segunda-feira, 19 de outubro de 2009

- Reggae é o caralho - vocifera previsivelmente meu parceiro de 23 anos de banda, descendo a mão na guitarra!

Sexta feira – 16 de outubro de 2009

 

É hoje que termino meu blog.

Prometi que ia fazer um diário do lançamento do Cd. O lançamento é hoje. Quando chegar em casa depois do show e for dormir termina o relato. É assim, como jogo do bicho, vale o escrito. To pensando nisso ainda deitado no sofá pelas 6h30 da manhã. Porra, se vamos ter que estar no Inferno ás 19h pra gravar o Metrópolis, podemos passar o som e ensaiar por lá mesmo e cancelar este estapafúrdio ensaio desta manhã de sexta, ás 10h, no Roy. Claro.

Pego o jornal, cago. Assepssio-me.

Agora já são sete. Já dá pra ligar pro povo. Aviso todos e todos parecem aliviados. Encarar o transito da sexta feira até a Vila Mariana a esta hora ia ser foda. Só não falo mesmo com Roy, mas como o ensaio seria lá, um recado no celular deve resolver. Volto pro sofá e durmo gostoso mais umas duas horas. 10 e tanta e vou pro chuveiro. Mais uma cagadinha, antes. Internets. Dex levanta. Bom dia. Ela pergunta que horas eu vou pro Inferno e começo a rir.

- Tem hora pra ir pro inferno? É só mandar que a gente vai. Ah,ah,ah !!

Quer saber, vou comer algo aqui em casa antes de ir pra terras abravanélicas. Assim, chego já metendo a cara no trampo. Dex foi rodar pela 25 de março. Que porra ela foi comprar?

Pego um daqueles bifes da geladeira e mando pra frigideira. Tem um pouco de farofa e batata palha. Vai funcionar. Hum. Pra dentro. Pra rua.

Opa, simbora pro SBT.

Pouco terror no trajeto. Será que hoje é sexta feira? Terei sido abduzido? Isso não é sampa numa sexta. Tenho a porra do compromisso de estar na entrevista ás 19 em plena Rua Augusta. Antes preciso finalizar o caralho do roteiro do "Vc não vale nada...". Chego e vou direto ver as imagens. Termino de vê-las pelas 15h30. Começo a me organizar. Tem citações pra caralho de todo o trajeto percorrido pelo marido a ser reformado: Spa, psicologa, jantar, etc.

To quase terminando e passa pouca coisa das 17h. Magrão me chama pra falar da Piscina. Porra, isso é com o Jorjão. Mas ele quer falar comigo. Conheço o Magrão o suficiente pra saber que quando ele quer falar de algo, é melhor ouvir!

Repasso as instruções pro Jorjão. Termino meu roteiro. Mando offs pra locutora. Imprimo e passo pro diretor ver se é isso. Começo a escrever as fichas. 5 para as seis e parece que ta tudo certo. Deixo a galera fechando o programa e corro pra entrevista. Segundo Dante checou na Internet, tudo livre até o centro. Seis da tarde? Será possível? Duvideodó!

Me mando por uma Anhanguera evacuada. Cruzo a ponte ás moscas, sigo pela Lapa, Rua Clélia, com transito de feriado. Só falta o Minhocão estar sem movimento.

Não! Ta paradão. Percebo a tempo e saio por baixo do elevado, pela São João. Ta indo tudo bem e eu me sentindo malandrão, pois dei um gato no engarrafamento do Minhocão. Eis que quando viro á esquerda na frente da Igreja de Sta. Cecília a coisa para. Levei 18 minutos do SBT até aquele ponto. E agora passo um, dois, cinco, dez, vinte e cinco minutos praticamente sem sair do lugar, neste acesso á Amaral Gurgel, ainda sob o Minhocão. E o terror é tanto que tenho que fugir. Quebro á esquerda e me meto pela São Luis. Olha só! Em dez minutos to subindo a Augusta. 19h05. Cadê o Inferno?

Passo batido e tenho que retornar mais pra cima. Não consigo. Finjo que vou entrar num estacionamento do outro lado, dou ré e to do lado certo. Olha a porra do Inferno aí. Passo e tento parar num estacionamento do lado já que as guias estão vazias, em sinal do risco de multa neste horário. O cara quer 15 reais até o amanhecer pra parar meu carro. Não vou ficar mais que duas horas. Não pago.

Saio e acho um outro estacionamento que cobra por hora. Ora, bolas!

Subo a Augusta arrastando a mala de figurino Inferno adentro, sem nenhum capetinha na porta.

A técnica está finalizando seu trampo, roadies no palco, Caran na mesa de som, Rico acertando luzes. Tati, nossa nova assessora de imprensa, correndo. Tuca, Cavalo, Simon, Roy, todo mundo aqui, menos Juju que vem mais tarde. Disponho minhas roupas no camarim. A equipe do Metrópolis ainda não chegou. Transito maldito. A gente começa a colocar o figurino. Tamos prontos. Chega Marcelo, cinegrafista/entrevistador, que colhe imagens e bate papo com a gente. Passamos três canções pra tv, neste programa que deve ir ao ar na segunda feira, pelas 21h30.

Rolam "Esta mulher só quer viver na balada", "Ninguém beija como as Lésbicas" e "O Gênio da garrafa", com cujo figurino executo todas as músicas.

Depois é papinho comigo e com Cavalo, em separado, eu falando mais do disco e ele mais do HQ que está sendo lançada.

Ok. A reportagem se foi e promete voltar mais tarde pra gravar o show. Nós damos uma passada nas músicas que tenho mais dificuldade com a letra.

Passa de nove e meia da noite e tamos indo embora. Ainda há tempo de roubar um pedaço de pizza do jantar dos roadies antes de me dirigir á minha goma no pé da serra. Será a única coisa que vou comer antes do show. Dex foi beber umas e outras com Carlota e Álvares no Terra Nova, mas promete estar de volta a tempo de pegar a Van da meia noite.

Fico batendo papo no twiter, vendo tv, enrolando pra tomar banho.

Banho. Coloco minha camiseta do CQC e escrevo no twiter que é só pra provar que não há ressentimentos. Sei que usar esta camisa na chegada do Inferno vai causar comentários. E eu gosto de "causar", you know?

To pronto e Dex liga que seu carro ta preso e que já ta vindo e aquelas enrolações de quem e atrasa do bar. Ainda bem que a Van tb ta atrasada.

Dex chega. Viro meu último gole de Eisenbahn e vamos pra Van. Tuca inside! Jorjão no comando. Bora! Na Gabaju pegamos Juju Comadre e Cavalo. Roy, Lu e Simon a gente pega mais adiante. Na Tietê a gente cata Juliana Kosso, diretamente de Jundiaí, pra onde ela voltou para assistir a um casório. Teve que perder a festa. Show business, bro!

City tour noturno interessante com as VV dentro da Van do Jorjão rodamdo por Sampa, a caminho do lançamento oficial do novo cd. Funny!

Jorjão faz uma manobra radical em frente á casa noturna e tamos descendo. Pulseirinhas, abraços na Tati, no Banas e no Fred, acenos pra fila e bora! Vou andando em meio ao Inferno que não ta lotado. Mais de meia noite e meia e lembro que Fred me disse que estavam cerca de 350 pessoas lá dentro. Cabem pelo menos 800. Cadê o povo? Hum? Ta cedo! Tá!

Cumprimento uns e outros, Edu a toda na barraca e inside the camarim. E simbora beber e papear. Ta cheio o local aqui atrás do palco. Natural, né. Além dos seis do palco e do staff, estão parentes, esposas e amigos. Paulo Anhaia chega com o Ukelelê que promete usar em "Bortolotto Blues". Bebe, bebe. Acabou a vodka. Marcinho pega outra garrafa. Me visto de Gênio. Todo mundo colocando figurino. Breja pra dentro. To nervoso. Lançamento é sempre asssim. Muita letra pra lembrar e muita cana na cabeça. Bora? Bora!

Como aconteceu ontem na Livraria Cultura, as pessoas já sabem cantar várias canções, notadamente a do Gênio. Como a seqüência de músicas ainda não está na cabeça, meus comentários são mais esparsos. Mas tento seguir o que foi combinado. A passagem de "Essa mulher.." para "Surfista Calhorda" rola. Juju e entra cantando Amy e parece que rola tb. Volto de Velho Safado, com coroa, cetro, capa e o impacto é bom. Dou umas enroladas na letra. Sorry!

O show ta indo. Sigo trocando umas letras e alguns fãs sacam isso na frente do palco. Mas lançamento é assim mesmo. Vai tudo correndo como deve. Interrompo Juju em Buceta, já vestido de padre e a coisa segue. "A Ultima Partida de Bilhar" foi sensacional! Faço a brincadeira do reggae, mudando o andamento da canção e Cavalo reage com uma negativa agressiva de sempre.

- Reggae é o caralho - vocifera previsivelmente meu parceiro de 23 anos de banda, descendo a mão na guitarra!

E vai. E vai. E bis. "O amor é outra coisa" tem alguns tropeços mas vai tb. Juju cantando "Só pra te comer", ok. "Uns Drinks". Em "Bortolotto Blues" convoco Paulo Anhaia e, sem estar certo de sua presença, chamo o homem que dá nome á letra. E não é que Marião ta na área? Ele sobe e com o auxilio da cola que ta na nossa frente, canta a canção comigo. Cool. Deixamos a galera com o refrão de "Então vê se goza logo, pra gente voltar pro bar". Acabou!

Camarim a mil. Vodka acabou. Breja termina assim que chega. Abraços. Acho que foi. Não 100%, mas uns 85%. Mas foi.

Roupas recolhidas, vou lá fora falar com o pessoal. Dex quer ir tb e peço que ela me deixe fazer isso sozinho, pois deve estar todo mundo louco e não poderei cuidar dela. Ok.

Abrax, autógrafos, fotos. To chapado. Camarim. Galera. Heim? To na Van. Um mudinho pede cigarro pra Dex na calçada da Augusta e usando sinais, canta minha moça. Saio da Van bem alterado e digo pra ele tomar no cu. Ele faz sinal que não entende. Aponto meus lábios e mando ele lê-los.

- Vai tomar no cu, mudinho do meu pau!

Caran afasta o cara da Van, Dex sai dali e pronto. Tamos todos a caminho de casa, quase que todo mundo bem chapado mesmo!

Cozinha de casa. No forno os três últimos daqueles bifes, com cebola e sal grosso criptando. Dex fumando ao meu lado.

- Eu vou deitar. Não vai esquecer este forno ligado que vc põe fogo na casa.

Claro que não vou, mulher. Sou algum maluco? To aqui ao lado do fogão e...

Help!

Acordo com cozinha cheia de fumaça. Caraio. Apaguei e meu cozido virou carvão. Ainda atordoado, retiro a bandeja do forno e coloco lá fora. Só então desligo o forno. Abro todas as portas, em cima e embaixo. Pro ar circular. Puta cheiro de fumaça e gordura por toda parte. Que cagada. Quase ponho fogo na casa.

Dex vai me matar. O lançamento do cd foi no Inferno, mas o fogo quase assa o diabo em sua própria casa. Snif.

Bye, bye blog!     

Fui!

Mas algo me diz que eu volto!

 

 

 

 

 

 



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