domingo, 6 de setembro de 2009

Tuca não atende. Este caralho já dormiu debaixo do chuveiro uma vez: é demente!

Busão. Torpor. Café da manhã meio zumbi. Não sei se falei, mas Banas mandou seu irmão clone em seu lugar. Fred é tão parecido com nosso empresário que dá pra confundir, mesmo! É ele quem ta comandando a trip pro Rio.

Busão de novo. Bode.

Meio dia e cacetada. Caraio, que vontade de cagar. Levanto pra pedir pro motora parar. Tem banheiro no busão, mas cagar aqui significa aturar cheiro de bosta a viagem inteira. Coincidentemente, o ônibus começa a encostar antes que eu peça. O motora diz que estamos a meia hora do Rio e que este é o último posto onde dá pra comer antes de entrar em Wild River. Enquanto eles decidem se vamos rangar aqui ou não, eu desfilo com as pernas apertadas segurando a merda, em direção do banheiro do Habib's. Uhu! Ary Toledo já disse: a felicidade consiste em chegar a este lugar a tempo. Bosta pra fora, não vamos almoçar aqui. Estrada novamente. O subúrbio do Rio vai se desfraldando aos meus olhos sonolentos. Casas simples, favelas urbanizadas, córregos. Olha só, o campo do São Cristóvão. "Aqui nasceu o Fênomeno", ta escrito na parede.

Tamos pegando (ou já pegamos) uma destas linhas coloridas do Rio, sei lá se é a verde ou a amarela. Quem sabe a vermelha. Estamos passando em frente do Galeão. As pontes sobre canais se avolumam. Lá ao fundo vejo guindastes que indicam a proximidade do cais. Eu simplesmente amo o Rio de Janeiro. Esta será apenas a quarta vez que nos apresentamos aqui e ainda é um lugar a ser conquistado pelas VV.

Desta vez estaremos tocando na Lapa, berço histórico da boemia e atual local de agitação cultural e notívaga. O Teatro Odisséia pode ser um marco na nossa trajetória no Rio. Roda, roda e chegamos ao Hotel Íbis na rua Silva Jardim, em frente de uma bela Igreja Presbiteriana. Muita demora no check in. Mais demora pra arrumar os quartos que estão reservados, mas ainda não estão prontos.

Uma da tarde. Meu quarto saiu. Invoquei o estatuto do idoso, eh, eh, eh! Pendurei as coisas molhadas de Santo André e estou descendo pra rangar no hotel mesmo. A coisa ta tão confusa que a maioria da equipe ainda nem sequer entrou no quarto. Vamos comendo aos poucos. Eu já bebi uma e to na segunda Original. Minha comida chega. Arroz, legumes e bife com cebola em cima, tudo sem a menor graça. Pra baixo. Enquanto alguns comem e outros pegam a chave, eu subo pra dar bode.

Tem o Gegê que deve me ligar, assim como o Rennan. Mas não pretendo sair com nenhum deles agora. Vou descansar pra fazer um puta show e conquistar esta cidade deliciosa de vez. Cama. Pelado. Mengo e Furacão na tv. Bode.

Volto á consciência pelas seis e pouco. Rennan ta vindo pra cá. Tomo um banho. Os bambis viraram em cima do Cruzeiro no Mineirão. E o Mengo empatou mesmo em zero. Futebol do Rio tá lamentável. Um time na segundona, dois caindo e só o Mengo meio vivo, em 11º. Ta foda! Arrumo minha mala de figurino.

Sete e meia e Rennan ta lá embaixo. Desço com minha camisa listrada em roxo e preto do Timão. Roy ta bebendo com um amigo, Rennan e outro amigo estão junto. Junto-me a eles e peço mais uma breja. Eles pedem outras e vamos bebericando. Na tv o Inter, mesmo com dois a menos, vence o Avaí na Ressacada por dois a zero e está a um ponto da porcada. Me dói dizer isso, por conta das rixas recentes, mas vou ter que empurrar o Inter pra cima do porco. Ou quem sabe o Timão embala e ainda ganha a tríplice coroa? Heim? Seria lindo.

Papo vai, papo vem, to com fome. Ligo pro Fred e ele me diz que esta vindo com a Van pra pegar a gente pra jantar. Aciono Tuca, Cavalo, Juju, Simon. Roy ta aqui. Tuca não atende. Este caralho já dormiu debaixo do chuveiro uma vez: é demente!

Opa, todos embaixo. Van chega. Rennan, o amigo e o amigo do Roy vão pra Lapa. Nós tb, pois o restaurante fica a duas quadras do local do show. Ta escrito que este restaurante existe desde 1903. Caraio!

Edu, Caran, Rico, Marcinho e Rodrigo já estão sentados e pediram três pratos que, teoricamente dão pra dois. Beleza.Vou com eles. Uma tal de vitela que mais parece um picadão e dois bifões com fritas. To no chopp Brahma. Ta todo mundo comendo. Pronto.

Vou pra rua observar o fervilhante centro cultural e boêmio do Rio conhecido como Lapa. Ainda há pouco, quando vínhamos por restaurante, passamos ao lado dos vistosos arcos locais. É bonito! É bonito!

Todo mundo terminou. Entrou um cara com uma morena estonteante no restaurante. Tem muita mulher bela em Wild River. Van.

Os motoras resolvem ficar pela Lapa e dar um rolê. Hum, tão mal intencionados, heim!
Hotel. Bodinho. Tá quase na hora de ir pro show. Brasil ganha de Porto Rico no basquete por um ponto, chorado, dramático, e se sagra campeão da Copa América em plena capital de Porto Rico. Du caraio! Welcome back, basquete brasileiro!

Van. Bora pro show. A Lapa tá ainda mais agitada round midnight. Uma respeitável fila se forma á frente do Teatro Odisséia. Thiago, que esteve entre os 32 CQCs, me cumprimenta. Digo prele ir ao camarim.

Inside!

Duas bandas estarão no palco antes da gente, assim como um strip tease feminino. claro. O camarim não é gigante, mas tem banheiro e bebida. Peço que desliguem o ar condicionado. Ajeito meus panos de bunda, coloco minha samba-canção do Timão e to bebendo, sentado ao lado do Simon.

Uma galera ta gravando nosso camarim. Um outro cara vem me entrevistar. Tento dar um cuecão em Rico mas ele contrataca e rasga minha cueca. Caraio, olha eu de bunda de fora, parecendo um stripper. A gente amarra a bagaça e diminui o buraco. Thiago do CQC aparece pruma breja. Acho estranho ele manipular várias vezes o celular durante o papo em que eu falo de minhas impressões sobre o CQC.

Pergunto se ele ta gravando e ele diz, surpreso, que não faz isso. Achei estranho, mas ele diz que queria é tirar uma foto comigo. Ok. Sorry, man, mas cachorro mordido de cobra tem medo de lingüiça. Aline, ex-CQC, tb vem ao camarim. Papo bom, energia boa. A casa ta abarrotada e sou informado por Raoni ou Vinicius, não sei qual dos dois contratantes, que ficou gente pra fora. Uhu! Este vai ser o nosso show mais importante em Wild River. E abrirá espaço para muitos outros, tenho certeza. E é por isso que insisto que façamos o show da turnê que está no fim, apenas incluindo o "Gênio", do cd novo. Hoje a gente tem que arrebentar!

Palco? Palco!

Vamos mandando uma porrada atrás da outra. Palco menos largo que o de Sto. André, mas com um espaço maior pra mim na frente. Público ensandecido e com saudades. Faz cinco anos que não botamos os pés no Rio. E o bicho pega mesmo!

Olha o Gegê aí na frente. Olha a Aline na lateral.

Tudo nos conformes. Showzaço em andamento. Dou uns abraços no Cavalo e acho que estamos selando o fim dos nossos desentendimentos hoje, em terras cariocas.

Bis.
Raul.
Terminamos com as nossas. Du caraio.

Camarim pegando fogo. Tralhas guardadas. Desço pra falar com a galera toda. Fotos, autógrafos, vcs sabem. Gegê veio com a patroa. Tem aquela amiga dele que tava em sampa uns dois meses atrás. Claro que eu esqueci seu nome. Mas lembro de seu rosto. Tem mais umas amigas dele. Tem mais Algumas pessoas que eu conheço do orkut. Outros com quem falo no Twitter. Cumprimento a DJ que ta tocando uns sons legais. Abrax em todos e to indo pro busão.
Tuca tá de papo com uma moça. Aposto meu cu que ele vai ficar por aqui.

Busão divertido.

Quarto. Ligo o som. Roy e o mano dele tão aqui, assim como Fred. Enquanto eu me banho eles pajelam meu quarto. Saio do banheiro e eles já se foram. Organizo tudo, me visto e to pronto pra ir. Quando subi comprei quatro latinhas de Skol. Já dei cabo de duas e agora to ouvindo um som, bebendo a terceira e observando o amanhecer desta cidade que me fascina e seduz. Com a certeza de que demos um grande passo pra firmar nosso nome aqui.

Café da manhã.

Busão. Tuca ficou mesmo. E a gente ta voltando com certeza de dever cumprido. Segunda feira véia de guerra em andamento e antes dela terminar estarei ao vivo no palco do CQC tentando fazer jus a todas as manifestações de carinho e torcida que tenho recebido ao vivo e virtualmente. Pra cima deles, Paulão. E algo me diz que teremos perguntas ligadas ao sete de setembro, dia de hoje. Mas agora é hora de bodear! Até sampa, gente! Até já Rio de Janeiro querido: eu gosto de vc!