Sete e to legal, ainda sentindo a ferida da frieira no dedinho e as costas.
Jornal. Blá, blá, blá! Merda. Chuveiro. Internet.
Tenho que chamar a Dex nove e meia. Tenho que ir á costureira provar e pegar as roupas. Preciso pegar um DVD pra levar na gravação do "Calcinha Justa", que o Calazans me chamou pra gravar lá pelas 17h. Depois vou ver o lance do curta na Anhembi-Morumbi. Mas antes disso, tenho que acompanhar depoimentos do "Vc não vale nada" no SBT e fazer o roteiro da reconstituição. E , se der tempo (e tem que dar) comer uma feijuquinha, que ninguém é de ferro. Fui!
Chego ao SBT e os depoimentos ainda não começaram a ser gravados. Inicializo meu computador. Tem uma mocinha que ta fazendo um documentário sobre o Bixiga e quer gravar um depoimento comigo. Ta me ligando pra marcar. O pessoal da série quer me ver de terno e tirar medidas. Semana que vem o Ângelo deve marcar o piloto daquele programa comigo. Todo mundo da banda cheio de compromissos e sem tempo de ensaiar o show de lançamento do novo cd que é semana que vem. Fico mandando e-mails pra todo lado e cada vez que um diz que pode tal dia, outro diz que não pode. E todo dia é blog, é twitter, seis perfis de orkuts, e-mails. Sinceramente, to á beira de um ataque de nervos!
Desço pros depoimentos aqui do SBT. Termina perto das 14h. Preciso finalizar este roteiro até umas três, descer pra comer algo correndo, pegar uma bolsa que mandei costurar, voltar para ver se o diretor quer alterar e sair correndo pra entrevista no Calcinha Justa (Sex Privê Brasileirinhas) que vcs devem saber, é um talk show conduzido pela Leila Lopes com a participação de atrizes pornô comentando vários assuntos e agora entrevistando um convidado.
Roteiro pronto. 3h15. Entrego pro diretor e pra equipe. Desço pra praça de alimentação. A lanchonete que serve uns sanduíches mais decentes tem uma fila enorme. Vou na outra. Sempre que como nesta outra tenho caganeira. Esfiha de carne. Coca Zero. Esfiha de calabresa. Halls. Pego bolsa. Volto pra produção. Jotaerre aprovou o roteiro. Ta armando um temporal lá fora. 3h35. Fui.
Anhanguera e Marginal Pinheiros livres. O resto ta bem lento. Nove de Julho. Soltei vários peidos bombásticos aqui no carro. Mais um. Opa, este tá meio molhado! Hum, borrei a cueca! O transito pára, pego um folheto sei lá de quê, solto o cinto, abro a calça, levanto do banco e enfio o folheto na bunda, pra evitar do peido úmido acessar a cueca, a calça, o banco, o mundo! Por ora, ta sob controle, apesar do desconforto de ter um folheto de venda de imóveis pertinho do olho do cu.
Chego á produtora na Vila Mariana pelas 17h. Direto pro banheiro. Dou uma cagada liquida federal. Antes de entrar no box, peguei dois tufos de papel higiênico e molhei com água e sabonete liquido. Agora, dentro da minha privacidade, termino de cagar, limpo a bunda com papel seco, passo o papel com sabonete, depois o papel com água e finalizo com papel seco novamente. Tiro a cueca pra verificar se passou pra ela, mas está limpa, o que livra tb a cara da calça, do banco, do mundo. Tá tudo limpo!
E tudo atrasado tb. São quatro os entrevistados e pedi para ser o último. Mas o combinado era iniciar as gravações ás duas da tarde. Já são cinco e começou agora há pouco. Quem ta lá dentro com Pamela Butt, Leila Lopes e Bruna Ferraz é Jazz Duro, o correpondente porno-internacional do canal. Aqui fora tá o Calazans, produtor executivo, Fernandinho que comeu a Julia Paes, produtor, e o Newton esqueci o sobrenome, que é diretor e autor teatral e está colaborando em uma novela da Record, no momento. Ele será o segundo entrevistado. O terceiro é um tal de Cowboy da última edição do Big Brother que eu nunca vi mais magro. Como este cidadão ainda não chegou, peço que me passem para terceiro. Fico ali, batendo papo.
A gravação acaba e as musas do pornô passam em direção ao camarim. Muito tempo de conversa e maquiagem e começa a segunda gravação, já passando das sete da noite. Calazans me conseguiu um violão e vou estragar algumas canções das VV ao vivo. FC Moraes, chefe do canal pornô, tb ta na área. O dono da Brasileirinhas, um escroto mal educado chega pra atrasar ainda mais a parada. Jazz Duro, que tb é ator pornô, ta de boa, pra lá e pra cá. Tom, meu sempre parceiro de redação e autor dos roteiros que estão sendo gravados hoje tb ta dá as caras. Ta todo mundo aqui.
Papo vai, papo vem, dedilhadas no violão e chegou minha vez.
Leila muito gentil, Pámela de pés lindos, Bruna lindíssima, um poodle chato pra caralho latindo e tamo rolando. A direção é do J. Gaspar, o diretor de filmes com celebridades, como Frota, Gretchen e outros deste naipe. Gaspar é muito gente boa!
Toco várias canções, falo minha demências habituais, as moças riem. E terminou. E saio correndo, pois já são dez da noite e não almocei, me caguei, não jantei e to atrasado pro compromisso da Faculdade com o pessoal do curta. Saio, ligo pra Bárbara que é meu contato nesta onda do curta e pergunto se ainda adianta ir. Ela diz que sim. E lá vou eu descambando da Vila Mariana pra região da Mooca. 15 minutos de transito livre e tamaqui. Ligo novamente pra Bárbara e ela manda alguém me buscar na portaria. To dentro. Um dos caras do grupo se dispõe a passar o texto comigo. A cena é a de um cara que ta tendo problemas de ereção e procura um médico. Eu sou o médico que o aconselho a parar de fumar.
Passo uma, duas, entro no estúdio pra gravar e finalmente conheço Bárbara, a aniversariante da noite, a mocinha que me convidou pressa "bagaça" através do twiter, quem sabe esperando que eu não aceitasse. Nem sei bem porque aceitei. Já to com a vida suficientemente atribulada, mas me pareceu intuitivamente correto topar e ajudar a universitariada. Ela é fanzaça da banda e me abraça efusivamente.
Cena gravada duas vezes, uma pior que a outra. Não sou ator. Ok.
Vai ter uma festinha surpresa pra Bárbara e eles me convidam a ir até o bar tomar uma cerveja. Sem almoço e janta, eu bem que to precisando comer uma cerveja. O bar é mais distante da porta da facul e toca rock. Os mais próximos tocam sertanejo, pagode, sei lá! O resto do pessoal do grupo parece ser fã das VV, especialmente, como eu já disse, a aniversariante que ta enredada no namorado, viu Dex! Eles me perguntam sobre o CQC, sobre a banda e rola um parabéns neste buteco roqueiro e interessante. Tomo breja com a moçada. Eles precisam ir embora, pois todos usam metrô e ta chegando a hora do trem fechar suas portas. Bora? Bora!
Ligo pra Dex que ta meio puta com algo. Hum, cheiro de confusão no ar. Aviso que vou a Terra Nova comer e beber umas cervejas que to precisando. Pergunto se ela quer ir, mas Dex diz que já vai dormir. Ela não teve um dia fácil. Fez uma entrevista de trampo e acha que não foi bem. Mais que a grana, o desemprego da Dex me preocupa pela autoestima dela que ta indo pelo ralo.
O Terra ta fechando. Claro que to dentro. Brejas, picanha na tábua, bom papo com Heinz e Lola. Tem uma mesa de habitues tb, todos conhecidos e bons bebedores. Alguém diz que André não tem aparecido na área e imediatamente ligo pra ele que me atende com voz de sono.
- O pessoal ta sentindo sua falta no bar.
Ele desconversa e mal espera eu terminar o papo pra desligar. Ta bodeado mesmo. Mais cerveja. Paulinho quer um ingresso pra ver o AC/DC e pergunta se eu posso ajudar. Como? Não tenho nem pra mim! Marcião vai fazer uma tatuagem de tigre albino amanhã. Ou não. Ele não sabe. Vaine diz pra ele fazer. O papo segue sem sentido e animado e toca a campainha. Caraio,é o André. Saiu da cama pra beber. Uhu! Seguimos bebendo. E bebendo. Três da manhã e ta na hora de ir pra casa.
Chego. Dex me pergunta algo sobre um puteiro do Bortolotto que eu freqüento. Não entendo nada. To bebão. Rola uma discussão. Quer dizer, ela discute comigo. E vai dormir no sofá! Puta que pariu, que foi que eu fiz desta vez? E o pior de tudo: passei uma quarta feira sem feijoada! Puta que pariu mesmo!