segunda-feira, 20 de julho de 2009

Eu costumava dizer que ela era uma Ferrari que pensava que era um fusca

Hoje é que faz 20 anos que o homem pisou na Lua. E as teses de que foi armação permanecem. Levantei cedo pra escrever as coisas todas, caguei, li o jornal, tomei banho. Laráráááá. E to aqui na Internet.

Daqui a pouco tenho qu estar no SBT. O pessoal do Domingo Legal que trabalhou ontem vai folgar. Terei, imagino, bem pouco pra fazer. Mas vou dar as caras, já que não apareci no programa ao vivo ontem. Heim? Sobre a pseudo "farsa" do homem tee pisado na lua quarenta anos atrás? Tem livros, documentários, filmes. Um cara sustenta que as sombras são conflitantes. Que a pegada do Astronouta é muito perfeita. E que a bandeira não poderia estar tremulando, uma vez que não há vento lá. Eu tinha quatro anos e não me lembro. Mal lembro da Copa de 70. Mas tem gente que lembra. Fala Caetano:

"Quando eu me encontrava preso
Na cela de uma cadeia
Foi que vi pela primeira vez
As tais fotografias
Em que apareces inteira
Porém lá não estavas nua
E sim coberta de nuvens...

Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?"

Simbora pro SBT. Nem São Jorge e nem Dragão. Os militares, sim, esses estiveram lá. Não foi truque. Mas a Lua não é deles.

É como diz aquela marchinha: "Todos êles estão errados. A lua é dos namorados".

Porra, que começo de dia mais romântico. Tá tarde pra caralho, mas como a maioria da galera da produção trampa no domingo, to apostando numa segunda feira das mais tranqüilas em terras abravanélicas. A começar do transito que tá uma teta. Quando chega perto da entrada do teatro de guerra, do campo minado da Anhanguera a fila pára. O acesso á rodovia está limitado a uma fila indiana. E faz tempo. Este pessoal da Autoban já ta tornando a vida de quem depende da Anhanguera um desastre faz meses. Vai tomar no cu, Autoban da minha rola.

Lento. Lento. Enfim, consigo acessar a pista expressa tb em obras da estrada. Em segundos tô na recém inagurada alça de entrada ao SBT, quilometro 19. Parabéns Autoban. Não fez mais que a obrigação.

Carro parado, preciso fofocar pra vcs que tem um retrato pintado á mão do Gugu que há dias está num canto junto com sucata na parte de trás do SBT, por onde entro. Trata-se de algum presente de péssimo gosto que deve ter sido dado ao apresentador e ele resolveu declinar da sua posse. "Niquiqui" ele saiu e deixou a tranqueira dando sopa (e o bagulho é feio, quase infantil) alguém o conduziu para o lixo. Toda vez que chego de manhã, ta lá o Gugu deformado. No lixo!
A sala está semideserta. Caraio, o que é que o Ed, redator que trabalhou ontem, faz aqui. Heim? Faltou ontem? Why, diria Annie Lennox. Tomou um tranqüilizante e apagou até duas da tarde. Hum. Avisou a galera? Não! Hum. E tá de contrato de trabalho temporário. Hum. Faltou no trampo do pgm ao vivo, sem avisar. Hum. Então tá!

Magrão ta na área. Me chama pra acompanhar a definição das chamadas do Domingo Legal que irão ao ar na programação da semana. A Elisa é a responsável pelo Magrão no departamento de chamadas (que é comandado pelo meu amigo Agostinelli). Ela fala com o "capo" do programa com a desenvoltura de uma veterana. Elisa deve ter seu um metro e setenta e cinco, oitenta, e é uma mulher bonita. Lembro quando ela entrou como estagiária, cerca de 4 anos atrás, tímida pra caralho. Eu costumava dizer que ela era uma Ferrari que pensava que era um fusca, de tão bonita e tão desengonçada. Mas agora tá segura, firme, elegante. E bonita como já era. É bom ver as pessoas crescerem. Quer dizer, por dentro. Se ela crescer mais, só o Shaquille O'Neal vai poder encarar.

Chamadas definidas.

To empenhado em escrever o tal encarte do que será o novo CD. Até por estarmos chamando a coisa toda de "Ópera Tosca", o encarte está sendo denominado Libreto e será fundamental pra compreender do que se trata. Antes de atacar este assunto, almoço. Vou só. Assim como mais rápido, sem papos furados.

To aqui, pastando minha salada com filé de frango. Raul, Ocimar e Itamar chegam. A gangue com quem fiz o piloto do Tv animal senta-se comigo.

Domingo tem Corinthians e porco. Raul é fuçador juramentado. Ensaia uma aposta. Eu chuto logo o pau da barraca: se o Corinthians ganhar de menos de dois a zero, te pago uma caixa de cerveja. E se, mesmo ganhando de diferença de dois gols, Ronaldo não fizer um, pago tb. Ele fica indignado. Diz que estou arrogante. Gosto de tirar o Raul. Geralmente dou logo três ou quatro gols de vantagem. Ele não se conforma. Mas sabe ele que na minha cartilha de vida há apenas uma regra sobre apostas: eu nunca pago apostas. Por que? Porque eu não tenho dignidade, palavra, porra nenhuma em se tratando de esportes. Eh, eh,eh !

De volta á minha mesa. Magrão me chama pra mais um papo. Acaba entrando no lance de eu não ter ido ao Domingo Legal ontem. Explico que tinha um show longe, com acesso difícil ao aeroporto mais próximo. Mas que semana que vem tô lá! Magro se interessa por nossa equipe. Músicos, técnicos. Quer saber o cachê. Dou um chute. Confio poderosamente no Banas. Nem sei direito. O que ele diz, ta escrito.

Back to my table. A tarde toda se resume a escrever o Libreto e atender o telefone com gente perguntando como mandar cartas ou ainda por que a carta dela (ou dele) ainda não foi selecionada. São mais de 10 mil correspondências/dia. Tem uma galera pra ler, triar, encaminhar. Mas isso, ainda assim, demora.

Aliás, a sala dos caras que fazem este trampo era ao lado da nossa e agora foi incorporada á produção, cedendo lugar á produção do programa do Roberto Justus que, segundo eu apurei, será nossa vizinha.

Dirlan tb ta na área. Olha só, a galera ta mesmo decidida a fazer a coisa virar. Emendando domingo com a segunda, natural folga da galera que faz o programa.

Mara vem me dar um abraço e cumprimentar pelo dia do amigo (hoje) e diz que todos estão muito felizes pela minha volta. É muito bom saber disso, querida. Bom abraça-la com estes air bags avantajados tb. Calma Dex, brincadeirinha!

A tarde vai escoando. Mandei um e-mail pra galera que tava no Terra ontem e que presenciou o bate boca político. Me desculpei com todos. Todos valem mais que qualquer político ou coisa parecida. Mandei um e-mail pro Cavalo pedindo que conversemos assim que possível, téte a téte, pra aparar arestas. A nossa amizade vale mais que o cd. E até a banda.

Fabinho vai ser o produtor do cd. Miranda ainda não disse nada e Tomás ta sem datas até dia 15 de agosto. E vamos começar este fim de semana, segundo Cavalo. Fabinho faz algumas observações sobre as músicas sem ler a sinopse conceitual que amarra tudo. Sendo assim, critica coisas sem saber o contexto. Explico pra ele. Mando o texto e peço que leia. Ele segue observando coisas sem sentido, na minha opinião. Fabinho é meu irmão, brother, camarada.

- Lê a buceta do texto, caralho!

Ele acha que algumas letras têm palavrões demais. Que algumas coisas estão gratuitas e agressivas. Eu acho que isso é Velhas Virgens. E prevejo atritos. Ok. Ele manda uma sugestão de alteração de letra pra "A Boca, A Buceta e a Bunda" que se chamaria "A Bruna, a Bianca e a Bárbara". Me pergunta se acho que altera muito a proposta. Tudo isso via e-mail.

- Sim, altera pra caralho. O que vc acha que é excesso, pra mim é o que há de melhor nas VV: coragem, atitude, sem meias palavras. Seguindo este raciocínio, Buceta se chamaria Areta!

O papo se encerra meio assim. E acho bom, pois as discordâncias começam a se avolumar. Falemos disso ao vivo. Sinceramente, do meu ponto de vista, o que precisamos é melhorar a forma musical de algumas canções e isso não inclui alteração de letra. Mesmo!

Dex me pede pra vir rápido pra casa. Fez o mercado á tarde e um jantar especial pra gente. Pede que eu leve seu cigarro. Claro, amor.

Home. Marlboro na mão dela. Na mesa, uma vela acesa, couve flor gratinada, bolo de carne com queijo e arroz branco. Delícia. Sei o quanto ela não gosta de cozinhar. Isso valoriza ainda mais a comida que está, de fato, saborosa. E a vela, heim? Uhu!

Jantar comido, conto pra ela que a troca de e-mails com o Fabinho me arretou um pouco. Ela diz que sou radical, ás vezes. Canto pra ela a versão de Fabinho para "A boca, a buceta e a bunda" e ela mal contém o riso. Ela sabe que eu não costumo ouvir este tipo de coisa sem segui-la de um palavrão, mesmo o Fabinho já tendo produzido vários cds nossos e sendo, acima de tudo, amigo. Além de competente. Só tá meio lelé de me sugerir uma coisa destas!

Tamos cá em cima vendo tv. O fone toca e é o Caramelo, amigo da galera do Camisa de Vênus, me dizendo que a mãe do Karl Hummel morreu sábado. Porra. Lamento. Karl é um bom amigo.
Frio pra caralho, dentro e fora do corpo. Bora dormir, amor. No rabicho da noite, Dex começa com aquelas perguntas que sempre terminam em briga.

- Vc se masturbou quantas vezes hoje?

E eu, idiota, respondo.

- Uma!
- Quando?
- De manhã, no banho.
- Quantas vezes vc se masturbava quando estava no canal pornô?

Explico que mal tinha tempo de ver os filmes e sair pra fazer o serviço, uma vez que o banheiro era longe. Ela se interessa pelo meu processo excitativo-onanista. Explico que basta fantasiar por qualquer pessoa, a atriz que estava no filme gringo do Warner Channel naquele momento, por exemplo. Ela fecha o cenho. Eu sabia que ia acabar nisso.

Vamos dormir sem boa noite. Vê se pode uma coisas destas. Amanhã conserto o que não errei. As mulheres, por mais adoráveis e/ou dementes, tem a pretensão de controlar o que se passa dentro da nossa cabeça. E isso, caros amigos, nem Deus. Nem mesmo Deus. Boa noite!