segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A moça que atende a gente é burra como uma porta. Tão burra que mesmo quando insinuo ter desconfianças sobre sua capacidade intelectual ela ri, como u

O busão ta parado em algum ponto da estrada. Dou uma olhadela no relógio e correm oito e pouco da manhã. Nunca lhe ocorreu que horas são oito e pouco? Pense bem: é menos que oito e meia e bem menos que oito e tanto e muito menos que quase nove. Se levarmos em conta apenas a primeira meia hora das oito da manhã, pra ser oito e pouco teria que ser até uns dez minutos, senão a gente já falaria oito e quinze e daí por diante. Poderíamos dizer tb quase oito e meia, reiterando que a meia hora é uma referencia universal. Oito e pouco é isso. Oito e quanto? Oito e pouco. Mesmo com o fato do meu relógio ser digital e marcar oito e oito. Só que o maldito do "bobo" , como o chamavam os malandros de outrora num referencia aos relógios de corda, está três minutos adiantado. Meio sonado como estou levo uns dois minutos para descontar o adianto e quando olho já são oito e dez. Menos três, oito e sete. Oito e pouco e foda-se!


O busão ta parado, os motoristas devem estar tomando um café e da banda ninguém se mexe. Uma parada fantasma. Passa-se algum tempo, real ou psicológico, e voltamos pra estrada. Oito e qualquer coisa. Durmo de novo. E neste dorme, acorda, dorme, acorda, o telefone toca. É a Dex dizendo que vai consertar a panela de pressão e que se eu chegar, melhor ligar pra ela no celular. Informo que ainda demora. São nove e tanta. Abro a cortina e vejo o Tietê ao meu lado. Tamo perto. Ligo pra ela de novo e informo: estamos entrando em sampa e para chegar até a Gabaju, na zona norte, vai levar pelo menos mais duas horas, devido ás obras e a intransitabilidade crônica desta porra de cidade que eu amo, a despeito de prefeitos anti-bares, anti-cerveja, anti-barulho, anti-vida como este merda do Kassab. Filhote da ditadura, diria Brizola!

10 e pouco no relógio.

Vai, vai, transito, transito, tamaqui. Round mid-day e a dificuldade de sempre de estacionar um busão leito deste tamanho para o descarrego. Ok.

Dex me ligou que já ta na área. Desço minha mala pessoal aonde acoplei o saco da lavanderia do ultimo hotel com as roupas molhadas ou semi. Volto pra pegar a malona de figurino, pesada! Entro na Gabaju e cumprimento todo mundo: Marquinho, Vini, Nat, André, Fran, a Patty que ta de volta e o outro rapaz que eu não sei o nome ainda. O pessoal da técnica corre com a descarga e eu preciso cagar. Juju ta na fila do banheiro de baixo. Eu a empurro, mas já tem alguém la dentro. Penso em usar o banheiro de cima, mas desisto e vou pro carro carregando minhas bagagens. Dex troca idéias com Lu, mulher do Simon, e com Fefê, a filhota que beija (?) a barriga do pai. Bora.

Me despeço de todos, inclusive voltando pra dentro do busão pra dizer tchau pros motoras e pro Banas que está a paga-los. Fui.

Proponho pra Dex ou irmos almoçar fora agora ou deixarmos uma saída pro fim da tarde, começo de noite, lembrando que em algum momento preciso atualizar os dois dias de defasagem do Blog. Ela me informa que convidou seus pais pro almoço lá em casa e que preparou rango. Ligo pra sogrinha e ela confirma a ida até nossa goma. Ok. Mais tarde a gente inventa algo. Home.
Além das minhas tranqueiras de viagem, Dex comprou algumas coisas no mercado e consertou a panela de pressão. Acho . Tudo devidamente descarregado, Dex começa a cuidar do almoço e eu da desova dos secos e molhados.

Rúcula com bacon de um lado. Figurinos pendurados ao sol do outro.
Lasanha a bolonhesa no forno. Roupas molhadas na máquina de lavar.
Movimento de ida e volta da cozinha pra mesa do quintal.
Subida e descida com malas e roupas não usadas para meu quarto de roupas.

Vou pro banho. Opa, aquela cagada antes! Deixei o celular carregando pois, como raramente acontece, ele descarregou por completo sem que eu pudesse lhe devolver o poder, uma vez que esqueci a porra do carregador em sampa. Banho. Pra baixo. Ligo pro André Prata, meu ex-parceiro de redação, cujo aniversário é hoje. Só dá caixa. Deve estar gravando o SS. Aliás, este foi um fim de semana de aniversários. Lily na quinta, Marcão da Mooca na sexta, meu irmão Bi no sábado (Bi de Boitron), meu primo Vartão no domingo e hoje o retador mineiro.

Aproveito e ligo pro meu primo pra cumprimentá-lo atrasado, uma vez que não consegui contato ontem. Ele me explica que estava usando o outro celular. Diz que sofreu mesmo um acidente feio de moto e que acha que "colaram" seu braço de forma errada, pois ta com um calombo estranho. Fico de tentar achar tempo pra gente tomar uma cerveja esta semana, mas sei que vai ser difícil eu ter tempo.

Almoço delicioso na companhia da dona Lívia e do seu Ricardo, além da Dex e dos quitutes que ela produziu. Coca zero. No beer now! Dex ta me saindo uma bela cozinheira. Rango e conversas em andamento.

Papo e café na sala. Dex vai Internet ver se há algum e-mail com novidade de trampo. Dona Lívia dá cabo da louça. A máquina terminou de bater a primeira leva de roupa. Estendo. Coloco uma segunda leva, de roupas claras, adicionando tb dois lençóis de cama.

Os sogros se vão ver o Bafo. Dex vai cochilar e eu atualizar os blogs. Caraio, tem muita história pra contar. Banas me liga do Bar do Léo, mina onde jorra o melhor chopp de sampa, no centro. Agradeço o convite e declino, sei o quanto de trampo tenho pela frente. Penso que dia 16 de outubro, daqui alguns dias, vou mesmo parar com o Blog e escrever apenas eventualmente, sem a obrigação diária que ora me norteia. Foi isso que eu combinei comigo mesmo: este blog seria um diário da produção do novo cd e quando do lançamento deste, pararia. Neste meio tempo aconteceu muita coisa. Fatos que muitas vezes suplantaram as informações sobre ensaios e pré-produção do disco. Ok. A vida ta aí pra surpreender a gente, sempre!

Passo a tarde nisso. Antes estendo a segunda leva de roupas. Dex acorda e resolve sair de novo pra consertar a panela de pressão que continua não funcionando, mesmo com a tal de borracha trocada. "Comprei uma panela de pressão pra ver se eu cozinho mais depressa" ou "comprei uma panela de pressão pra ver seu cuzinho mais depressa".

Quando ela volta eu to com o saco na Lua de tanto escrever. Convido-a para sair. Ela escolhe. Ela não sabe. Vai tomar banho. Eu to pronto. Quero ir na Mercearia Laura Aguiar tomar breja importada e boa. Ela, claro, quer qualquer coisa menos isso. Vamos no Japonês perto da casa da Carlota e do Álvares. Até os convidamos a descer e se juntar a nós. Mas eles estão de bode do fim de semana. Pra mim, fim de semana é hoje.

A moça que atende a gente é burra como uma porta. Tão burra que mesmo quando insinuo ter desconfianças sobre sua capacidade intelectual ela ri, como uma hiena retardada. Peço Brahma extra. Só tem Bohemia. Lixo. L-i-x-o!

Peço Yakissoba. Dex pede um rango com algo parecido com Bife á Milanesa. Primeiro vem o Yakissoba. Pergunta pressa "jéga" se ela pode, por obséquio, trazer a merda da long neck mais horrorosa da terra, a porra da Bohemia que ta com gosto de perfume e faz tempo. Já pedi duas vezes e a infeliz ainda não trouxe. Trouxe. Pelo menos ta gelada. Eu e Dex terminamos o Yakissoba. Eu sei que o restaurante é japonês, mas prefiro comida chinesa. Chega o rango da Dex. Este lixo da Bohemia é uma merda, mas ta mesmo bem gelada. O rango da Dex traz bife com gosto de peixe, segundo ela. Troca. O cara na cozinha deve estar fazendo um vudú com a gente. Trocou o prato da Dex. Pedi aquele empanados, tempurá? Dex terminou o dela. Proponho um saquê, mas ela não quer. Como meus empanados. Dex quer aquele doce que parece uma batata, mas é feito de banana. Pronto. Bora. Quero ir no Zé, no Mercearia, beber cerveja boa. Dex reluta, diz que estamos estufados. Estamos mesmo. Insisto em ir ao Zé. Tá com as portas semi-fechadas. Não é dia de tomar cerveja boa mesmo! Go home.

Lixo na rua. Me espeto com umas plantas que foram podadas pelo tio Chico que fez bico de jardineiro no fim de semana. CQC na TV. Não sei se quero continuar assistindo isso toda semana. Que é legal, é! Mas me deprime um pouco. Parece me mostrar algo que poderia ser meu, mas me foi negado. Quer saber? Vou dormir! Dex vem junto. São onze e tanta da noite.