quarta-feira, 8 de julho de 2009

Terminei meu prato e tô "prenamente sastifeito".

Bem, amigos, mais uma manhã na área. Não foi o maior sono da minha vida, mas descansei um pouco. A verdade é que tenho estado com cansaço acumulado. Show, trampo, show, trampo, cachaçada, responsa, trampo, show e assim vai, semana após semana. To com o corpo dolorido. Como se estivesse eternamente saindo de uma gripe. Bem, não há tempo pra viagens. Frio na cara. Jornal. Trono. Merda. Vamos ás notícias.

Terrores seguem em Honduras e na China. Os exames nos corpos encontrados em meio aos destroços do Vôo da Air France indicam que morreram de múltiplas fraturas com o impacto da aeronave no solo. Quer saber, ninguém nunca vai saber o que aconteceu. E em breve a ficção científica vai lançar as melhores teorias: extraterrestres, monstro marinho, habitantes de Atlântida, alguma arma desconhecida. Pode esperar as teses mais mirabolantes. Nada que mude o fato de que as pessoas morreram e nem diminuía a dor que quem sente a falta deles.

Nelson Hoineff, que dirigia o polêmico programa de TV Documento Especial, está lançando um documentário sobre o grande jornalista Paulo Francis, seu amigo pessoal. Ele diz que a coisa mais do caralho sobre o Paulo Francis era ser sempre um precursor: "ele era trotkista quando ninguém tinha coragem de ser de esquerda e quando todo mundo virou de esquerda, ele virou conservador". Quando alguém falava de um artista, escritor, enfim, uma celebridade que ele não conhecesse, Paulo Francis dizia: "se eu não conheço a pessoa não existe". O cara lia mais de 20 jornais do mundo todo, diariamente. Ele sabia o que tava acontecendo em toda parte e se ele não conhecesse alguém era porque o cara não tinha relevância mesmo. Entrem no Youtube e procurem Erros de gravação de Paulo Francis. É de morrer de rir os palavrões que ele falava quando algo dava errado nas suas matérias. Antes mesmo do Lula ser presidente, Paulo Francis evitava escrever seu nome em seus textos. Pra ele, Lula era "ni mim". Eh, eh,eh!

Futebol. Edu chega pro Timão. O cara foi bicampeão brasileiro e campeão do mundo pelo Timão. Tem pedigree. Por outro lado, o técnico dos bambis estuda voltar ao esquema adotado pelo Muricy. A crise ronda o Morumbicha. No parque da cerveja ninguém se arrisca a treinar os porcos. Muricy perto da porcada, só se for naquele shopping ao lado do estádio, fazendo compras. Ah,ah,ah. Que momento especialmente feliz da nossa vida Corinthiana.

E o enterro do Miguel Zéckson. Rei do Pop. O que é pop? Popular? É mais que isso e é outra coisa. Pop é como uma caixa de presente super moderna e colorida sem nada dentro. Pop é uma mistura de um monte de coisas diluídas que no fim das contas não é nada. O Rei do Pop é o rei da farofa. Tem tudo, até engana o estômago, mas não fim não é nada palpável. É apenas sobra de um monte de coisas. MJ é rei. Rei de nada. Rei de porra nenhuma. Quando era preto cantava soul. Respeito até Off The Wall. Depois, lixo.

Caralho. Olha esta manchete:

BEBER CERVEJA FAZ BEM AOS ATLETAS (clique para ler)

Quem afirma isso é o Conselho Superior de Investigações Cientificas da Espanha. Eles dizem que o consumo moderado de cerveja é bom para atletas e serve como fonte diária de hidratação. Como uma gatorade, sacou? O estudo foi baseado em relatórios de cientistas da Universidade de Granada (booom) e afirma que a cerveja ajuda o desempenho e previne dores musculares. Quem apoia e defende esta tese é o ex- jogador de basquete Juan Antonio Corbalan, medalha de prata na olimpíada de Los Angeles, em 84. Este cara era fera. Lembro dele jogando. Puta cara de bebum!

A cerveja tem 95% de água em sua fórmula e a menor graduação das bebidas alcóolicas, apenas 5%. Por exemplo, uma tulipa tem 90 calorias, a mesma coisa que um copo de suco de laranja.
Diz a pesquisa que ingerir doses moderadas de cerveja após a atividade física (três tulipas/dia para homens e duas tulipas/ dia para mulheres) repõe substancias perdidas como aminoacidos, minerais, vitaminas e antioxidantes. Os estudos provam que o álcool contido nesta quantidade de cerveja não afeta o desempenho do atleta e ainda provoca relaxamento pós-competição.

Eu sempre soube, inconscientemente, disso. A cerveja é uma bebida abençoada por Deus. É a bebida do encontro, da amizade, dos amigos. Cerveja é a melhor bebida que há.

E simbora pro chuveiro. Dex ta acordada. Levantou, abriu a porta do banheiro, falou algo que não entendi e se mandou lá pra baixo. Deve estar limpando, lavando, coisas de dona de casa que ela não costuma fazer por falta de tempo. Até capuccino preparou pra mim. Uhu! Beijos.

Fui.

Ligo o I-pod e entra "Changes", do Bowie. Música apropriada presta fase de propostas de trampo na TV e pro novo cd das VV.

Steely Dan. As coisas estão meio cool em termos sonoros hoje.

Marginal sem escapamento de gás, por enquanto. Tudo índio. O placar luminoso avisa que o trevo do Km 18, entrada do SBT, tá engarrafado. Retorno no Km 24. Sempre fico de olho, porque ás vezes a mensagem ta defasada e o trevo já está, como acontece agora, liberado.

To aqui. Pool de redação. A gente pena um pouco pra sair da cama mas depois o dia rola. Atualizações internéticas. Bora escrever o roteiro do TV Animal. Dá um certo trabalho, pois tenho que escrever cada palavra que o apresentador vai dizer. Galera foi almoçar antes de mim. Vou só. Feijoada comendo solta e eu na salada e na almôndega de frango. To decidido a perder uns quilos. E quando decido algo é difícil me dissuadir.

Encontro a galera do TV Animal. Tamos na mesma mesa, inclusive o apresentador do piloto que será gravado na terça, dia 14. Ocorre uma tentativa de falar de trabalho, mas corto o papo e vamos para a putaria. Papo de trabalho na hora da comida dá indigestão. Tem gente que come, bebe e dorme trampo. Eu como churrasco (momentaneamente salada), bebo cerveja e durmo. Pouco.

Volto e sigo escrevendo sobre o TV Animal. Raul quer que eu veja as imagens do último VT que falta ser editado, o concurso dos cachorros no pet shop.

Caraio, amanhã é feriado aqui em Sampa e é provável que eu tenha que trabalhar. Nem me importo com isso, pois na sexta viajo para fazer o que mais amo. Mas a porra do feriado faz um monte de gente não vir trabalhar e fico me questionando se vai adiantar em vir pro SBT e depois pra Band.

Vcs de fora de Sampa sabem que feriado é este, 9 de julho? É só aqui no nosso estado. Em 1930 uma revolução diminuiu a autonomia dos estados brasileiros. Em 1932, o estado de São Paulo se rebelou contra o presidente Getulio Vargas, pedindo que fosse redigida uma nova constituição. Aí rolou uma guerra do Brasil contra São Paulo que durou quase três meses e matou, segundo números não oficiais, dois mil e duzentos soldados. E a gente comemora este evento cívico e tal. Alguns acham que os paulistas lutavam pra voltar ao poder. Nós paulistanos dizemos que lutamos pelo restabelecimento da liberdade e da justiça. Seja como for, é por isso que é feriado. Só em São Paulo.

Ta rolando um papo que o diretor artístico da Record vem pro SBT. Pra ser o novo diretor de programação. O que sei é que quem dá as cartas em terras abravanélicas é o SS. E só.

Procuro Raul pra saber se adianta vir trabalhar amanhã. Ele diz que não. Mas eu tenho que adiantar roteiro e fichas e venho de qualquer jeito. Merda de teclado filho da puta que é duro e ome as ltras. Viu só? Tenho que vi corrigindo tudo e completando as palavras. Merda. Telminha ligou pro Help Desk. Os caras trocam meu teclado. Melhorou muito. Obrigaduuuuuuuuu!

E vou me embora. Sex Prive Brasileirinhas, aí vou eu. Cheguei.

Que fazer agora? Pensar nas matérias que vamos reprisar no Sex Daily. Hum. Pensar naquela campanha pra valorizar o fato do nosso canal ser o que mais passa filmes pornô brasileiros:
"Tesão na nossa Língua". Hum. "prazer sem dublagem". É.

Papo furado. Luciano ta mandando sons pesados from youtube. Accept, Anthrax e Public Enemy, Iron Maiden, Judas Priest. Heim? O quê? Sim. Evitei falar neste assunto o dia todo. Timão e Fluminense no Pacaembu. Eu sei! Jogo das faixas. Festa alvinegra. Era preu estar lá. Pelos menos ver pela TV. Mas vou ter um jantar romântico com a Dex. E o cardápio...É ela! Será? Tô a caminho. Ligo prela e digo que tem duas alternativas: ou motel ou Don Pepe di Napoli, um restaurante Hispano-Italiano. Ela prefere o restaurante. Diz que depois podemos transar em casa mesmo. Com a barriga cheia e um monte de vinho na cabeça? Duvido. Duvideodó!

Ok. Home. Ela tá banhada e vestida. Eu me banho. Mas será possível que meu cu não pode ver uma privada? Tenho que cagar! Feito. Banho de touquinha, pra não molhar a juba de leão aposentado. Coloco uma roupa semi-social pra agradar a Dex. E vamos no carro dela pois o meu não tem som. Aproveito e vou ouvindo o novo Cd do Crazy Legs, que eu ganhei ontem. Ou foi anteontem? Sei lá! Rock'a'Billy de brasileiros cantado em inglês com responsa. Vamos conversando e não consigo prestar toda a atenção que queria no som, mas tá muito legal. O guitarrista e vocal desta banda é meu amigo Caio "Costeleta" Durazzo, que tocou comigo num projeto que misturava música, brincadeiras e entrevista chamado Rock Talk Show. Era uma espécie de programa de Tv sem câmeras, realizado em bares. Fiz quatro. Entrevistei Yves Passarell (Viper, Capital Inicial), Oswaldo Vecchione (made in Brazil) e Gerson Conrad (Secos e Molhados). Foi muito legal.

Digo pra Dex que este jantar romântico tem ainda mais valor do que parece, pois o Timão está jogando e eu deixei meu coringão de lado pra ficar com ela. Ela faz aquele olhar meio irônico de quem finge estar espantada. Cretina.

Avenida Ibirapuera. Á direita e chegamos. Conheci o Don Pepe di Napoli nos anos 80, quando trabalhava na JPO Produções, que fica aqui perto. Quando queríamos escapar das "quentinhas" da esquina, vínhamos aqui comer o espagueti à Francesco Paolo, com molho Napolitano, iscas de filé, berinjela e azeitona. Nham, nham. Dex prefere sentar numa mesa rente ao vidro que dá pra calçada pra poder jogar sua fumaça pela janela. Couvert. Eu quero. As azeitonas pretas daqui são as melhores que já provei. Nham, nham. Espalho azeite no prato, taco sal e esfrego pão italiano. Gê e Rodragg amariam experimentar estas guloseimas. Vinho? Alma de Chile, Cabernet Sauvignon. Água mineral sem gêlo. Dex tá gripada e eu tb. De vez em quando ambos temos acessos de tosse que fazem tremer as mesas ao redor.

Papo bom, vinho bom, comida boa. Os pratos dão pra duas pessoas. Dex quer uma porra dum molho rosê com mais num sei o quê. Eu quero o Francesco Paolo. Ela aceita, mas quer trocar o espagueti por Fuzili. Que seja. Ouvi alguém gritar o nome do Deus Ronaldo. Será que lá dentro tem jogo na tv? Vou ver. Não. Nem jogo e muito menos tv. Aproveito e pergunto se alguém sabe quanto tá o jogo.

Ronaldo acabou de marcar um. Um a zero.

Uhu! É noise! Volto pra mesa e noto que do lado de fora do vidro o manobrista tem uma tv portátil e tá vendo o jogo. Discretamente, peço a ele pra ir me dizendo o placar.

Volto pro vinho. A comida chegou. Uau! Que delícia! Tô comendo e gemendo. Dex idem. Garfada após garfada, o sabor do paraíso instalando-se dentro da boca. Puta que pariu. Que maravilha.
Vinho. Vinho. Macarrão. Vinho. Água. Vinho. Macarrão. Hum!

Olho pra fora e pergunto quanto tá o jogo e o cara me mostra três dedos. Caraio. Passaram-se pouco mais de dez minutos e fizemos mais dois. É o massacre. Dois do Ronaldo e um do Dentinho.
Acabou o vinho. Manda mais uma garrafa, ora! Terminei meu prato e tô "prenamente sastifeito". Dex comeu menos e pede mais um pouco. O garçom exagerou no meu. Ok, Dex tá comendo mais duas garfadas e eu mando embrulhar o resto.

Água. Vinho. Vinho. Água. Vinho. Vinho. Ic! Ahn? Heim? Tô! Já disse que tô. O quê? Meio atrapalhado, sim. O vinho subiu e o bicho pegou. Vamosimbora. Dex tá com cara de quem quer me comer e eu tô empanturrado. Pode tirar o eqüino da precipitação pluviométrica, madame. Deste mato não sai coelho. Nem cobra.

Dex tá dirigindo, pois to doidão e cansado. Mais Crazy Legs na volta. Tamo em casa. Que tal mais uma brejas importadas das que eu comprei? Ela meio que topa. Abro a Backer Medieval, uma blond Ale estilo Belga, quase uma de Abadia na minha opinião. Aroma e sabor frutados, dourado escura, quase castanha. Fabricada em Ribeirão das neves, Minas Gerais. Olha só, a tampinha é lacrada com cera. Será que eu devia derreter? Não. Vai esquentar a bichinha. 6,7% de álcool. Noise. Amei. Dex não curtiu, como sempre. Outra. Steenbrugge, uma belga de verdade, tipo Dubblel Bruin. Diz a Internet que é uma homenagem ao padroeiro do fabricantes belgas de cerveja, St. Peter. É uma ale de abadia que era dada aos doentes na idade média como remédio. Como na época a água era imprópria para beber, os monges incentivavam a população a beber cerveja que passou a ser considerada milagrosa. Eu sou desta religião aí, a da cerveja. Que delícia, é o que eu posso dizer.

Tô meio breaco. Não sei exatamente por que, discuto com Dex e subo pra tentar ver o vt do jogo do Timão. Ela sobe tb. Peço desculpas. Ela diz que sabe que não é de coração. Digo que não é mesmo. Lembrei. Brigamos por que falei que o tio dela mudar meu som na festa de sábado era muita folga. E foi mesmo. Na minha casa o som é meu! Dex foi deitar. Desço e pego mais uma breja importada, uma tcheca chamada 1795 Dark que vem da cidade de Budweis. A Republica Tcheca tem o maior consumo de cerveja por habitante do mundo. Todos devem ser iguais a mim por lá. Eh, eh,eh. Esta cerveja é uma lager marrom com 4,5% de álcool e aromas de caramelo e mel, com sabor meio amargo. Que delicia, caralho! Tô aqui, semi chapado e vendo o Timão massacrar o Flu. Caraio. É linha de passe. Em onze minutos fazemos três golaços. Opa, o gol do Conca tb foi bonito. Epa, os caras fazem três a dois, gol contra nosso. Que pressão. Ainda bem que sei que ganhamos de quatro a dois. Ronaldo vai fazer mais um. Mas eu não verei. Apago no sofá.