteiro vem pedir desculpas. Ok. Ta tudo certo. É que esta porra dói e enche o saco!
O gerente da casa me presenteia com uma capa com capuz que ele diz que o ajudou a pegar muita mulher. Vai virar batina de frei durante um próximo show. Brigado, véio! Tem uma galera de motoclube tb. Fomos.

Van, novamente, a caminho da Gabaju. Tamaqui. Abro um computador e mando uns twitters completamente embriagados enquanto Juju toma banho. Minha vez de tomar banho. Cavalo e sua esposa Juliana estão deitados no chão do escritório. Vamos pro Rio? Todos no busão. Bode. Merecido. Ufa, cansei! Mas daqui a pouco tem mais.