Acordo pelado. Claro. Se dormi pelado, não havia de me vestir durante o sono. Ressaca monstro. M-O-N-S-T-R-O! Enjôo. Não. Não vou levantar. Tem a Feira da Pompéia. Caio vai tocar. Roy vai tocar. Mas do jeito que eu to, não consigo sair. Vou dormir mais.
Acordo de novo. Duas da tarde. Cadê meu celular? Coloco o roupão e dou uma geral no carro. Bater, eu não bati. A vizinhança se assusta com meus trajes e minha feição beirando a de um zumbi. O celular ta no console. O cd da banda Nonah tb. Ai, que dor de cabeça. Chuveiro. Cama.
Acordo de novo. Quatro e meia. Vou ver este jogo. Verdes e Inter. Secar a porcada costuma me fazer bem. Um a zero pro Colorado. Apago. Dois a zero pro Colorado. Que bom.
Jogo do Timão. Botafogo do Rio. O Botafogo é um timinho. Temos que ganhar. Ronaldo perde chances incríveis. Não ta no dia dele. O Botafogo tb perde. Porra, joguinho fácil de ganhar e os corinthianos tropeçando na bola na frente do goleiro. Zero a zero. Tamos em décimo sétimo no campeonato. Uma derrota e um empate. Como algo. Sobras do churrasco. Desce mal. Que é que eu faço. Vou sair? Vou.
Banho. Dex manda notícias via e-mail. Diz que lá na Turquia são seis horas na frente do Brasil. Que é quente de dia e fresquinho á noite. Bebeu umas taças de vinho com o pai. O bad english dela ta funcionando. Ta com saudades. E eu a amo.
Farmácia. Não de bebida, de drogas mesmo. Compro o tal do remédio para diminuir o nível do triglicérides. Caraio, oitenta e poucos paus, com desconto. Este remédio vai me transformar no Tom Cruise, é?
A drogaria é quase na frente do meu bar favorito. Como é que eu cheguei aqui? O carro veio sozinho. Arrisco uma entrada no Terra Nova. Habituês jogando pôquer, inclusive o dono. To no balcão bebendo uma Serra Malte e conversando com a Lola, a dona. Amiga querida. O pôquer segue. Eles discutem. Eu não jogo. Eu bebo. Bebo uma água mineral com gás, gelo e limão antes da breja. Hum. Melhourou. Peço um caldinho de feijão. Muito bom mesmo. Desce a breja. Papos furados. Umas mocinhas passam pelo cartaz das Velhas Virgens que ta enquandrado na parede e olham pra mim. Uma se aproxima e pergunta se eu sou eu. Eu sou eu, sim! Terminei a breja. O caldinho tb. A água, idem. Não tô autentico. Não tô fidedigno. Não to legal. Volto pra casa. TV. Tem um filme de só de mocinhas no canal pornô. Mariquinha, Maricota, com a direita e com a canhota. Fome. Desço e asso um pedaço de picanha que sobrou do churrasco. Na frigideira, claro. Com pão. Maionese. Bom. Mais TV. Caganeira. TV. Cama.
Amanhã tenho muito o que fazer. Vou mais cedo pra Band pras quatro da tarde sartar pra casa do Roy onde gravaremos o ensaio. Leitura antes de apagar. O livro do Vicente Matheus. Para chamar o sono. No livro ele já morreu e a mulher continua escrevendo, falando das confusões políticas com o clube, metendo o pau no Dualibi. Fui.