sábado, 10 de outubro de 2009

Vai tomar no cu Babado da minha rola. Porra, tocar rock ouvindo esta merda ta foda.

5h10 e to em pé. Tuca virá de táxi me pegar pelas 5h30. Cago. Banho. Barba. To aqui, com as malas e tudo de prontidão á espera do Tuca que só chega ás 6h00. A Andreinha e uma outra amiga do Tuca estão no táxi com ele. Ao ver o volume da minha bagagem o taxista diz que não vai caber todo mundo. Aparentemente o plano do Tuca era colocar as duas moças, mais ele, o Banas e eu no mesmo táxi. Não cabe. Elas pegam outro táxi.

Nós tamos a caminho do Banas. Gnomão inside. Gabaju. Pronto. As meninas chegam. Elas vão pra Assis tb, pelo que to sacando. Ok. Tem espaço no busão. Cumprimento todo mundo e vou pro ônibus. Abro o jornal e começo a ler. No Caderno 2 tem uma matéria legal sobre o livro que conta os bastidores das canções do Chico Buarque. E uma matéria escrita por um perito em Jazz sobre as músicas dos Beatles. Cool. Calçada da Fama inventada pela Lílian Gonçalves causa transtornos a moradores na região de Santa Cecília.

Maradona sob pressão diante do Peru no Monumental de Nunes. Eu quero é ver a Argentina fora da copa. O Peru já entregou um jogo em 78 e a Argentina foi campeã. Vamos ver o que vai rolar hoje!

São Paulo vai pra cima do Mengão no Rio, Corinthians sob pressão contra o Gremio no Pacaembu e o Muricy mal humorado. Novidade?

Caraio, o Obama ganhou o Nobel da paz. Quero ver com que cara ele vai ordenar qualquer tipo de invasão militar a partir de agora. Lula diz que o que o MST fez naquela fazenda de laranjas no interior dse SP foi vandalismo. Os caras destruíram máquinas, instalações e pés de laranja. Bando de bandidos, isso sim!

E a NASA bombaredou a Lua com um foguete para ver se na poeira que levanta sobe água. Tutty Vasques diz que a sorte é que a Lua não revidou o ataque.

Trouxe uma Revista chamada "Vice" onde, numa matéria sobre o escritor André Vianco, há uma citação minha, uma vez que sou fanzaço dele. E acho relevante uma dúvida que tenho e coloco á baila na matéria: vampiro tem ereção? Vampiro mete? Diga aí, seu André Vianco!

E tem tb a "Pornopopéia" do Reinaldo Moraes. Não vai faltar leitura. O busão está em movimento. Todo mundo dentro. E eu apago. Café da manhã em meio á estrada. Mais sono. Almoço, duas horas depois. Já entreguei o presente do Pedroca pro Cavalo.

Tamos em Assis. Quarto do Hotel. Jogo do São Paulo na TV. A bambizada ta ganhando de um a zero. Opa, hora de descer e ensaiar. Dois táxis! O estúdio é na casa de um mano do Tuca. O nome dele eu não sei, mas ele tem uma banda chamada "Benthus 13". Parece legal. Todo mundo muito gentil.

Ensaio em andamento. Primeiro passamos "Ninguém beija como as Lésbicas" que vamos tocar hoje e é a canção, destas quatro novas que estão no set, que eu tenho mais dificuldade. Ok. Juju passa "Só pra te comer". Vamos pro outro set. Precisamos encaixar "Surfista Calhorda" no fim de "Esta Mulher só quer viver na balada", depois "Stronger than me", da Amy, em Cafajeste e por fim, passar o "Amor é outra coisa". Enquanto a gente trampa aqui dentro do aquário, lá fora vai juntando gente que tira fotos e tal. Nossa presença, aparentemente, é um acontecimento na vizinhança.

"Surfista Calhorda" ok, resta encaixar na música. Encaixada. Amy Winehouse vai entrar antes do início de "Cafajeste". Pronto. Ficou legal. Agora é passar "O amor é outra Coisa". Uma, duas, três, quatro vezes. Achei que passando a gente encaixaria tudo, mas to vendo que vai ser na hora mesmo. Mas vamos fazer e vai funcionar. E chega.

Saímos do estúdio e tem uma galera querendo fotos, autógrafos e etc. Alguns perguntam do CQC. E assim vai. O dono do estúdio resolveu não cobrar nada. Gentileza. Tem umas brejas. A gente bebe. Uma mocinha resolve nos dar carona pro hotel, fazendo duas viagens. Grazie, signorina!

Fico no quarto. O Timão ganhou de dois a um do Gremio. O São Paulo tomou uma virada pelo mesmo placar do Mengo. Opa, vai ter uma espécie de coletiva de imprensa lá embaixo. Desço e me encontro com o Cavalo. O papo gira em torno do cd novo, da expectativa do show de hoje á noite e, claro, do CQC. Enquanto falo com a galera a Argentina, que vencia " a purso" o Peru por um a zero toma o empate. Uhu! Sofre, sofre! Acaba fazendo dois a um no último minuto, num gol impedido. Caraio, o Peru ainda manda uma bola no travessão. Acabou.

Se na próxima rodada nuestros hermanos perderem do Uruguai em Montevideo e o Equador ganhar do Chile já classificado em Santiago a Argentina estará fora do mundial da África do Sul. Adoro!

Bode no quarto. Nove da noite vamos jantar. Depois é cama mesmo. Só acordo pelas duas. Duas e meia e tamos na van. O recinto onde rola a Interunesp é ao ar livre, com vários palcos, cada qual com um tipo de som. Nesta área á frente dos palcos há cobertura. Ta tudo lotado. Mais de 12 mil pessoas vestidas de pijama. Passamos pelo primeiro palco onde ta rolando sertanejo. Depois tem um outro com axé, parece. Estamos no terceiro palco. No camarim, ao lado do palco, vão chegando cervejas, vodka, energético, quitutes. O show da banda anterior termina e entra um putz-putz. Começo a beber. Vou cagar. Volto. Meia hora pro começo do show. Coloco minha roupa de Elvis. Como eu havia notado, esqueci de colocar cueca samba canção na mala. Improviso com a bermuda que estou usando. Fotos. Drinks. Eu vou, eu vou, lá fora! Bora!
Já disse que ta lotado? Já? Digo de novo: tá lotado. A galera responde bem aos sons antigos e novos. Amy Winehouse rola bem. Surfista Calhorda idem. Meu único problema agora é que o som do Babado Novo, que está tocando no outro palco, está entrando nos meus retornos. Então, quando termino uma canção ouço um tal de "põe a mãozinha pro alto". Vai tomar no cu Babado da minha rola. Porra, tocar rock ouvindo esta merda ta foda. O som dos caras tá, sei lá como, vazando nos nossos retornos. Saio e deixo Juju no palco.

Depois que volto de padre, milagrosamente este lixo de axé desaparece dos meus ouvidos.
E o show vai muito bem. Os estudantes bebuns vão me arremessando abadás com os nomes das cidades ás quais eles pertencem. Em determinado momento são cinco ou seis diferentes. Guardo tudo.

Acertamos no set e o povo ta animado. O dia ta amanhecendo e nos despedimos da galera. Foi du caralho. Dou um rolê no meio do povo e vou bebendo, dando autógrafos, tirando fotos. Tem um mané que me joga cerveja no olho. Depois me vingo e jogo no dele. O sol já raiou e a segurança começa a limpar o local. Eu fico. Sou artista, caraio! Me perco do pessoal da banda. Rodo tudo quanto é canto e não acho nem busão, nem van e nem ninguém. Vou caminhando no meio da estudantada que se manda pra casa. Mais fotos, mais autógrafos e nada de ônibus. Vinte minutos depois Rico e Banas me encontram. Busão. Hotel. Banho. Área. Foi um belo show.