sexta-feira, 31 de julho de 2009

“O estranho caso do cara que operou a mão e perdeu a barriga”.

Coloquei o despertador pras oito e meia, pra me dar a chance de dormir mais um pouquinho. Eu me permito dormir até mais tarde hoje. Eh,eh,eh! Este papo de "me permito" é coisa de viado, nénão?

Sete e meia e já to sentado no trono, lendo e, obviamente, cagando aos borbotões. E porque não dizer, aos bostalhões.

Ronaldo fez mesmo uma lipo. E o esquema prele chegar á clínica foi coisa de cinema. Entrou sedado e coberto como um cadáver no hospital. Foi "rézistrado" sob o nome de Aristides. A coisa da lipo durou duas horas e meia o que, segundo especialistas, é muito tempo para tirar apenas 700 ml de barriga. Devem ter tirado bem mais. Depois disso houve a cirurgia da mão. Este ficará conhecido como "O estranho caso do cara que operou a mão e perdeu a barriga". Os bambis ganharam do Grêmio de dois a um no morumbicha. Filhos da puta, estão se recuperando mesmo. Lula ta largando o Sarney. A gripe suína segue alarmando, mas uma empresa brasileira entrega os primeiros lotes de remédio para tratamento do vírus, bactéria, sei lá. Dizem que a doença vem desde 1918 e que está uma quarta geração de gripe, que veio mutando com o tempo. A banda Fábrica de Animais, da minha amiga Fernanda D'umbra (que vc pode ver tb no seriado Mothern), vai tocar quinta que vem lá no Sesc Vila Mariana. E chega desta merda. Vou curar este restinho de ressaca de vinho sob o chuveiro. Se me animar até mando uma mariquinha-maricota. Não animei. Internet. Bora pro SBT.

Gente, na boa, só pra efeito de "rézistro": faz dois meses que to gripado, com tosse e cuspindo bolotas de catarro. Puta inverno filho da puta. Isto posto, vamonóis.

Chego por volta de meio dia. To ouvindo a versão cool de "Black Hole Sun", do Soundgarden, na interpretação jazzística do Stella Starlight Trio. Coisa linda. Tudo nublado, um pianinho bem tocado e o quadro do Gugu segue jogado num canto.

Olha velho! Entro na produção e começa a chover trampo. Todo mundo me chama, todo mundo pergunta, todo mundo informa, to atolado de trabalho e assim passo toda a tarde. Numa reunião com Magrão bato de frente com uma idéia dele e o deixo puto. Acho que é por isso que ele me respeita: sempre coloco minha opinião, duela a quem duela.

Almoço correndo e mais trampo. Sexta feira é dia de ir fechando as fichas e o texto para o TP. Ta todo mundo bem enrolado. Nadya passou mal e não veio trampar. Disse que tentou ir até o elevador e vomitou. Disse que não bebeu nada ontem. Duvideodó. Mas, sem problema. A gente toca a coisa toda. Jorjão e Ed fecham as coisas e... Acabou. Seis e meia da tarde e vou me mandar pra Vila Mariana pra gravar o programa Bandas de Garagem da rádio Uol.

Tudo razoavelmente vazio até chegar na área da Avenida Paulista. Aí, mano, levo uma hora e vinte pra passar. Contabilidade: levo duas horas e vinte minutos até o local que é bem perto da casa do Roy. Vai tomar no cu! Vai pra puta que pariu. Quem foi o filho da puta que marcou esta porra num horário destes, em que a cidade fica intransponível, intransitável, inenarrável, intolerável. Caralho azul e preto!

O pessoal do Tihuana ta saindo. Tem uma porção de bandas na área. E eu to fudido, puto, querendo esganar um. Cumprimento a galera. Ta todo mundo aí, inclusive Fefê, filhota do Simon. Acho uma geladeira e nela latinhas de felicidade. Bebo uma. Duas. Três. A cada gole o álcool, como um exorcista, como um pai de santo, vai tirando a revolta e o ódio do meu coração. Já to quase bão! Cida Candido, nossa assessora de imprensa (hum, tamo chique, né?) chega com uma amiga.

Desce breja. Banas tb veio. Ta tudo bem atrasado. Porra, podiam ter marcado mais tarde e agente não precisaria ter passado este calvário no transito desta filhadumaputa de cidade que eu amo, porra.

Mais de dez da noite e tamos no estúdio passando o som. Beleza. Bora gravar 5 canções e depois fazer uma entrevista. Mandamos "Tudo que a gente faz", "A mulher do diabo", "Abre essas pernas", "Uns drinks" e "A minhoca/Beijos de corpo" emendadas.

Caraio. Que puta energia. Porra, a gente é uma banda de culhão. Mandamos como se fosse show. Porrada, mano!

Depois, até porque não cabia todo mundo no estúdio na hora da entrevista, ficamos só eu e o Cavalo. Ju aproveitou e se mandou a tempo de pegar o último busão pra Jundiaí City. E o resto saiu fora mesmo. O papo foi bem divertido, comigo mandando o Sarney, o prefeito e o governador tomarem nos devidos cus e destilando um palavrão atrás do outro. Vai ter "piiiii" pra caralho na edição final. Mas parece que os caras gostaram. Tanto que um deles, o que trabalha tb no SBT, me convida pra vir mais vezes, dizendo que eu sou um "palhaço". Eh,eh,eh. Eu diria que sou um "clown".

- Mas venho com prazer sim, só me avisa com antecedência.

Cavalo vai descer a serra e eu ligo pra Dex, já batendo meia noite, pra ver se ela ainda quer sair. Diz que não. Eu digo que quero. Se ela não for sair comigo, quero dar uma passada na Roosevelt. Como já informei vcs, na época em que estávamos separados ela acha que eu comi todas as atrizes da Roosevelt. Ah, se fosse verdade. Mas exatamente por isso ela detesta que eu vá lá. E, sendo assim, me pede pra não ir. Diz que vai comigo até o Terra. Ok, vou pro Terra e te encontro lá.

Cheguei. Cadê Dex? Desistiu! Hum. Tudo pra me tirar da Roosevelt. Ok. Ela me pergunta ao celular se vou demorar.

- Vou sim, quero ficar bastante bêbado!

E, deste modo, início minha embriagagem. Serra Malte. Pinga de maracujá. Serra Malte. Pinga de maracujá. Bolinhos de carne. Serra Malte. Pinga de..m..Ser..Pin..Opa! To chapando na mesa dos habitues. Fernandão. Rogério. Quem mais? To bebendo. Conto pros caras de um roteiro, livro, sei lá que me veio á mente faz algumas semanas.

"Num futuro não muito distante, devido ao aumento considerável de nascimentos de mulheres e escassez de homens, a sociedade legaliza os casais de três, com duas bucetas e uma rola. Nenhum homem pode casar-se apenas com uma mulher. Devem ser duas. As amantes e namoradas são toleradas socialmente e incentivadas pelas próprias esposas. Neste panorama, um casal se insurge por querer viver apenas a dois. São discriminados pelas pessoas e tem que lutar na justiça pelo direito á monogamia".

Num é legal?
Sei lá.

To doidão. Vou pra casa. To em casa. Dex passou a noite fazendo um pão com frios que está simplesmente uma delícia. Mando meia bengala pra dentro. Porra, ela ta melhorando como cozinheira. Desmaio na cama.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Segunda feira, 3 de agosto de 2009, duas da tarde, começam as gravações de “Ninguém beija como as Lésbicas”, o próximo cd das VV.

Despertador. Frio. Enrolo. Desabo da cama. Jornal. Correspondência do Detran junto. Caraio, mais uma multa de excesso de velocidade. 4 pontos na carteira. Já são 12. Vou em cana, ainda, caralho! Foda-se.

O quê? O Santos ganhou no último minuto do Náutico. Porcada ganhou de um a zero do Flu que vai cair de novo. Que mais. Ronaldo fez a cirurgia na mão, colocando quatro pinos e 12 parafusos. Sonia Racy diz que ele tb fez lipo, mas ninguém confirmou. Que mais? Um cara lançou uma enciclopédia sobre cerveja, a Larrouse de Cerveja. Política e economia, aquela merda de sempre. Tutty Vasquez diz que os cariocas não entenderam o espírito do Disque Gripe Suína no Wild River, pois tem gente ligando pra dizer que o vizinho ta com tosse. Gente, não é Disque Denuncia Suína, porra.

Boschta. Banho. Dona Rosa em ação lá embaixo graças a mim que deixei a porta aberta. Dex levantando. Eu no micro. Olha que e-mail legal que o meu amigo Maga, redator da Praça é Nossa, me mandou. É sobre três músicas brasileiras falando aparentemente de amor e abandono mas na verdade com histórias mais profundas que a gente imagina. A primeira eu já sabia, "Gostava tanto de vc", que não é do Tim Maia e sim dum cara chamado Edson Trindade, que escreveu a canção não pruma mulher que ele perdeu, mas pra filha que morreu num acidente de carro. A segunda, "O Mundo é um moinho", que o Cartola fez quando soube que a filha tinha se tornado prostituta. E a terceira, mais surpreendente, "Flor de Liz", do Djavan. Se é verdade ou não, eu não sei. Mas que é uma boa história, isso é. Djavan teria tido uma mulher chamada Maria que estava esperando uma filha dele, Margarida. A gravidez tornou-se de risco e na hora do parto o médico teria dito que teria que escolher uma pra salvar, já que uma delas morreria no nascimento. Djavan pediu que salvasse as duas. E as duas morreram.

"E o meu jardim da vida ressecou, morreu. Do pé que brotou Maria, nem margarida nasceu".

Verdade ou mentira? Segue o dia!

Bora pro SBT. Beijos na Dex, despedidas da Dona Rosa e bora mesmo. Frio. Transitinho mais ou menos. Ouvindo meus sons. Ligo pros meus irmãos pra ver como estão. Bi tá numa reunião e está bem. Cá tb. Nada de mais. Só pra ver como estão as coisas. Amo estes caras. Sou o caçula, como vcs deveriam saber.

Tô chegando. Cheguei. Já tem gente me procurando: Thiago quer seu texto pra mandar pra locução. Preciso corrigir o roteiro do Construindo e inserir várias cenas. Jotaerre quer conversar mas não dá. Sou um só e tenho que atender Magrão tb. Peço que Jorjão faça o texto de release dos quadros do programa pro pessoal do comercial vender. Nestas, vou fazendo um monte de coisas pela metade e não termino nada. Ufa. Terminei a porra do texto do Thiago.

Almoço. Salada e bifes. Hum, tem yakissoba, mas vou manter o regime. Os bifes estão legais. De volta ao trampo.

Vou até a ilha ver o que tá rolando no Construindo. Emendo com uma ida ao Assist pra ver o quadro desde o início. O editor marcou os pontos onde vai precisar de texto. E agora eu e Dante vamos encaixar tudo e mandar pro Celso. Sabe que horas conseguimos terminar? Oito e quinze. Dante se manda e eu vou atualizar o orkut. O curso de Decoração que Dex ia fazer e que tava deixando-a feliz foi adiado. E ela tá puta. Porra, que merda. Ela tava curtindo tanto a parada. Nem dei muita atenção pra ela quando me contou.

Aliás, meu irmão Celso me ligou e deixou recado. Não consegui atender. Temos agora a tal reunião com o Paulo Anhaia que deve produzir nosso novo cd. Troquei mensagens com ele pelo Twitter e ele ta, parece, entusiasmado. Oba. Depois tem a Festa da Tapadeira, tradicional encontro mensal de galera da área de Tv lá num buteco ao lado da Record. Vou ver se vou após a reunião e de Dex deixar. Bora encontrar Paulão.

Apesar da chuva, to aqui na porta da casa do cara, numa travessa da Bráz Leme. O mesmo lugar onde nos encontramos para planejar o Cubanajarra, cerca de 4 anos atrás. Encosto o carro e Simon chega na mesma hora. Aperto o botão 12 e Paulão ta vindo nos receber.

Enquanto isso, converso com Simon sobre uma proposta que recebi do Sesc Vila Mariana. Eles querem que eu me apresente cantando músicas bregas em duas datas de setembro, dois domingos á tarde. Imediatamente lembrei da banda paralela do Simon, Clube do Chinelo, especializada em versões de clássicos de Genival Lacerda, Odair José e por aí vai. Eu simplesmente adoro este tipo de repertório tido como brega. Simon tb se animou. Na verdade, eu já havia mandado uma cópia do e-mail que recebi do Sesc pra ele, para que ele falasse com o Neville (baixo) e o André Pedrão (guita) e verificasse interesse e disponibilidade.

Simon já me informa que ta todo mundo a fim. Só precisamos checar se não tem problema com shows das VV. Opa, dia 6 de setembro, a primeira data, estaremos no Rio. Hum. Ligo pro Banas e ele diz que dia 20, a outra data, poderemos estar em Belém. Miou. Merda. Ia ser divertido. Mesmo assim, vou mandar um email pro Sesc e me por à disposição pra novas datas futuras. Seria du caraio tocar estes sons que eu tanto assisti no programa do Chacrinha.

Paulão abriu. Ta de cabelo curto, quase ruivo, e com barba aparada. Quem já o viu com visual de zumbi dos infernos na liderança da banda Monster sabe que o shape mudou bastante. A própria banda dele tá em transição: eles estão captando recursos pra fazer um trabalho misturando mídias e bem grandioso. Boa sorte.

No sofá da sala do nosso produtor (hope so) jaz um cidadão que atende pelo mesmo nome do pai e o meu. Paulinho tá gigante, com 14 anos. Dorme com a tv ligada e imediatamente lembro de que quando gravamos nosso primeiro cd, tb com produção do Mr. Anhaia, em 93 ou 94, a grana foi usada pelo Paulão justamente para o parto deste macróbio que agora habita o sofá e que, descubro, é canhoto e toca baixo e guitarra. O tempo, definitivamente, não pára!

No quarto do fundo do apê fica o estúdio do homem. Cavalo já ta lá. Começamos a conversa e Paulão diz que curtiu a idéia de um disco conceitual. Diz que leu os textos todos para se inteirar da história, mas que não sentiu nas músicas uma linha de enredo. Explico que a amarração foi feita depois e que as músicas não foram compostas para contar a história. A idéia de juntar tudo numa espécie de fábula veio depois do repertório definido. Tuca não chega. Começamos a ouvir música a música dando ênfase para as vinhetas e ambientações que vamos criar entre as faixas para sugerir a seqüência de ações e locais onde a história se passa: o mundo fantástico de "Dentro da Garrafa".

Sendo direto, Paulão curtiu quase tudo, especialmente a putaria descarada, fazendo restrições a duas canções que não o convenceram musicalmente: "Cu de Bêbado não tem dono" e "A Balada do Adney Narigudo". Em ambas ele sugeriu que tentássemos, assim como ele próprio, pensar em algo pra dar mais vida no som. O conceito da palavra "vida" pode parecer vago, mas sacamos o que é. E o Paulão é muito bom nisso: subir o tom em determinado lugar, adicionar mais peso, trocar partes, inventar até mesmo um refrão. Confio nele e se houver alguma saída interessante ele vai descobrir. Confio e respeito muito o trampo do Paulão. Foi ele quem nos ensinou a mapear as canções e limar coisas desnecessárias.

No dueto da Ju e do Roy ele disse tb ter sentido algo, mas menos intenso que nas outras duas. Talvez uma melhor interpretação vocal, mais gás mesmo, ou uma alteração no andamento. Novamente, confio no cara pra produzir a bagaça.

No meio da audição, que se estende até cerca de meia noite e meia, Tuca chega com aquela cara de quem andou pecando que ele tem exibido desde que se separou.

Uma das sugestões do Paulão é usar uma bateria digital (não sei se é este o nome) que pode ser tocada normalmente, mas que ao invés de peças de metal, tem "captadores" em formato de prato, caixa, bumbo, surdo, tudo de borracha. Você coloca sons de qualquer tipo de batera (até do John Bonham) e é possível dar a intenção perfeita do ataque, dada a sensibilidade do equipamento.

Inicialmente a gente não crê muito nesta onda de batera de borracha. Especialmente numa banda de rock que gosta de porrada. Mas Paulão solta alguns sons já gravados ali mesmo, com aquela mesma batera e a porrada é excelente. Coisas da tecnologia. De qualquer modo, Simon é quem escolhe. Se ficar legal e ele curtir, gravamos ali, desta forma digital. Senão vamos pro estúdio do pai do Paulão e captamos a coisa á antiga. Como já disse, confio pra caralho no julgamento do nosso produtor. Ele é meio pai do nosso jeito de acertar e gravar sons.

Tudo definido, a idéia original era começar a gravar uma espécie de mapa dos sons com um click marcando o andamento neste sábado mesmo. Mas o Roy, que tinha algum compromisso e não veio na reunião de hoje, tem show com o Tutti Frutti, banda do pai dele, em Amparo, no sábado. Mas segunda á tarde ele pode. E como posso tirar folga ás segundas em função do trampo de domingo no SBT, ta marcado.

Segunda feira, 3 de agosto de 2009, duas da tarde, começam as gravações de "Ninguém beija como as Lésbicas", o próximo cd das VV.

Tamos saindo. Cavalo diz que vai ficar mais pra acertar grana com Paulão. Já na rua desisto de ir á Festa da Tapadeira. Ligo pra Dex e informo que vou ao Terra Nova comer uma cerveja e beber um sanduba de picanha, uma vez que não jantei e o meu estômago urra por alimento. Ela diz que ta deitada e que até queria ir, mas agora vai dormir. Simbora.

Simon se manda pra casa pra dar atenção pra Fefê que fica furiosa quando tiram seu pai de perto dela. Eu e Tuca, cada qual no seu carro, vamos singrando as ruas molhadas da ZN em direção do nosso QG alcoólico.

Quase chegando, Dex me liga e pergunta se posso pegá-la. Ela animou-se e quer beber umas e outras tb.

- Claro amor. To indo!

Nem bem adentro o portão do condomínio e lá vem Dex já pronta correndo. Já no carro, noto que o porteiro tem dificuldade em entender que apesar de ter acabado de entrar, minha intenção é sair novamente, de ré mesmo.

Entendeu.

Tamos a caminho. Tamos no Terra que já ta naquele processo de ir levantando cadeiras e apagando as luzes do salão quando se aproxima a uma da manhã, temendo multas do Psiu. Vcs sabem que somos da casa e nossa entrada e permanência depois deste horário é liberada.
Tem uma galera de habitues, como sempre. Tuca ta no balcão falando com Rogério. E Calê ta xavecando uma moça perto do local onde ele canta. Sento-me com Dex exatamente na mesa que fica sob o quadro com uma fotografia clássica da gente, ainda com Caio, Lips e Claudia. Sempre que olho este pôster devidamente enquadrado penso que há uma mensagem subliminar nele, ainda que eu não compreenda qual.

Eu e Dex pedimos sanduíches de picanha. Estamos em dúvida entre o que vem com picanha fresca e o que vem com picanha defumada. Pedimos os dois. Dex pediu uma taça de vinho e eu uma Serra. Mudança de planos. Uma garrafa de vinho pros dois. Há uma promoção com vinhos Argentinos a 25 reais. Escolhemos um Syrah. Vou buscar o vinho numa cesta que fica perto de onde o Cale conversa a moça e, tanto na ida quanto na volta, passo a mão na bunda dele. Ele ri. A moça nem percebe. Tudo encaminhado. Tuca vem pra mesa e reclama que pedimos sanduíches. Ele pediu uma picanha na tábua. Vai ser muita comida? Não, a gente devora.

Cavalo chega. Pede um caldinho sei lá de quê e toma vinho com a gente. Tuca vai de Brahma. Seguimos falando do entusiasmo do Paulão em fazer o disco, das suas idéias, enfim, do início do processo já na segundona. Cavalo pergunta como está o lance da falta de trampo pra Dex que diz que ta ficando cheia de ficar em casa.

- Não tem mais o que limpar – diz ela

Falo do trampo no SBT, comento que trabalhei pra caralho hoje e da correria que é o Domingo Legal.

Tamos comendo. E a picanha do Heinz, seja fresca, maturada, defumada ou perfumada, é simply the best, as always. Cavalo diz que ta escrevendo um blog dele e um twitter das VV. Ele ta atacando o caldo. Cool.

Não estamos exatamente falando como antes, eu e ele. O papo entre nos dois segue meio burocrático. Sigo magoado com o fato dele ter colocado nossa amizade de 23 anos em cheque sem me dar um motivo sequer. Mas, simbora fazer o que tem que ser feito.

As pessoas vão se mandando. Aquela mala que parece sósia da Fafy Siqueira tb tava aqui, mas está indo. Indo. Foi, graças a Deus. Uns caras barulhentos e bebuns tb saíram. O vinho desce. Mais uma garrafa. Tuca ta pescando na mesa. Cavalo me lança uns olhares semelhantes aqueles daquele papo ruim no MacDonalds, semana passada. Estarei exagerando? Sei lá! Cachorro mordido de cobra tem medo de lingüiça. Temos um novo cd pra fazer e uma turnê pra começar. E vamos fazê-lo, tenham certeza.

Terminou tudo. Área. Cumprimentos aos amigos no bar. Despedidas entre as pessoas no portão. Tuca chama Cavalo pra dormir na casa dele, uma vez que nesta sexta vamos gravar um lance no programa Bandas de Garagem da rádio Uol e ele terá que ficar em sampa. Normalmente eu perguntaria se ele quer dormir na minha casa, mesmo sabendo que ele ia preferir a casa solteira do Tuca. As coisas não estão muito normais na minha cabeça e não faço o convite. Espero que este mal estar termine logo. É muita coisa, muito tempo juntos pra terminar por uma besteira que eu nem sei qual é.

Um mala pede moedas pelo serviço de guardador de carros. Hum! Odeio guardadores de carro, porra!

Enquanto vencemos os menos de dois minutos de carro entre a porta chuvosa e fria do bar até nossa casa, comento que achei Cavalo agressivo em alguns comentários. Dex diz que to fantasiando, que ele foi bem gentil com ela e que to com pé atrás. Hum. Que horas? Dez pras três. Cama.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

- Olhe, nêga, vou te dar casa, comida e três “mião” por mês. Mas quero rabicó!

Hoje tenho muita coisa pra fazer logo cedo. Além das paradas da Internet, deixar documentação na O2, pegar o dvd pra mandar pro CQC, passar no correio e mandar o Kit e ainda tentar passar no shopping e trocar a minha bolsa masculina que ta com o fôrro (ou forró) todo rasgado por dentro, com dez dias de uso. E ainda ir pro SBT ralar, caralho.


No momento é jornal. Blá, blá, blá de sempre sobre o senado, Lula, estes filhos da puta que mandam na nossa vida.

A Gripe Suína que o André disse que estava sendo tratada com exagero já atrasa volta ás aulas e provoca polêmica. A filha do Dante teve que voltar pra casa ontem por estar com tosse. Só pode ir á aula se tiver atestado médico. Isso pode virar um pandemônio, gente!

A seleção de volei que ganhou a liga mundial com novas caras é inspiração pro Timão do Mano se recuperar hoje contra o Santo André em São José do Rio Preto. Massa deve ir pra França se tratar e pode ser substituído por Schumacker. Quem diria que a fórmula um poderia voltar a ter o alemão?

Banho. Minha camisa do Poderoso Chefão comprada na Itália que, por isso mesmo, tem o nome de "Il Padrino", o nome da película no idioma da bota. E vamos pra vida resolver as paradas.
Dex quer que eu use uma blusa vermelha que ela me deu na viagem pra Europa e que eu nunca usei. Pedindo assim, só não uso uma camisa do porco. O resto posso fazer.

Caraio, no caminho pra O2 cai o mundo sobre sampa. Relâmpagos, trovões, é o fim dos tempos, o juízo final. Tô aqui na porta da O2 esperando a tromba d'água passar. Passou.

Tá todo mundo ai. Fran com dor de ouvido. Tadinha! Deixo a documentação pros caras da Zlotti retirarem amanhã. Agora é passar na produtora do Thiago, com "h", deixar um abraço pro André cinegrafista e ver o material que eles editaram preu mandar pro CQC. Este papo de CQC pintou de uma forma tão maluca que pode até dar certo. Já pensou? Ir pra frente da câmera sempre foi um sonho meu. Vamos ver. O material tá legal: clips, discursos esculhambados no palco com as VV, teste de apresentador no SBT, piloto de programa sobre literatura com a Soninha, piloto de um programa meu chamado Rock Talk Show. Tá bem legal de verdade. Simbora pro shopping tentar trocar ou consertar minha "bolsa masculina" e ainda achar um correio pra mandar a bagaça toda do Kit CQC.

Troco a bolsa por uma marrom bem mais gay, na minha opinião. Mas a Dex tá curtindo e devo confessar que melhor que "aquela" maledeta pochete que eu usava, qualquer coisa é.
Pronto. Porra, estamos bem próximos "daquele" empório de bebidas importadas. Vou comprar umas brejas belgas daquelas. Sabe, aquelas? Steenbrugge! Porra, tem umas Backers mineiras tb. Venham!

Levo tudo pro carro da Dex. Vamos até o Lar Center, pois o correio foi transferido pra lá. Dex vai dar um rolê e eu mando tudo pra Band via Sedex.

Completamente atrasado e a caminho do carro que ficou no estacionamento do shopping, meto a mão no bolso da bolsa e sinto que o tecido está rasgando igual á outra. Porra, nem deu tempo de chegar no carro. Vai tomar no cu. Tá colada com cuspe esta porra de couro? Ou ta colada com porra? Seja o que for, ta mais frágil que torcida de sãopaulino quando time não ganha.

Volto á loja soltando os cachorros e a vendedora me aconselha a trocar de modelo. É o que eu faço. Porra, esta é preta e bem mais "discreta". Curti. O quê? Tem diferença? Ainda tenho que pagar vinte mangos? Caraio.

Carro. Chuva. Bolsa com todos os cacarecos. Gostei mais desta. Tá caindo água e o transito acusa morosidade.

Chego ao SBT quase meio dia e meia. Ligo pro Fernandão do Sex Privê no caminho e cumprimento ele pelo niver. Bom menino. Comeu a Julia Paes. E a Amanda. Pau de ouro!
Agora é doideira. Wanderley tá mandando cenas extras pra inserir nos dias de obra que eu já havia roteirizado. Magrão quer falar do texto da escalada. Flavinho quer falar do apartamento que ele vai reformar. Preciso fazer as fichas das coisas que vão rolar no palco e no corredor.
E tasca ir na edição ver discos. Reunião. Discussão na redação sobre o quanto os textos em off colocados nas matérias são redundantes e desnecessários. A porra da imagem tá mostrando o que tá acontecendo e a gente tem que descrever a mesma coisa. Porra, tá todo mundo vendo que o carro caiu da ponte. E vc tem que escrever: "o carro caiu da ponte". Fazemos textos para cego.

Heim? O público do SBT não compreende se não for assim? Mas o público da Globo compreende? E qual a diferença do povo de lá pro de cá? O de lá é mais povão ainda, caraio. Eles têm mais audiência! Ou será que a diferença de audiência da Globo pras outras é toda da classe a? As pessoas subestimam a capacidade evolutiva do povo brasileiro.

Deixa isso pra lá.

Dirlan põe fim nesta farra do boi de ficar gravando coisas extras pra dias de obra que já deveriam estar editados.

- Se não chegar até o fim da tarde de hoje, não entra esta semana.

Boa. A pobre da estagiaria, Mayara, vai virar a noite "logando" as imagens que vem nos discos. Ela pede que eu assista pra facilitar.

Eu já assisti e tenho uma boa idéia do que vai rolar. Amanhã só coloco as referencias de cena, mas os textos estão prontos.

E Dex me ligou que caiu o mundo em água lá e me quer em casa. Esqueceu de colocar minhas cervejinhas especiais pra gelar.

- Coloca pra gelar agora que dá tempo até o jogo, caralho! Digo, amor!

Mulher não sabe cuidar de churrasco e nem de cerveja. E vou embora. Vamos sofrer com o Timão. Ou não. Depois te falo. Ah, Paulo Anhaia será mesmo o produtor do cd. Cavalo diz que ele está entusiasmado. Que legal. Estamos precisando de alguém de pau duro. E este cara é o Paulão, que produziu nosso primeiro cd. E o Cubanajarra tb. Espero que o Fabinho não fique puto. Amanhã tem reunião á noite na casa do producer pra fechar os planos. É noise. VV tá viva de novo!

Prra, minha fitinha "Eu nunca vou te abandonar" que veio nokit do mesmo nome quandoa gente caiu em 2007 acabou de quebrar. Comprei lá pelo dia 27 ou 28 de dezembro, pouco depois da queda, com direito a camiseta, adesivo e esta fitinha que durou uns 20 meses. Isso por que eu tinha mania de ficar forçando. Se deixasse puir mesmo ia dar uns dois anos. Taí a estatística, Marcelo Duarte: uma fitinha do tipo "Senhor do Bonfim" dura em média dois anos. E pensar naquele sentimento triste e engasgado que tava na minha vida naquele dia em que peguei uma fila de quatro horas pra comprar o kit na lojinha do Parque São Jorge. De lá pra cá superamos muitos desafios. Subimos, ganhamos títulos e garantimos vaga na Libertadores do ano do nosso centenário. Porra, estamos tendo que remontar o time. E vamos vencer!

E agora fui mesmo. Timão, eoh!

Transito até legal. Ligo pra casa do Celso, meu irmão, que me ligou ontem e não pude dar atenção. Na primeira tentativa ninguém atende. Na segunda a esposa Rita diz que ele ta dormindo por causa de uma indisposição estomacal. Caganeira? Ok. Estranho ele estar dormindo tão cedo num dia de jogo do Timão (somos todos corinthianos na minha família, exceto por um irmão santista e um sobrinho bambi).

Casa. Dex ta cuidando do jantar. Tem um tutu de feijão legal. Arroz, bife. Cool. Dex tem se esforçado pra virar dona de casa nestes dias ainda sem trampo. Rala dia e noite limpando a casa. Ta até meio maníaca. Aproveita suas insônias pra dar uma geral. E me disse que ficar em casa não é de todo ruim. O problema é que o dinheiro não entra.

- Olhe, nêga, vou te dar casa, comida e três "mião" por mês. Mas quero rabicó!

Se ela ler isso vai me espancar! Eh, eh, eh! Brincadeirinha, docinho. Mas se rolar nóis vai! Ô se vai!

Hum! Ela vai dizer que não tenho dado conta nem do dia a dia. E ela tem sua parcela de razão. Mas tamos muito bem, um com o outro. E isso é que importa. Love u, honey darling!

Coloco as brejas especiais no congelador. Dex diz que ta lotado e não tem espaço. E é nesta hora que "o maior arrumador de geladeiras e frisers do mundo" (no caso, eu) mostra suas qualidades. Coloquei três. Uma Steenbrugge blond, duas Backers mineiras, uma de trigo e a outra pilsen.
Coloco o dvd que mandei pro CQC pra Dex ver. Ela curte. Nisso ta pra começar o jogo contra o Santo André, com casa cheia em S. J. Rio Preto.

Quer um resumo em uma linha? Os caras criam várias chances e Felipe opera pelo menos uns três milagres, além da trave nos ajudar. A coisa ta feia. Tamos sem meio time tb, né. Uns foram vendidos (3), dois estão suspensos e um quebrou a mão. O primeiro tempo é assim. Por sorte saímos com zero a zero. O tal de Marcinho na esquerda não pega no tranco. O Diogo, na direita, vive atrapalhado. O Juciley tem classe e joga de cabeça erguida. Este é do caraio! Moraes de cabelo laranja erra passes demais. O tal de Moradey luta. O Henrique, luta! E como o esporte é futebol e não Luta Greco Romana, a gente se fode com os toques de classe do Marcelinho Carioca. A torcida fica gritando o nome dele, mas daqui a pouco ele nos fode.

Segundo tempo. Já desceu a Steembrugge Blond. Feels like heaven. E a Backer de trigo. To na pilsen e coloquei uma red ale pra gelar. O legal de beber cerveja diferenciada é que a gente bebe devagar, saboreando.

Marcelinho cavou uma falta. Todo mundo viu que não foi. O viadinho, como eu havia previsto, bota no ângulo e uma zero preles. Ta complicado mesmo. É o que nosso sóbrissimo capitão William falou na saída pro intervalo. Ganhamos tudo no primeiro semestre e agora é como quando começou a preparação pra disputar o paulistão e a segundona em 2008: temos que formar um novo time! E isso leva tempo e requer paciência. São mais quarenta dias de janela de contrações aberta na Europa e o risco de perdermos mais alguns jogadores é grande. Tudo pra deixar os mano sem dormir. E oi Mano tb.

Por falar no nosso treinador, ele resolveu agir e coloca Souza e Bill. A coisa melhora. Coloca tb Marcelinho, o nosso. Na primeira jogada do garoto, bola pro Souza que sofre pênalti. Uhu! Olha o Souza mostrando serviço. Ele ainda vai dar alegrias pra gente, gente!

Chicão na bola e um a um. Mas o Santo André segue melhor. Com um pouquinho mais de sorte poderíamos até ter feito o segundo. Mas se a sorte fosse pro ataque ia desguarnecer a defesa, onde São Felipe segue salvando tudo. Já era. Um a um ta bom. No domingo é Avai no Pacaembu. E temos que assoprar a bola e fazer o Timão ganhar de qualquer jeito. .

To com meu chapéu alvi-negro de vaquinha e nada deu certo. Coloquei a camisa do Timão que deu sorte no paulistão e não ganhamos. Preciso achar mandingas novas.

Desço pra ver o que Dex ta aprontando e lá está ela no frio passando verniz no banco. Ta doidona. Tento dar um jeito no congelador que zoneei pra colocar as brejas e... Ó... Tragédia... Esqueci da Red Ale que pus pra gelar. A tampa saiu, mas não quebrou a garrafa. Tá congelada! Com os olhos mareados e o coração nadando de braçada no mar da indignação e da autocomiseração, passo a recuperar o líquido, mergulhando a long neck na água quente. Com cuidado e dedicação vou trazendo a cerveja novamente pro estado líquido.

- Respira, respira!

Claro que o sabor vai se perder um pouco. Mas não importa. Vou ingerir esta cerveja nem que tenha que chupá-la como sorvete. Hum, a breja é tão boa que continua saborosa. E terminei. E tamos vendo tv eu e a Dex. E eu to babando. To na cama. Ela na sala com os "zóio istalado inguar dois ovo frito". As coisas estão muito trocadas nesta casa. Só falta ela fazer os shows das VV. Aí é demais. Bye!

terça-feira, 28 de julho de 2009

- Eu não cobro bebida de amigo e nem putaria.

Cinco da manhã e Dex tá com insonia. Ao invés de ver tv ela me abraça e coloca a perna sobre as minhas. Hum. E começa a me bolinar. Eta insônia boa! Fora do quarto, vcs todos, já.

Cinco e meia e tamos de volta á tentativa de dormir. Agora bem mais aliviados. Adorei este ataque noturno. Fazia tempo que a gente não se encontrava no meio da noite.

Sete horas. O despertador tá tocando e tô com sono. Enrolo. Dex pergunta se não vou levantar. Digo que vou atrasar a saída da cama em duas hora. Peço prela fechar os olhos, acendo a luz e coloco o despertador pras nove. E quem disse que eu consigo dormir agora? Porra.

Quinze pras oito. Desligo o despertador e levanto. Tava com sono, mas foi só colocar o despertador pra mais tarde que o sono se foi. Porra.


Jornal. Heim? Mazelas no congresso. O Mercadante segue dizendo que o Sarney tem que sair e ninguém, nem mesmo do PT, dá ouvidos. É um bunda mole mesmo!

O Massa saiu do coma induzido e dá sinais de estar com tudo em cima. Menos mal! Volta ás pistas é outra história. Agora está definitivamente provado que o Barrichelo tem um parafuso a menos. Eh, eh,eh !

Douglas foi embora do Timão que trouxe um zagueiro sei lá de onde. Ronaldo vai ficar parado 4 a 5 semanas por causa da lesão na mão. E Muricy começou a treinar a porcada em ritmo intenso. Alô Muricy, alô porcada: vão tomar no cu!

Banho. Lavo a bunda no chuveiro, sim! E daí? O chuveiro é meu e o cu tb.
Reunião hoje ás 11h. Nem vou abrir o computer. Vestido estou.

O cara da telefônica vem consertar o fone que eu achava que tava bom. Mas tá mudo. Se o problema não for externo, ele não pode fazer nada. Dentro de casa ele não mexe e teremos que chamar alguém. Pergunto pro Paulão zelador se ele pode dar uma força e ele diz que se precisar é só chamar. Ok, área.

I-pod na orelha e tô nos sons pesados. Judas, Ozzy, até Jason and The Scorchers. A entrada da Anhanguera é sempre esta merda. A pista afunila e é aquele bololô.

Bem, já toh quase no retorno do 19. SBT.

Minha mesa. Caraio, esqueci o celular no carro. Natural. Coloco a porra no vibracall e sob minha perna. Assim sinto o toque enquanto ouço o som do fone.

Reunião. Magrão repete que não precisamos estender o papo. É só falar do que já tem no programa e checar se alguém tem alguma pauta fantástica pra sugerir.

- Se a idéia não for boa, nem precisa dar – reitera Roberto Manzoni, aperreado.

Ele é o cara. Reunião terminada. Tem um "povo fala" que vai rolar pedindo umas coisas no palco. Preciso sugerir as perguntas na rua. Mas agora preciso mesmo é almoçar. Vamos de tribo, Acadêmicos da Redação, todos exceto Ed, que foi antes, sozinho. Salada. Wagner Mafezzoli conta seus causos na mesa.

Na volta passo na praça de alimentação e como um Suflair. Chocolate é du caraio, nénão?
Fio dental e mijada no banheiro.

Mesa. Começam as consultas. Um vai fazer a reforma de um apartamento. O outro a de um quarto de crianças. Este programa mais parece uma empreiteira. Julio Airoldi, bro das antigas, vem ao SBT pra falar com os conhecidos e procurar novos trampos. Liberei a entrada dele e fui seu cicerone por alguns momentos, pondo-o em contato com gente que ele conhece e que pode até lhe conseguir trampo. Boa sorte, mano.

Passo as frases com Magrão. Os produtores querem conversar sobre as matérias. Walter Wanderley diz que gravou cenas extras pra inserir nos primeiros dias da obra. O editor diz que não haverá tempo hábil. O pau vai comer entre edição e direção de externa.

Reuniões. Consultas. Textos. Vcs estão notando que não abro detalhes do que faremos esta semana, né? Há uma guerra aberta com a concorrência e sigilo é fundamental.

Seis da tarde. A galera se mandou e a paz chegou. Tá transito? Dante diz que não.
Vou? Não vou? Vou! Vou sair com Dex e ter uma terça legal. Bye.

E aeh, Japonês, Terra Nova, Bar do Justo, Shopping?

Optamos por um bar que fica no largo do Tremembé que Dex diz que eu nunca fui e eu estou certo de ter ido. Dex ta tomando uns remédios estranhos e não quer beber. Serra Malte pra mim. Ela pede um "Escondidinho" que me parece ser purê cobrindo carne seca. Hum. Peço uns espetinhos de carne, lingüiça e lombo. E rola nosso papo. Na mesa ao lado estão duas mocinhas, uma mais ou menos sem graça e a outra grande. Gorda? Não, grande! Gorda tb! Na mesa ao lado mais três hipopótamos passados dos 30. Meu ouvido surround sound capta trechos dos papos dos dois recantos. Elas falam de traição, como é que uma delas (a Gorda?) não percebeu em quinze anos de relação que o marido tinha outra família? Ela não parece tão velha. A não ser que tenha nascido casada. Devo ter ouvido errado.

Na mesa dos três hipopótamos alguém diz:

- Eu não cobro bebida de amigo e nem putaria.

Dex não entende quando repito pra ela. Eis que parece que as duas mesas, de alguma forma, se conhecem. Um dos rinocerontes senta-se á mesa das mocinhas e cheio de empáfia começa um papo profundo sobre Michael Jackson. Eles falam do tempo maravilhoso em que "Thriller" foi lançado. O elefante comenta que viveu "aquilo tudo" como se falasse de woodstock. Que foi emocionante quando o clipe foi lançado no Fantástico. As duas comentam que estão lendo, ao mesmo tempo, a biografia do Michael. Os dois mastodontes que restaram na mesa dão pitacos como se falassem realmente de uma lenda absoluta.

O cara era realmente grande, mas ao morrer estava em franca decadência. Comparações com Beatles e Elvis rolam soltas. Esta porra de "Jacksonmania" vai assolar o mundo por muito tempo. Bem, o fato é que o Michael dançava mais que Elvis, que não compunha. Os Beatles compunham, mas não dançavam. Porém, tocavam. Elvis cantava mais que ambos. Mas o Michael é herdeiro de uma tradição de música negra americana que deve ser respeitada. Por outro lado, não é por que morreu que as palhaçadas da sua vida pessoal devem ser esquecidas. Este papo de "Neverland" mostra que o cara tava doidão. Câmera hiperbárica. E o lance de querer parecer com a Diana Ross? E ele no parapeito do hotel chacoalhando o filho pela perna? E as acusações de pedofilia? Hum.

Bem, é o ídolo das mocinhas e dos hipopótamos. Respeitemos. Mas, creiam, ao sair de lá as duas ainda falavam que Michael era um fofo. Vão dar pra quem tem tempo. Chega. Papo findo, conta paga.

Home. Dex me ensinou um caminho bala por trás do transito, numas quebradas. A gente racha uma tortinha de morango e depois é ver Tv a cabo. Os caras da NET me deram um pacote total que, no entanto, cortou alguns canais informativos como a BBC, Band News, Band Sports.

- Dex, reclama amanhã?

E ta batendo a décima primeira badalada. E vou apagar. Já na cama, me arrisco a ler uma ou duas páginas de Pornopopéia. O cara dá mais um teco e começa a contar da suruba no templo sei lá do quê. Mas antes da putaria eu me voy. Fue!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Justo agora que o Michael Corleone tava mais precisando de mim!

Acordo pelas dez. Jornal. A cagada do Timão repercute e o Obina é herói. Foda! O Obina não é o lesado que quiseram fazer crer no Mengão. Mas é um centroavantazinho comum. Quem mandou a gente dar asa a cobra? Agora tenho que aturar. Nem quero mais ler esta merda. Heim? Massa segue sedado e pode demorar meses pra se recuperar? Se a tal mola batesse centímetros pro centro do capacete ele teria morrido, diz o jornal. Caraio. Apesar do Massa ser bambi e ter dito que adorou a gente na segundona, força pra ele. Corinthianos não são vingativos. Não? Hum!
Banho. Ah, porcada. Vcs não perdem por esperar!

Tô vestido. Internet. Dex tinha levantado pelas cinco da manhã pra ver TV. Ela tem tido estas insônias sempre neste horário. E pouco antes de eu levantar ela deitou de novo. Tudo isso é resultado da falta de trampo. Rezo pra que pinte algo logo. Ela não ta acostumada a ficar parada. Tem uns cursos que ela tá a fim de fazer e tô dando força.

Sigo aqui, atualizando as bagaças.

Dex acorda uma hora e meia depois. Desce. Pergunta se vou almoçar em casa. Digo que sim, com ela. A idéia é ir trabalhar lá pelas duas. Hoje eu teria direito á folga, mas não custa ir até lá e fazer uma média. Além do mais, tem trampo do "Construindo um Sonho" e eu posso, além de adiantar, aprender a fazer. E vou acabar faltando em outros dias por causa de show.

Nenhuma notícia do Cavalo sobre a produção do Fabinho ou a definição de onde e quando começaremos a gravar. Aliás, Fabinho me ligou antes do jogo e disse que ganharíamos de 3 a 1. Tá bem ele de palpite?

E quer saber do que mais? Simbora pro SBT!

Sigo fanatizado por Fleetwood Mac. Vc não sabe nada da banda? Bem, esta canção que não sai da minha cabeça, You make Loving Fun (alguma coisa como "vc faz o amor ser divertido" ou " vc transa com alegria", seja como for, o cara agradou na trepada) faz parte de um LP chamado Rumours, de 77. A banda mesmo, britanica, é de 67. Mas teve altas mudanças de formação e chegou a se dissolver mais de uma vez. A formação deste disco, que é um marco com mais de 30 milhões de cópias vendidas (um dos mais vendidos da história) é Mick Fleetwood na batera, Stevie Nicks nos vocais, seu marido Lindsay Buckingham na guitarra, Christine MaCvie no teclados e vocais e John MaCvie no baixo. Uma coisa com densidade, mas quase indo pro pop. Refrões fortes, melodias rebuscadas e pelo menos quatro vocalistas diferentes na banda. Nesta música em especial, repare no trabalho do guitarrista Lindsay Buckingham. A guita não tem altas distorções e efeitos. Na verdade, parece limpa. Ele vai dialogando com os vocais, variando as frases, olha, é de uma classe. Foda! Que beleza.

Além do mais, os caras eram uns drogados de marca maior e esta história de casais só levou a coisa toda pruma grande suruba. O som é suave, mas a história dos caras é hard!

E nestas e noutras, já to engarrafado na entrada da Anhanguera. Logo pego o retorno 19 e pronto: SBT!

Não tem muita gente na produção. Mas tenho meus roteiros pra entregar. E quero dar uma pesquisada num musical infantil chamado "Palavra Cantada" que me tem sido recomendado por um monte de gente. A criançada adora uns papos furados do tipo:

Sopa
O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?

Será que tem espinafre?
Será que tem tomate?
Será que tem feijão?
Será que tem agrião?

É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?

Será que tem farinha?
Será que tem balinha!?
Será que tem macarrão?
Será que tem caminhão?!

É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?

Será que tem rabanete?
Será que tem sorvete!?
Será que tem berinjela?
Será que tem panela!?

É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?

Será que tem mandioca?
Será que tem minhoca!?!
Será que tem jacaré!?!
Será que tem chulé!?!

É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?

Será que tem alho-poró?
Será que tem sabão em pó?!
Será que tem repolho?
Será que tem piolho!?

É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?

Será que tem caqui?
Será que tem javali?!
Será que tem palmito?
Será que tem pirulito!?

É um, é dois, é três...

E por aí vai. O que é que tem no drink do Paulão? Tem limão? Tem macarrão? É isso. Acho que poderia ser legal nesta início de programa com a Record mandando Pica Pau pra criançada. As pessoas têm um pouco de medo, acham intelectualizado demais. Eu aposto que rola bem. Vamos ver se sugiro amanhã, na reunião. E tasca fazer roteiros do Construindo um Sonho. Já temos quatro dias.

Epa. O rapaz deficiente físico leitor de cartas que se auto intitula Ale, de Aleijado, vem trazer uma carta pra mim. Ele é santista e quer tirar uma casquinha da nossa derrota pra porcada. Sendo que o time deles tomou uma virada de dois a um do Mengão em plena Vila Belmiro. Vai te catar, seu viado! Vai tomar no cu! Vai crescer pra suas negas. Eu não tenho preconceito contra negros, brancos, deficientes, eficientes, peixeiros ou porcos: todo mundo é mandado tomar no cu igual, bata merecer.

Opa, o chefe Dirlan, verde de alma, vem tirar sua cota de sarro. Ok, ele é chefe e tem mais classe. Diz que merece um abraço pela vitória. Tá bom. Admito que o Timão não jogou nada. Tenho que aturar. E Dirlan é amigo véio. Pode falar chefe. Quem toma três do Obina nada tem a declarar.
Ele se foi. Voltou. Mostro a Palavra Cantada prele. Ele diz que conhece e tem dúvidas. Vamos mostrar pro Magrão amanhã.

E agora? Mais nada! Tá dando meu horário no rodizio. Já foi todo mundo embora. Que fazer? Is tb. Me deu uma sede? Hum. Será? Bem. Simbora.

O transito tá, surpreendentemente, tranquilo. Em meia hora tô no posto da esquina de casa colocando alcool. Tô meio de prê, sabe? Tá uma confusão pra gente iniciar a gravação do Cd. Falta de grana, pechinchas. Porra, será o nosso 10º trabalho e eu esperava estar numa situação financeira que permitisse vôos mais altos.

Mas a verdade é que quantidade de shows deu uma caída e tá todo mundo duro. É natural, pois estamos em final de turnê. Uma turnê de quatro anos, que começou com o lançamento do Cubanajarra, emendou no ao vivo Nós Somos as Velhas Virgens e agora tá no fim. O show tá diferente do dvd, mas já estivemos em quase toda parte com ele. Natural que precisemos de uma novidade pra agitar a galera.

Dex saca no ato minha tristeza.

Esta treta com o Cavalo tb me atingiu! Falei bastante com ele nesta tarde. Sobre trampo. Tamos negociando a produção do cd. Até o Paulo Anhaia pode pintar. Cavalo tá primeiro negociando com o Fabinho, mas nossa grana tá curta. Vamos ver o que rola. Não senti muito entusiasmo no Fabinho tb, pra ser honesto.

Tô com a Dex na mesa da cozinha com uma garrafa de vinho chileno temperando o papo. Fico pensando que se as dificuldades continuarem este pode ser o último disco de estúdio das VV. Isso me deixa ainda mais deprê. Creio muito neste novo cd, na idéia conceitual e tal. Olha só o início do Libreto que conta a história da bagaça.

NINGUÉM BEIJA COMO AS LÉSBICAS –
RADIO MOVIE/OPERA TOSCA –
LIBRETO

CENA 1 - O GÊNIO DA GARRAFA
O MUNDO DE FORA É O MUNDO. "DENTRO DA GARRAFA" É OUTRA COISA. O MUNDO É CHATO, CHEIO DE LEIS, VIOLÊNCIA, OBRIGAÇÕES, DORES E TRISTEZAS. "DENTRO DA GARRAFA" A FESTA É ETERNA E NÃO TEM HORA PRA ACABAR. "DENTRO DA GARRAFA" É UMA CIDADE-CABARÉ ONDE VÁRIOS GÊNEROS DE MALANDROS E MERETRIZES DE ERAS ANCESTRAIS E CONTEMPORANEAS CONVIVEM EM HARMONIA CAÓTICA.
OS GÊNIOS SÃO A NATA DESTES VAGABUNDOS E OS ÚNICOS AUTORIZADOS A SAIR PARA PARA O MUNDO DE FORA PARA ATENDER AOS MALFADADOS TRÊS DESEJOS. SÃO VÁRIOS E VÁRIOS OS ENTES DEDICADOS A ESTE TRABALHO, MAS APENAS ALGUNS PODEM NEGAR O ATENDIMENTO E PROPOR OUTRO DESEJO AOS AMOS: GENHENDRIX, GENORRISON, GEJANIS, GELENNON, GENKURT.
MAS DENTRO DESTA CASTA DE SERES ILUMINADOS QUE VIVE "DENTRO DA GARRAFA" SE DESTACA UM LÍDER: GENELVIS, O GÊNIO DA GARRAFA.
(ENTRA "GENIO DA GARRAFA")

Ao todo são 9 cenas.

Eu e Dex. A gente segue conversando. Tem uma espécie de strogonoff de frango com curry pra comer com arroz, além da maravilhosa feijoada da dona Livia. Adoro conversar com a Dex. Bebendo é ainda melhor. Ela é inteligente. Lúcida. Quando ela se distrai e percebe que eu não vou chapar é uma ótima parceira pra bater papo e beber. A gente vai chapando. Lá se foi a primeira garrafa de vinho. Abro mais uma, agora de Portugal. Usamos o frango com curry como tira gosto. Dex me dá uma comidinha de rabo pela minha atuação na festa de sábado. Argumento que, com toda cagada, pelo menos não estraguei a festa. Ir pro carro foi uma boa. Ela discorda. Queria minha presença sóbrio ao seu lado. Ok.

Tamos no meio da garrafa de vinho português. Opa. Terminou. Vamos de feijoada. Tá uma delícia. Feijoada com vinho é receita pra peidar. Subimos pra ver TV. Caraio, to pagando mais seis reais e estamos com o pacote completo da HBO e mais uns canais na Tv á cabo.

To meio ligado e Dex chapadinha quer dormir. O Poderoso Chefão tá comendo no TCM. Mas ela quer dormir. E quer que eu vá tb. Michael Corleone tá acabando de assumir os negócios da família. Tá tentando comprar o cassino de Moe Greene que ninguém mais é que o Krammer do Sienfield. Uhu.

Tá bom, tá bom, já vou deitar, deixando as tretas da máfia pra lá. Justo agora que o Michael Corleone tava mais precisando de mim.

domingo, 26 de julho de 2009

Eliana tira os sapatos pretos e caminha na pontinha dos pezinhos de unhas vermelhas como se ainda estivesse de salto.

O despertador toca sete e pouco. Tô completamente bêbado ainda. Jornal. Ronaldo vai ganhar placa em Presidente Prudente por ter feito lá seu primeiro gol no timão no último Corinthians e porco. Hoje tem mais, ás quatro da tarde. Que mais? Lula continua bancando a safadeza Sarney. Este Lula tornou-se um grande filho da puta, nénão?

Que mais? Gripe suína. Hum. Chega. Banho. Roupa. Beijo na Dex que nem responde. Tá puta. Devo ter feito merda. Bora pro SBT. Chuva. Transito ótimo. Hoje é domingo, caralho! Só jogadores de futebol e fudidos como eu trabalham. Não, feirantes tb.

SBT. Minha mesa. Nadya chega. Ed. Jorjão. Magrão vem buscar roteiro. Compro um halls preto pra tirar o bafo.

Hamilton ganhou a corrida que não teve Massa que foi atingido por uma mola que pulou do carro do cuzão do Barrichelo. Mas este porra deste Barrichelo só faz merda! Massa tá em coma induzido. Que cagada!

Vou pro palco. Quer dizer, vou pro estúdio. É um palco tb. Mas neste aqui em nem apareço. Força pro Celso Portiolli. Ele é quem brilha.

Daqui a pouco começa a demência ao vivo. Noise! Comecei a trabalhar no Domingo Legal em 94, tipo no quarto ou quinto programa. Entrei e sai e entrei e sai. E agora to de volta. Antes fazíamos do estúdio 3 que agora está sendo usado pelo Silvio. Sim, ele grava de domingo tb. Estamos no estúdio 1 onde eu já fiz o Viva a Noite e tb alguns teletons. O cenário tb ta diferente, mas tem muita gente das antigas. As bailarinas são as mesmas do Viva a Noite. E a secretaria de palco é nova. A que estava há três, quatro semanas foi pra Record com o Gugu.

Eu já vi várias secretarias de palco: desde Alessandra Iscatena, passando por Helen Ganzaroli e Dani Sobreira e por aí vai. O Celso tem sido muito gentil e acessível. Chega, cumprimenta todo mundo. Vamos trabalhar para o Ibope subir e ver como isso atinge o ego do nosso apresentador. Celso é jovem, mas já ralou bastante. De repente foge á regra e continua gente boa. A maioria, devo confessar, deixa subir pra cabeça e fica distante. Bem, foda-se. Eu não ganho pra que gostem de mim ou sejam gentis. Tenho que escrever e é o que eu sei fazer aqui, com ou sem brodagens. Tem trabalho pra fazer? Eu faço! E faço bem!

Celso gravou as ações de merchandising antes. Agora é tocar o trampo. To me sentindo um pouco como um peixe fora dágua. O Ed fica lá em cima, ao lado do cara do GC que coloca as frases e créditos no ar. Aqui embaixo, a Nadya entrega as fichas pro Celso. Mas nem sempre é necessário, pois ta tudo no TP e ele pode ler na câmera. Jorjão dá apoio, fala com o GC através do intercomunicador. E basicamente eu to me ambientando.

A Record coloca duas, três horas do Pica Pau, sem intervalo. A criançada fica ligada no desenho e o Ibope deles tá poderoso. A gente entra ao vivo e vai lutando pra recuperar. O dia frio que faz aqui em São Paulo coloca mais gente em frente da TV.

E vamonóis tentando derrubar o Pica Pau. Devíamos por o Chaves e aí a briga ia ser mais justa. Celso chama Helen e os anões da matéria que ela gravou com o time deles, os Gigantes sei lá de onde: o maior time de anões do mundo! A Helen fica pegando os anões no colo e meio que tratando como crianças. Se liga, Helen, daqui a pouco vc se engancha. Celso fez apenas uma referencia e chamou uma outra matéria gravada pelo Gugu em Trindade, Goiás, sobre a festa do Divino. Sabe aquela festa citada em Chico Mineiro, clássico do repertório do Sergio Reis? "Fizemos a ultima viagem, foi lá pro sertão de Goiás, fui eu e o Chico Mineiro, tb foi o capataz. Viajamos muitos dias pra chegar em Ouro Fino, aonde passamos a noite numa Festa do Divino..." Sacou? Então.

Nesta cidade de Goiás tem um santuário parecido com o de Aparecida, em São Paulo. Não gosto desta idéia de manter o Gugu no ar num programa que não é mais dele. Na verdade, na minha opinião, estamos é fazendo chamadas para o novo programa dele na emissora concorrente. Ok, isso quem decide é a direção. Eu sou soldado. E soldado luta. E fica de bico calado. Ta bom, não sou soldado, sou tenente, vai...Mesmo assim: manda quem pode e obedece quem te juízo.
A Ana Hickman maravilhosa entra no ar lá na emissora dos bispos. A audiência cai. O Pica pau é mais forte. Mas nós já tínhamos começado a ganhar quando entrou a matéria do David Brazil e a tal de Mirella que saiu da Fazenda e é a atual do Latino. Grande merda! Tamos quase pegando a Record na média da audiência. A g

Globo tb não ta muito longe. Em uma outra época, ganhamos mais de um ano seguido da Globo. Hoje lutamos pra deixar a Record pra trás. As coisas mudam.

Pronto. Uma e quarenta e a Eliana vai pro palco com a galera do programa da Record que ela levou pro SBT. Este embate é esperado, pois é uma prévia do que deve acontecer até o fim de agosto, uma vez que os planos abravanélicos, até onde eu sei, são de colocar Eliana exatamente neste horário do Domingo Legal e nos puxar pro sábado. Mas, como todo mundo sabe, "no balanço das horas tudo pode mudar", já dizia Virginie do Metrô. Eliana hoje é nossa convidada. Com ela no palco estão os caras que fazem experiências cientificas, Ciência & Show, e o Sergio biólogo, com seus animais ás vezes exóticos. Entre as experiências propostas está caminhar sobre caixas com ovos sem quebrá-los. Claro. Se vc espalha seu peso sobre vários ovos em pé, o formato do ovo torna-o mais resistente nesta posição e dá, ou deve dar, pra pisar neles sem quebrar. Celso vai primeiro e num trajeto de dois metros aproximadamente, ele quebra sete ovos.

Aí é o momento fetichista. Eliana tira os sapatos pretos e caminha na pontinha dos pezinhos de unhas vermelhas como se ainda estivesse de salto. Ela tem inícios de joanetes que só fazem deixar as curvas dos seus pés ainda mais sensuais. Eu adoro pés femininos, não posso negar, caralho.

Ela vai caminhando sobre os ovos e eu vou acompanhando seus dedos, calcanhar, tudo em close. Terminou. Quebrou dois ovos. Colocou o sapato com alguma gosminha dos ovos embaixo do pé, eu imagino. Pode me chamar de tarado, mas acho isso extremamente sexy!

Seguem as experiências, segue o programa. Mais vts. Acabou. Pelo que vi, ganhamos da Record, com média superior a sete pontos. Volto pra minha sala e lembro do papo que tive ao telefone com Dex puta da vida comigo pela minha atuação na festa de ontem. Mas pelo que pude apurar, apenas dei umas cambaleadas até o banheiro, discuti um pouco com ela em frente de seus pais e depois desmaiei no carro. Podia ser pior.

Ta começando o clássico entre Timão e porcada na TV. Não to muito ligado no jogo. Tanto não estou que esqueço de mudar pra Band, que dá sorte, e vou assistindo na Globo mesmo. E se eu não to ligado, imagine os jogadores? Hum. To sentindo cheiro de derrota. A gente até começa mais ou menos. Mas Ronaldo cai sobre a mão, sai de campo, volta, não volta? Não volta. Porra o Mano colocou o Moradei no lugar dele? Um volante no lugar de um centro-avante? Que porra é esta? A porcada ta se criando. Manda uma na trave. Gol do Obina impedido. Jotaerre ta aqui na produção e vibra com o gol que acabaria sendo anulado. Prometo mijar na mesa dele se sair gol do Timão. Não é hoje que a mesa dele vai receber minha urina. Porco um. Obina. Porco dois. Obina. Porco três. Obina. Isso na minha terra chama-se chocolate. Não entramos em campo. Ronaldo viu tudo com o braço na tipóia do lado de fora. Porra. Que merda. Mas os caras ganharam com justiça. Não fizemos nada. Não fomos nada.

To indo pra casa com a cabeça inchada. Mesmo quando lembrei da mandinga dos canais e coloquei na Band, antes do terceiro gol, nada mudou. Eu tb estava desatento. Estas distrações serão naturais já que estamos na Libertadores e este brasileiro perdeu metade do interesse. Mas não podemos ficar bobeando, senão começa uma crise. E perder presses caras é foda.

To indo pra casa. Dex me liga. A marginal ta bem movimentada. Rita ta lá. Rodragg, Bio e Bafo á caminho. Ela até me trata bem.

Cheguei. Todo mundo aqui. A mãe dela fez feijuca e mandou. Rodragg ta fazendo arroz pra gente atacá-la. Bafo ta tocando o terror de sempre, querendo apertar tudo e ligar os eletrodomésticos.
Enquanto a feijoada esquenta, Rodragg no violão e eu no baixolão do Tuca improvisamos uma Jam que vai de Police a uns reggaes malucos. Funny.

Janta. Feijuca abençoada. Todos comemos. Subo pra ver um pouco de Tv. Rodragg tb, com Bafo. Ele brinca. Eles vão embora. To meio que vendo o Senhor dos Anéis num canal e Indiana Jones em outro. To mesmo é dormindo no sofá. Dex sobe e senta-se. Pega o controle e começa a zapear.

Durmo. Não durmo. Me troco. Escovo os dentes. Fio dental. Cama, lendo Pornopopéia. Porra, o personagem ta manipulando o pau de um travesti por causa de pó. Aí é demais. Sono. Pouco mais de dez da noite e este domingo ressacado, trabalhado e derrotado está terminando. Té manhã, pessoal.

sábado, 25 de julho de 2009

Como as mulheres fazem a gente de bobo, né?

Acordo pelas dez. Jornal, merda, banho. Roupa. Fleetwood Mac. Viciei. Internet. Ju acordou. Dex tb. Elas tomam café. Vamos pra nossa via sacra. Mas antes de tudo, deixar Ju na Tietê. E encher a cara até não poder mais. Não posso esquecer de ligar pro Tuca. Ele vai no churras. Not my business, mas vamos flechar ele e a Lisandra. Se der certo vai ser do caraio! Ah, eu não disse? Tb sou casamenteiro! Eh, eh, eh!

Dex tá meio mal humorada comigo sem motivo. Vamos deixar Juju na rodoviaria. Pronto. Lar Center. Compramos um prato giratório de vidro pro Tio Wilson e a Tia Sandra. Numa outra loja, uma bandeja pro Dani recém casado. E agora. Quase duas da tarde e tô aqui no larguinho do tremenbé esperando Dex que foi comprar uma "segunda pele" que eu imaginei ser coisa de X-men, mas ela me explicou que é uma espécie de blusa finissima da cor da pele que se usa sob o vestido em festas. Ela diz dez minutos. Ela disse dez minutos, mas se passaram quase trinta. Tô bem puto. Como as mulheres fazem a gente de bobo, né? E como elas sempre têm que dar uma "paradinha" em algum lugar antes de chegarmos ao nosso destino. Minha mãe era igual.

- Dá só uma paradinha aqui que eu já volto!

Hum. Pronto. Tamos no Heinz. É um almoço de família. Cumprimento a todos, mais efusivamente ao noivo e á noiva. Uma latinha. Duas. Dex vai de vinho. Ok Vinte minutos se passam e zarpamos pro churrasco. André já me ligou!

Tamo aqui. Tá uma puta galera. Quem? Amador no comando da churrasqueira. Comandante, esposa, irmã e filhos. Pat. André. Ota, Helena e filha. Assis e Mi e filho. Lisandra e o filho Arthur. Hum. Moniquinha. Tony. O pai do Tony. A mãe tá na sala fazendo tricô. Ou crochê, num sei. Chegou Rogério. Paulona. Depois Cynthinha e Paulão. Dex, claro. Fogo e a esposa. Esqueci alguém? Provavelmente. E dá-lhe beber. E comer. Amador é um puta churrasqueiro. Tá bebendo vinho. Fico sacaneando Lisandra, dizendo que seu filho, que tá com uma camisa do Vasco, é sãopaulino. E que ela obriga o menino a dizer que tb torce pro Vasco. Ela diz que não obriga, mas Arthur diz que é sãopaulino e pronto. O papo segue. Cadê o Tuca? A caminho? Quando chega? Not my business, mas estão me cobrando. Ah, Rodragg tb tá aqui. Esta galera toda estudou junta no tal de Santa Gema. Eles fazem fotos. Dos agregados tb. Tô bem atrapalhado. Tuca chegou. Diz que tá sem graça. Dex quer ir embora se arrumar pra festa do Tio. Enrolo ela alguns minutos. Tamos bebendo as cachaças do pai do Tony. Hum. Todos estão bebendo as cachaças do pai do Tony.

Dex quer ir embora. Bora.

Casa. Ela vai se banhar. Eu apenas troco de roupa. Ela reclama. Tô bebendo uma. Ela diz que bebi demais. Ela tem razão. Tô no banco do passageiro e Dex, brava, está dirigindo. Chegamos. Tô bem atrapalhado. Bem mesmo! Cumprimento as pessoas na festa. O bode tá batendo. Pego guaraná. Dose de whisky com guaraná pra tentar ligar. Não dá certo. Vou apagar. O resto tá confuso. Tô no carro meio desmaiado. Dex tá dirigindo, puta da vida. Será que fiz alguma trapalhada? Devo ter feito. Home. Bode. Amanhã ela vai me esculhambar. Espero não ter feito muita palhaçada. Espero não ter estragado a festa. Espero. Fui!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ela não quer beber por que ta tomando remédio. Meu remédio ta na mesa e chama-se Serra Malte

Acordei com Fleetwood Mac na cabeça. Rituais matutinos vencidos, baixo a canção "You make Loving Fun", dos caras. Ela segue tocado em looping enquanto escrevo. A chuva segue caindo. O dia me espera. Trampo no SBT, ensaio depois. Vou com esta canção na cabeça. E um tiro só não vai me derrubar!

"Sweet wonderful you,
You make me happy with the things you do,
Oh, can it be so,
This feeling follows me wherever I go.

I never did believe in miracles,
But I've a feeling it's time to try,
I never did believe in the ways of magic,
But I'm beginning to wonder why.
Don't, don't break the spell,
It would be different and you know it will,
You, you make loving fun,
And I don't have to tell you but you're the only one.
You make loving fun.
You make loving fun"

Tá chovendo e frio. Ligo o ar quente do carro que é 1.0. Ele perde potencia, que já não é lá estas coisas. Mas o habitáculo interno fica aquecido. E bebe um combustível do caraio quando está ligado. Apesar da água que cai, o transito tá legal e em quarenta minutos to no SBT.

E aí, galera. Ed tá com caganeira e não veio. O resto do pessoal tá trabalhando. Dou uma mexida naquele primeiro roteiro do primeiro dia de obra do "Construindo um sonho". Mostro pro Dan que tem mais experiência no quadro. Ok. Aprovado. Magrão me chama pra passar a chamada do filme de domingo no Oito e Meia no Cinema. Superman – O Retorno. Tá feito.

Almoço. Vamos eu, Nadya, Jorge e Dante. Divertido. Papos sobre faculdade. Eu e Dan fizemos a mesma facul e Nadya e Jorge estudaram no mesmo colégio. Falamos tb de drogas e rebeldias acadêmicas. Gosto desta galera! Gosto de gente!

De volta á mesa de trabalho. Vamos eu e Nádya ver se a matéria de Helen Ganzarolli com o time de anões de Juazeiro na Bahia está pronta. Não está. Gente, que mulher linda que é a Helen. Ela tá de Branca de Neve. Bu-ce-tão!

De volta á redação. No caminho encontramos Galvão, que hoje é diretor, mas no início dos anos 90 era Coordenador de Produção do "Nações Unidas", apresentado pelo Gugu, dirigido pelo Homero, produzido pela Nadya e escrito por mim. Já estivemos juntos num mesmo barco, no passado. Lembramos do caso da competição de tirar leite da vaca, cuja bovina teve um chilique no ensaio e disparou pela Ataliba Leonel e sumiu pela cidade, só sendo recapturada na Marginal Tietê. E Galvão correndo atrás pra tentar laçá-la. Muitos risos. Faz tempo.

Que mais? To esperando mais informações da obra. E meio que de plantão pra qualquer pedido do Magrão. Segue a sexta.

Magrão me chama mais umas três vezes na sala dele. Dante tá puto por que foi alugado pelo Walter Wanderley pra assistir uma hora de vt e encaixar três offs mínimos. Calma, bro. Diretores são assim: carentes! Mais que redatores, precisam de terapia e atenção.

Seis da tarde. Produção em ebulição. Gente entra, gente sai. Edição comendo. Redação engolindo. Que porra eu faço com estes textos de mercha? Jotaerre quer conversar sobre um Encontro entre pai e filho pra semana que vem. Armamos a estratégia. Depois a gente afina detalhes. Noise.

Jorjão e Nadya se foram. Tamo eu e Dante. Coloco Fleetwood Mac pra rolar. Depois Eagles. Tô cool. Earth, Wind and Fire pra agradar o Dante. Mandamos uns textos pro Celso locutar e ele ainda não devolveu. Internet, claro! Preciso ir pro ensaio.

Dante pede uma carona até o estacionamento de baixo. Mas antes ele quer passar na edição. E aí o bicho pega. Sem os offs do Celso não dá pra terminar de editar as matérias. Aí alguém vai ter que vir amanhã resolver isso. E esse alguém é quem escreveu: Dante. Por sinal, este fim de semana começamos nosso sistema de revezamento na redação e adivinhem que está liberado pra não vir domingo? Dante. A mulher dele chega de viagem amanhã. Deixa o cara matar a saudade dos filhos e meter a vara na esposa, porra. Mas é exatamente porque ele ta de folga que quer resolver a porra toda hoje á noite e não vir nem sábado, nem domingo e nem segunda, folga natural dos domingueiros legais. Em meio a esta porra toda me despeço do Dante e deixo a pica pra ele. Essa pica não é minha. Essa pica é do aspira.

Chove bastante. To indo pro ensaio e num insight inesperado penso que, na verdade, a pica é minha sim. Sou o chefe da porra da redação, caraio. Paro o carro, ligo pro Dante e pergunto como estão as coisas. Ele ta imprimindo os textos e deixando pra produção encaixar os offs amanhã. Mas o melhor mesmo era o Celso mandar os offs agora. Alguém pode ligar pra ele? Sim, Magrão ta fazendo isso. Celso fica de mandar os offs em meia hora. Então ta tudo ok. Bora ensaiar. Boa folga, Dan, dê beijos na Kátia e nos seus filhos.

O trajeto até a casa do Roy é molhado. Limpador ligado no último e ainda assim segue difícil enxergar. Fechada aqui, derrapagem ali. Tamaqui.

No caminho o Thiago do reality, com "h", me ligou e perguntou se tinha alguém na casa do Roy, pois ele tava tocando a campainha e nada.

- Thiago, esta porra não funciona desde a proclamação da independência.

Parece que ele entrou. Eu tb entro. Dmitri abre a porta. Descobri que o nome dele não tem o "i". O "D" é mudo mesmo. Cavalo e Juliana (a dele) chegam junto comigo, sob chuva. A Ju ta simpática e sorridente como sempre. Seja o que foi que eu fiz que "estremeceu" 23 anos de amizade com o Cavalo, aparentemente não a atingiu. Menos mal.

Simon já tah. Thiago e o parceiro dele que eu sempre esqueço o nome tb. Sorry, bro! Roy já ta maquinado. Ju (a nossa) chega. Falta Tuca. Chegou. A julgar pelo sorriso que tem na cara, não ta como acordou. Cavalo diz que conversou com Fabinho e estamos em fase de definir estúdio e produtor. Vamos ter que chorar o preço com Mr. Fábio Hadad. Estúdios? Pode ser o do Duda, aqui perto. Pode ser um Jundiaí, mas a distancia dificulta. E pode ser um novo estúdio que pintou na área do Jaraguá, pertinho do SBT. Cavalo resolve. Produção executiva é, como sempre foi, com ele.

Vamos ensaiar. Ta todo mundo meio chapado. Converso muito com minha comadre Juliana do Cavalo e ela segue me explicando as concepções estéticas do encarte do cd. Parece, mesmo, bem legal. Com Cavalo tb falo muito, mas sobre trabalho, gravação.

Durante o ensaio, falamos sobre detalhes das vinhetas que devem entrar entre as músicas para ambientar a história do Gênio que sai do mundo real e volta pra sua casa, "dentro da garrafa". Passamos o "Gênio da garrafa" com a vinheta inicial, meio oriental, meio hindu, meio Doors, sei lá. E depois colocamos uma outra vinheta meio psicodélica, meio Police. Muito delay na guitarra do Roy. A coisa tocada em seqüência cria um clima bem legal. Passamos pra "Boca, Buceta e a Bunda". Tuca sugere uma mudança na entrada. Testamos. Testamos de novo. Outra variação. E aí? Ficamos com a primeira, a original. "Bunda Boa" rola bem. Tuca ta fazendo umas firulas malucas no baixo. Ta meio doidão. Ta se divertindo. Não pega nada. Ensaiamos muito bem ontem.

Os caras estão gravando em vídeo esta papagaiada toda. Pedem pra gente repetir "Ninguém beija com as Lésbicas. Que seja. Mais papo. Cavalo sugere que passemos as duas canções da Ju e paremos, pois ta todo mundo cansado e chapado. Meia noite e quinze. Moção aprovada. Os caras da câmera se foram. Deixei o material a ser editado e enviado pro CQC semana que vem com o Thiago, com "h", e ele me prometeu entregar o trampo pronto na quarta cedo. Aí dá tempo de por no correio.

Segue chovendo. Despeço-me de todos ainda tocando. Ta rolando uma jam, mas to a fim de tomar uma cerveja em paz. Ju comadre fica. Ju cantora vai dormir lá em casa. Ligo pra Dex e ela rateia mas me libera pra tomar uma breja no Terra. É assim: vc casa e tem que pedir ordem pra beber. É asi, paulon!

O Terra segue no seu drama de fechar as portas á uma da manhã. Cadeiras em cima das mesas e fregueses pagando a conta. Isso não vale pra mim. Lola disponibiliza uma mesa. Desce cerveja. Só não tem cozinha. Tamos aqui, eu e Ju, batendo papo. Ela não quer beber por que ta tomando remédio. Meu remédio ta na mesa e chama-se Serra malte. Uma pinga de maracujá. Amendoim. Mais uma Serra. Castanha. Mais uma Serra. Paulinho ta com o pé operado e de moleta. Heinz tá aturando uma sósia da Fafy Siqueira chata pra caralho que entrou no meu vácuo.

Paulinha e Calé conversam no balcão, longe da chata. Sé ta tomando uma pelo bar fechado. E depois de me lamuriar um pouco com Ju, sorry cancerianos são assim, vamos embora.
Home. Pego a almofada grande do sofá da sala e levo pro quarto branco de cima que, peço a Deus, um dia será do bebê. Travesseiro e duas cobertas pra Ju. Ta um frio do caralho. Me troco no banheiro. Fio dental. Escova de dente.

Dex trancou a porta. Bato. Ela abre. Vai ao banheiro. Eu me deito. Pergunto se ela adivinha quem vai casar neste sábado. Ela rosna. Dex é meio violenta quando esta sonada. Fico puto e não digo que é o Daniel, filho do Heinz e da Lola, grande garoto. Então, ao amanhecer, preciso escrever, comprar o presente da festa de 40 anos de casado do Tio Wilson (á noite), passar na casa da Lola lá pela uma pra dar um abraço no Dani, ir pro churras da turma do Santa Gema, depois pra festa do Tio Wilson. E ás oito e meia da manhã do domingo estar no SBT, pro programa ao vivo. Fiquei cansado só de pensar. Fui.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Como eu falo bosta nos shows. É o álcool, porra!

Cedo. Sete e meia. Aquele ritual jornalístico-cagalhão que precede o banhistico-onanista. Preciso pegar um DVD do show ao vivo das VV pra incluir no Kit CQC. E preciso ir na Band entregar a nota fiscal e acertar as contas. Roupa colocada. Bora pra Gabaju.

Os meninos e meninas estão todos trabalhando. A Fran voltou de viagem. Ela foi pra Santa Catarina por conta da morte da avó. Sorry, loirinha. A vida, como diz a Marina Lima, arranha!
Pego o dvd e lembro o Vini que no clip do Homem lindo ele é a mocinha mais tímida e charmosa. A Nat que me acompanha no Twiter já sabia que eu tava indo. Ou vindo. E estou mesmo indo. Beijos. Band.

Vou pelo centro. Daqui é mais fácil. Geralmente o transito é terror apenas até o Anhangabaú. Quando pego a 9 de julho a coisa alivia. Onze e pouco e to na Band. Já entreguei o crachá e tenho que entrar pela portaria comum. Demora um pouquinho até que a conexão com o Rh se faça. Ok.
To dentro. Nota entregue. Assinar papelada de desenlace. Na verdade, to aqui desde 15 de setembro e ainda não tinha assinado contrato de admissão, mesmo sendo empresa. Agora to assinando a papelada de entrada e saída ao mesmo tempo. Coisas do Brasil, né Guilherme Arantes.

Ao contrário do SBT, que coloca seguranças e limita ao máximo o movimento de ex-funcionários que vem assinar coisas em suas dependências, na Band fiquei livre. Pensei em roubar um estúdio ou uma unidade móvel. Mas como não sou ladrão, apenas desci até o sub solo, no Sex Prive Brasileirinhas, pra abraçar os amigos. Ta lá o Laranjeira, editor que vi poucas vezes por ele trabalhar de manhã e o máster roqueiro que eu esqueci o nome que tb vi pouco pelo mesmo motivo de diferença de turno. Deixo um recado no mural:

"Fala bando de tarados. Estive aqui. Volto em breve como 8º integrante do CQC. Beijos. Paulão."

Na saída ainda me despeço da mocinha da segurança que sempre me cumprimentava pelo nome. Quando sai da Band, semana passada, tava tão emocionado que ao ver minhas lágrimas nos olhos ela certamente pensou que eu tinha sido demitido. Explico pra ela que foi opção minha. Mas digo que nos veremos em breve.

To abrindo a porta do carro e lá vem Fernandinho que além de convidar Amanda para janta-la, jantou a Julia Paes. Bom menino. Bom profissional. Terei orgulho de trabalhar com ele de novo um dia. Na verdade, todo mundo do canal pornô. A gente fica de marcar uma breja semana que vem. O aniversário dele ta chegando. Abrax, bro. Boa sorte!

To na marginal Pinheiros. To na marginal Tietê. Alça de acesso á Anhanguera. Anhanguera. Alça de acesso ao SBT. Crachá na cancela. Agora eu paro lá em cima, não entre os artistas que têm estrela no chão, mas perto da cidade cenográfica. Ta muito bom pra mim. Aqui sou operário. E sei ser escada pros outros brilharem. No problem. Just gimme my money!

Sala do Domingo Legal. Olha, tudo pode mudar, mas estou no paraíso, entre pessoas que conheço e confio. Magrão me chama pra escrever uma escalada com as principais atrações do programa. A coisa agora é muito mais maneira. A gente manda o texto pra locutora via internet, ela grava onde está e manda pronto sem ter que vir aqui. O mesmo pros textos em off do Celso Portiolli, que grava em casa. Mão na roda.

Almoço. Rápido.

De volta á minha mesa. Faço aquele roteiro de edição do material que vou enviar ao CQC semana que vem. Opa, chegou material da casa que está em processo de construção no "Construindo um Sonho". É um reality onde as pessoas pedem reformas em casas e estabelecimentos comerciais. E o programa realiza. A obra dura seus 15 dias e a cada dia a gente recebe imagens e relatórios das atividades que devem ser roteirizados pra ir ao ar numa seqüência cronológica. Nunca fiz isso. Já fiz vários realitys (o certo seria escrever realities, mas foda-se) e sei como funcionam. Mas este especificamente eu não sei. Então, vou fazer em parceria com o Ed. Lá vamos nós pro "Assist" ver as imagens captadas. Caraio, a demolição da casa após uma visita do Celso acompanhado da dona é um espetáculo. A escavadeira vai metendo a porrada e pondo tudo, em questão de meia hora, no chão. Fiquei impressionado e tenho que admitir que o Dante tem razão: é um show!
Após isso é hora de ver o que se segue em termos de construção. Em cima dos relatórios com referencias de tempo e falas, a gente vai criando um roteiro que descreve resumidamente o que rolou. Ed começa o trampo, mas já batem seis da tarde e ele se manda. O Bruno, produtor responsável pelo acompanhamento da gravação da reconstrução da casa, manda uma sugestão de roteiro. É boa. Refaço o início que o Ed fez e vou colando os takes pra contar a história deste primeiro dia. Terminei. Mostro pro Dante. Ele tem mais experiência nisso e faz duas ressalvas: precisa escrever textos em off para amarrar e não precisamos colocar tudo. Claro. Esta mania de não usar off vem do canal pornô onde a gente procurava dar ritmo na edição sem a redundância das narrações. E, de fato, tem uns termos técnicos que podem ser suprimidos dos depoimentos dos empreiteiros, aí sim, substituídos por narração. Amanhã eu afino isso.

Vou dar uma olhada nas imagens do DVD de 21 anos "Nós somos as Velhas Virgens". Acho os discursos em "Siririca Baby" e "As mulheres e Nélson Rodrigues" bem interessantes e quero inclui-los no meu portólio eletrônico "CQCistico". Caraio. Como eu falo bosta nos shows. É o álcool, porra!

Dante ta fazendo hora pra ir embora por causa do transito. Ele quer beber de novo. Não dá. Tenho que ir pra Vila Mariana ensaiar. Fabinho vai lá. Preciso tentar conversar com Cavalo tb. Ganhei uma garrafa de Johnnie Walker Black Label do Ednoam, ex-segurança do Roquenrow bar, cujo currículo eu entreguei no SBT oito anos atrás. Desde então ele ta trampando aqui e quis me agradecer. Brigado, mano. Favor nenhum. Minha mãe me ensinou o seguinte:

- Se puder, ajude. Se não puder, não atrapalhe!

Grazie, mãe. A senhora ilumina cada passo da minha vida.

Bora. Transitinho danado. Choveu pacas em sampa durante a tarde. Só não vi porque não tem janelas na produção.

Ponte da Anhanguera mais ou menos. Marginal paradaça. Sigo pela Lapa de cima. Pertinho da Transamérica, viro á esquerda na Cerro Corá. Ela emenda com a Dr. Arnaldo que deságua na Paulista. Timão deve estar entrando em campo exatamente agora, nove da noite, no Pacaembu, contra o Vitória. Dá pra ouvir o barulho da galera. To pertinho do estádio. Um dia vou curtir mais meu time no campo. Hoje é dia de trampo.

Mais da metade da mais paulista das avenidas vencida de uma só tacada. Cool. Os faróis todos verdinhos. Verde? Boschta!

Domingos de Morais. Cruzo a Vergueiro ao lado da Ana Rosa do metrô. Primeira á direita e já engata na rua da casa do Roy.

Tamo aqui. Dimitri abre a porta e Cavalo ta dentro. Convido-o pra sair e beber uma breja, pra podermos conversar, já que os outros ainda não chegaram. Ele diz que não vai beber porque está de carro e tem que descer a serra pra buscar a família ainda hoje. Ok. Então não bebo tb. Bora comer algo no Mac, que nem jantei.

O trajeto é percorrido meio em silencio. Isso não ta me cheirando bem e não é peido, creiam.
Estamos esperando o farol de pedestres da Vergueiro abrir e o Fiat do Simon passa pela gente, carregando tb Tuca. Eles buzinam.

Mac. Tem uns sandubas mais baratinhos de 4 ou 5 reais. Peço dois, um tal de Californiano e o outro Cheddar sei lá o quê. Coca zero média. John Travolta disse que na França o Mac vende breja. Aqui não é França, remember. Batata frita, não. Ofereço lanche pro Cavalo e ele não quer. Hum. O cheiro do ralo continua.

Sentamos naquele espaço reservado a crianças do Ronald MacDonald. Dou umas dentadas e vou logo ao assunto. Quero saber o que ta pegando, por que ele ta tão estranho comigo. Ele não responde. Olha em volta. Me encara com uma cara que não é a cara do meu amigo de 23 anos. E diz que é melhor deixar pra lá. Insisto e ele diz que são várias pequenas coisas e que agora ele acha melhor a gente ficar como está. Digo a ele que se for com o cd, podemos mudar as músicas, cortar, trocar a idéia do cd conceitual, que nossa amizade vale mais. Ele diz que nossa amizade está mesmo abalada. Caraio! Que porra é esta que eu fiz que abalou uma amizade de mais de vinte anos? Ele diz que são várias coisinhas pequenas que foram se acumulando. Peço que ele me dê um exemplo preu poder me explicar ou me desculpar. Ele diz que não sabe dizer ao certo. Digo que sei que ele sabe exatamente o que ta pegando, mas se não quer falar eu vou respeitar. Diante disso, nada posso fazer. Não posso me defender sem ser atacado. E nem me desculpar sem saber de quê. Resolvemos ligar pro Fabinho pra ver se ele vem mesmo. O que se segue de papo com Fabinho e ensaio não me interessa, ainda que eu finja estar prestando atenção. Esta porra toda me atingiu. Não vou dar uma de vítima, apenas to cansado e surpreso de não ter sequer uma explicação sobre o que ocorreu.

De volta á casa do Roy, a galera ta lá. O Timão ta no computer do Roy graças a uma gambiarra do Simon com o Pay-per-view. Trocamos idéia sobre os dois a um em andamento que, no fim, será o placar final colocando a gente em quarto no campeonato. Uma vitória sobre a porcada domingo e vamos pra terceiro. Mas isso tb não interessa.

Passamos bem as canções e procuro não dar nenhuma opinião sobre arranjos ou qualquer coisa. To ensaiando destruído. Adoraria estar em qualquer outra parte do mundo. Mas não aqui. Acabo dando uma ou outra sugestão. Não me contenho. Após o ensaio, conversamos todos com Fabinho. Como vcs notaram , Juju não veio hoje. Ela tinha aulas de canto pra dar e não pode vir. Amanhã ela vem e aproveita a presença do Tiago da produtora que ta criando um reality com a gente. Não me perguntem nada sobre isso. É um projeto em andamento para Tv a cabo. Fabinho, não sei se desconfortável com minha reação ás suas opiniões ou sem tempo mesmo, diz que topa mixar e masterizar o trampo, mas que não vê necessidade de ser produtor, pois o som está produzido. Fabinho é amigo e pilota este instrumento chamado estúdio muito bem. Timbres, microfones, amps, cordas, efeitos.

Uma das opções é gravar em Jundiaí, num outro estúdio que não aquele do Mickey Rourke. Fabinho diz que a distancia dificultará ainda mais suas idas ao estúdio. Podemos fazer no Duda, onde fiz o Cuelho e as VV fizeram Cubanajarra, aqui pertinho. Facilitaria para todos. Cavalo fica de ver estas coisas todas. Produção executiva sempre foi com ele.

Simbora. Dou carona pro Tuca. Fico quase meia hora na frente da casa dele conversando, tentando entender o que ocorre entre eu e o Cavalo. Ele me diz que conversou com ele e que ta preocupado com o que isso pode acarretar dentro da banda. Tb to. Por outro lado, algo que era not my business parece começar a ser.

Home. Dex ta me esperando. Ela foi a primeira pessoa a me pedir pra conversar com o Cavalo e tentar remediar uma situação que eu não havia percebido estar em andamento e com tanta gravidade. Relato pra ela o que relatei pra vcs. Seguimos sem saber o que se passa.

Vamos pra cama. Chove lá fora.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

- Ô nega...eu to te querendo!

A porra do despertador tocou ás sete. Desliguei e fiquei na cama. Já adiantei o blog de ontem. Vou cochilar irresponsavelmente mais um pouco. Heim? Oito e quinze. Uau! Que soninho bom!

A Idade do Céu
Paulinho Moska - Composição: Jorge Drexler; versao: Moska

Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu...

Não somos o
Que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu...

Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu...

Rodragg tava tocando magistralmente esta canção no violão ontem e ficou na minha mente. Parece que meu cunhado tava intuindo que eu teria uma manhã seguinte de paz. Sabe paz? Sem pensar em emprego ou desemprego, gripe suína ou orgasmo, vida ou morte, Cristian e André Santos saindo, solidão ou show de rock, Muricy na porcada, polemicas do próximo cd, corrupção Sarneyca, atentados talebans, feijoada, paternidade, Libertadores, nada. Calma, tudo está em calma. E neste momento eu to calmo e em paz. To bem feliz. Um bobo alegre e sem motivo. Como, aliás, convém aos bobos alegres.

Depois da "boxchta" calma, um bom banho calmo. Uma bronha tranqüila. Toalhas pacíficas, roupas zen, Internet iluminada. Vejo alguns dvds antigos pro portfólio. Caralho. Olha só o que tenho no meu arquivo pessoal de imagens. O piloto de uma programa de literatura que gravei com Soninha Francine, "Meia Noite e Uns". Abrax, Minduim. Cenas do "Rock Talk Show", onde eu tocava, fazia brincadeiras com a galera e entrevistava pessoas, como Oswaldo Vecchione e Gerson Conrad. Meu teste para apresentador do "Viva a Noite" é hilário. Vídeo clip de Um Trago com Deus, Cuelho de Alice, direção Mario Bortolotto. E a apresentação do Cuelho no Festival da Tv Cultura. Sensacional. Junto a isso trechos de shows das VV e mando pros caras. Vamos ver o que o pessoal do CQC acha. Já fiz testes pra ir pra frente da câmera várias vezes. No lançamento da MTV eu estava lá, mas não fui aprovado. Talvez venha daí a mágoa que tenho e que destilo contra eles nos shows. Um dia passa! Ou não!

E por falar em passa, deixa eu passar pra frente e ir pro SBT, porra. Noise!

Caminho razoavelmente tranqüilo. Calma. Um cara me fecha e a calma diminui. Mando ele tomar no cu. Xi, cadê a calma? Puta transito animal na Anhanguera e a calma desceu pelo ralo. Já to na pilha de novo. Um dia mudo pra Boiçucança, João Pessoa, Firenze e vivo, de fato, em paz.
Cá estou na redação do Domingo Legal. E aí, será que é hoje que o bicho vai pegar? Minha experiência diz que não. Geralmente o terror só chega um pouco na quinta, muito na sexta e no domingo, dia do ao vivo. Mesmo com este horário de meio dia, sem muito tempo para fazer "coisas" pouco antes de entrar no ar. Dante ta escrevendo o roteiro do vt do padre. Jorjão está ás voltas com suas dramaturgias, Ed com as listas de Top alguma coisa. E Nádia com a parte dela. Fico de organizar a ida ao palco da Eliana. Por enquanto nada. E de nada em nada, simbora almoçar uma feijuca, que hoje é quarta e ninguém é de ferro. To tentando comer salada, mas não parece estar surtindo efeito. A porra da balança indica que meu peso aumentou. A culpa é dela. De quem? Da balança!

De volta. Papo com o Magrão e a Camila, produtora responsável pelo quadro da Eliana. Sim, no palco, o biólogo e a galera que faz experiências, Ciência & Show. Sugiro mostrarmos as fotos da Eliana num ensaio para a Revista Joyce Pascowitch. Ela ta bonita e ousada, com cigarro, copo de bebida na mão, meio pin-up, meio vedete. Belas fotos mesmo. Bortolotto tem razão ao comentar isso no seu blog. Vamos ver se rola. Juju do Cavalo me liga e começamos a falar sobre a capa, o visual, o encarte do cd. Ela quer trabalhar um conceito envolvendo cartas do baralho. Cool. Peço a ela que desenhe os figurinos das pessoas, pra não ficar aquela várzea de cada um vestindo o que quer. O texto do "Libreto" que mandei realmente ficou grande e, se cortado, pode perder o sentido. Ela ta trabalhando um outro conceito de encarte que sirva como referencia para as pessoas entenderem a história. Quem sabe o tal "Libreto" não fica como brinde "baixável" por quem compra o cd, pela Internet? Sei lá! O fato é que, por ser um filme conceitual (eu disse filme? To com o The Wall na cabeça, sorry). O fato é que por ser um cd conceitual, a história tem que ser contada meio didaticamente de alguma forma. Pro fundo de palco ela pensa naquelas filigranas que geralmente estão no verso das cartas de baralho, Claro que nossas filigranas teriam algum apelo sexual. É curioso como as pessoas que trabalham com imagens resolvem as coisas com imagens. E eu que trabalho com palavras, procuro soluções verbais.

Pra mim ta tudo certo. Ju tem sempre boas idéias. Falo com Cavalo sobre as observações "estranhas" do Fabinho e ele diz que ele se expressou mal. Hum. Ok. Amanhã á noite ele vai ao ensaio e a gente acerta as pontas. Como já disse, Fabinho é da família, é quase da banda. Já tocou com a gente no lugar do Cavalo e do Caio mais uma vez, no passado. Reitero que precisamos conversar, eu e Cavalo. Ele diz que estará em Sampa todo o fim de semana. Seria melhor antes dos ensaios, mas beleza. Fazemos assim que der. Quando vc chama uma pessoa pra conversar com intuito de resolver um problema, geralmente esta pessoa se sente na posição de "estou certo" e naturalmente quem procura "está errado". Eu não vejo assim. Sempre procuro mais que sou procurado e, mais que certo ou errado, gosto de resolver os problemas antes que eles me atropelem como bola de neve, saca? Nada tem de altruísta ou generoso: tomo a iniciativa pra poupar a mim, principalmente. Eu gosto muito de mim. Exatamente com Roger Rocha Moreira, eu me amo!

Ok. Amanhã no Roy a gente resolve.

O meu telefone não pára de tocar. É gente perguntando quando sua carta será atendida, se Celso vai atender as cartas endereçadas a Gugu e até mesmo alguém com atitude de jornalista ou pau mandado perguntando se o programa terá novidades no domingo, se vai mesmo mudar pro sábado... Gente, estamos em terras abravanélicas e quem sabe é o SS. O resto é especulação.
Dante quer ir beber umas e outras novamente. Gostou, né corno? Mas não naquele posto maldito. Vamos tentar o Km 18, restaurante muito freqüentado pela galera da produção na hora do almoço e que fica um pouco pra frente do posto, sentido Osasco. Dante ta no rodízio e não pode cruzar a ponte da Anhanguera antes das oito.

Km 18 só abre no almoço, acabamos de descobrir. Seguimos em frente paramos no posto seguinte que tem um pulgueiro acoplado a ele. Tem cerveja, nada de importadas, claro. Dante diz que já são quase oito e que se a gente atravessar a ponte tem uns barzinhos legais bem pertinho, fazendo com que a gente rode pouco, não pegue o transito do horário e ainda beba bem. Ok, vai que eu te sigo, mano.

Porra, um barzinho até bem legal, com telas de plasma passando Flamengo e Barueri. Magnata's! Ou será Magnífico? Foda-se! Tem chopp Brahma. E Original. E Serra Malte. Vamos de Serra. Porção de frango á passasinho. Dose de saquê. Tem uma mesa que desconfio ser de flamenguistas á nossa frente. Gol do Barueiri, de pênalti. Bem, a julgar pelo silencio dos três caras em nítida atitude de happy hour, torcedores do time do Barueri é que eles não são. Segue o jogo e o time do Flamengo não engrena. O Cuca não ganha nem jogo de damas da sogra dele. Cuzão, igual ao Tite. Bebe, bebe, come, fala merda. Deu nove da noite e vamos embora que Dex ta me esperando. Antes de sair o Mengão empata e os caras vibram. Quase que rola uma virada sensacional no último minuto, com um chute na trave do Barueri. O Flamengo parece o Corinthians: quando não dá na técnica, vai no bumba-meu-boi.

Dex ta mais animadinha ao telefone. Visitou a mãe de uma amiga nossa que tem seus "poderes" e parece ter tirado um peso das costas. Dex acredita muito nestas coisas de vidência, energia, mau olhado, estas coisas. Eu não vou dizer que eu tb seja perfeito, mamãe me ensinou a só querer mamar no peito, ehe, aha, quando acabar, o maluco sou eu!

Home. Ela fez um frango com curry, mas já to satisfeito com aquele á passarinho que ingeri no estabelecimento onde estive com o Dan.

- Ô nega...eu to te querendo!

Dex me manda tomar banho. Literalmente. Pergunto se banhado tenho chance de tomar sol na praia dela. Ela diz talvez. Puta merda, como deve ser bom ter buceta, né? Vc pode enfrescar o quanto quiser que sempre tem um idiota pronto pra beijar o chão que vc pisa só pra dar uma metida. Ok. Banho.

Ela tb foi pro banho. Enquanto ela ta lá checo os resultados da noite. A bambizada ta tomando de dois do Interchoronal. Neste jogo o melhor placar, pra mim, seria menos 5 a menos 5. Fodam-se os dois. A porcada ta ganhando do Goiás. Merda. O melhor placar de qualquer jogo dos verdes é eles perdendo. Dex saiu do banho. Passou pelada na sala. Ta querendo. Vou á luta. Na sala o jogo comendo. Na cama, a gente se comendo. Uau! Meter é bom né? Passagem de tempo.

Dex ta no cigarro do depois. E eu vendo a porcada tomar uma virada do Goiás. Amei! Já os bambis empatam com os chorões de POA. Hum! Santos ganhou do Atlético Paranaense na estréia do Luxemburgo. Hum! Mas a porcada perdeu e isso é que vale. Derrota em semana de clássico aumenta a temperatura e domingo é nóis e eles. Estaremos desfalcados, pois além de gente gripada, contundida e vendida, ainda tem o Douglas que estaria de saída prum time da Arábia. Mas vamos ganhar destes coiós da Pompéia.

Dex foi deitar. To anotando os takes dos meus vídeos que quero que o Tiago edite pra mim, preu mandar pro CQC. Amanhã, num intervalo no SBT, escrevo a parada. E agora sim, cama. Inté!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Mulher dá trabalho pra caralho, puta que me pariu!

Tô no trono tomando ciência dos detalhes da transação envolvendo André Santos e Cristian, que estão trocando o timão pela Turquia. Desfalques importantes. Dois grandes jogadores. Cristian fez aquele golaço de fora da área no último minuto naquele jogo que deu inicio á vitória no Paulistão, dois a um sobre o São Paulo. Mandou os bambis tomarem no cu. Adoro jogador que assume a rivalidade do torcedor. Cristian nós ainda podemos substituir por Juciley, que ta crescendo. Mas pro lugar do André não temos ninguém. Saci, aquele traste, foi emprestado. Ou dado. Como diria meu pai, "Saci trocado por merda é caro".E Marcelo Oliveira, este sim, foi vendido semana passada. Este jogou pacaralho contra o Interchoronal nos dois a zero da primeira partida pela final da Copa do Brasil.

Estamos a zero de lateral esquerdo. Tem um tal de Bruno Bertucci que ainda é jovem demais e não sei se segura a bronca. Veremos. Falam da volta do Silvinho, que tá (ou tava no Barça). Pro lugar do Cris, Lucas ex- Grêmio. Alô, Mano. Alô, André Sanches. Eu confio em vcs!

Dex entra no banheiro e nem me olha. Faço o mesmo. Até quando vamos prolongar esta palhaçada? Saio do banho de roupão e toalha na cabeça e vou ao seu encontro na cozinha.

- Vamos acabar com esta briga absurda e parar de ir dormir sem dizer boa noite. Eu te amo. Vc tem sua família, sua mãe, seu pai. Eu só tenho vc.

Beijo-a com amor. De verdade. Parece que resolvi. Mulher dá trabalho pra caralho, puta que me pariu!

Internet. Daqui a pouco, onze da manhã, tem reunião de pauta no Domingo Legal. Tenho que chegar na hora. Aliás, fui!

Chego uns vinte minutos antes. Cool. Ed se desculpa com a redação pela falta de domingo. Beleza. O rapaz tem bom coração e muitos problemas. A gente ajuda, véio!

Reunião. Magrão esculhambando idéias idiotas e impaciente com quem fala muito. Porra, há quanto tempo não vivo esta experiência inesquecível de uma reunião de pauta com o Magrão. É de rolar de rir. Magrão fala um palavrão a cada três frases. Xinga a produção. Tira sarro. Mas aplaude quem faz coisas legais. Sou fã dele.

Ele encerra a reunião com uma frase padrão de sua impaciência:

- Bem, se ninguém tem mais idéias boas, vamos terminar que temos muito trabalho pra fazer.

E vai cada um pro seu lado, tratar do almoço. Vou com Dante. Salada maldita.

Depois passo no estúdio dois pra ver se cruzo Miranda. Ele tá na praça de alimentação. Um cara daquele tamanho não pode se esconder facilmente. Pão de Queijo. Encontro Denise que era Assistente de Direção na Casa dos Artistas 4 e que ultimamente tava na Band. Tá se apresentando esta semana pra trampar com a Leonor Correa no Programa da Eliana. E ao lado dela Mr. Carlos Eduardo Miranda, sorridente, dizendo que passou uma semana em Itacaré, Bahia, sem celular nem nada. Não. Não ouviu nada que lhe dei. Nem falou com Tomás. Queria muito saber a opinião dele sobre o som. Ele diz que conhece bem vários discos nossos, mas esta empreitada de "cd conceitual" precisa de atenção. Fica de me ligar assim que ouvir. Mas quando falar com Tomás e sacar que não poderemos trabalhar juntos, por questões financeiras e de datas, certamente vai desencanar de ouvir e me dar sua opinião. Pena.

Volto pra sala e, diante do silencio de e-mails do Cavalo, ligo pra ele.

Ele tá em Santos, já! Não tá sabendo de nada sobre o Fabinho e suas sugestões pras músicas. Nem sequer leu o Libreto que escrevi. Cavalo, quando 'garra' a brincar com Pedroca, esquece do mundo. Reitero que precisamos conversar, eu e ele. E ele precisa entrar neste lance do Fabinho. Beleza.

Tô meio que de plantão á espera da chegada das imagens do "Construindo um Sonho", que devo atacar com Ed. Este é um reality onde a produção do programa demoli um estabelecimento e/ou residência e constrói outra coisa no lugar. E de resto, tamos aqui.

Magrão quer dar um troféu para o time de anões que estará no programa com a Helen Ganzarolli. Escrevi os dizeres a serem gravados na base do troféu e me cansei muito. Acho que só volto semana que vem. Eh, eh, eh. Tamos aqui.

Na verdade, não fiz porra nenhuma. A não ser uma bronhazinha mínima, num momento de devaneio.

Amanhã promete ser um dia mais proveitoso. Neste momento acabo de convencer meu amigo Dante a ir tomar uma breja no posto. Eu já falei dele pra vcs, amigo de faculdade. Amigo de grupo do barulho, nossa trupe de trabalhos na FAAP. Eu, Dan, Marcão, André e ás vezes Mello. Mas basicamente os quatro. Mais bebedeiras que trabalho, na verdade. Fui até presidente do D.A.
Dante tem dois filhos e eles, juntamente com a esposa Kátia, estão em férias em João Pessoa, onde compram um apê. Ele tem ficado só em casa, sem brejas, baladas ou seja o que for. Não combina nada com o cara com quem estudei que tocava o puteiro. Regenerou-se? Ok. Ninguém está querendo levá-lo pro Love Story. É só uma breja no posto. Aviso Dex e tamo aqui. Esta merda deste posto do trevo do Km 18 da Anhanguera só tem breja quente e nada de importadas. Nem mesmo alguma de micro-cervejaria. Daria meu reino por uma Colorado, porra.

Na falta, vamos de Brahma Extra. Depois uma Stella Artrois. Na seqüência uma Heineken, mais uma Brahma Extra. E pra fechar uma Itaipava. Dante tomou três latinhas de Bohemia (argh!). Dante ficou muito tempo desempregado e se desiludiu com TV. Mais que isso: quase se desiludiu com a vida. Há cerca de 4 meses eu o indiquei pra escrever o Domingo Legal e isso parece ter reacendido a chama do prazer de trabalhar nele. Agora estamos bebendo e relembrando momentos da facul e ele cai na risada. Porra, não percamos a esperança, parceiro! Batatas ruffles, amendoins e uns trecos com sabor de camarão ajudam a tirar o gosto deste papo improvisado nesta conveniência mal servida. Há pelo menos uns oito anos eu não bebia com Dante. Chega? Ok. Cada um pra sua casa! Vai com Deus, véio. Até amanhã!

Marginal vazia? Hum. Tá morosa em vários pontos, mano. Dex me liga pedindo que leve cigarro. Aparentemente Rodragg, Bio e Bafo, além da sogra e do sogro, estão por lá. Pude ouvir a gritaria do pequeno. Paro no farol perto da 20ª delegacia e aproveito pra encher o tanque do carro, esvaziar o meu e comprar o cigarro da Dex. Na saída do WC ouço um negrão discorrendo orgulhosamente sobre cervejas.

– É só beber que a gente sente que a Original é uma cerveja mais forte que as outras. A Antarctica é menos encorpada e a Brahma é mais amarga. A Itaipava não chega nem aos pés.

E dois "baba ovos" ouvindo as explicações do mestre em cerveja popular pilsen brasileira, que equivale dizer que no universo dos vinhos ele bebe vinagre. Orinal ta com gosto de perfume, seu jumento. Quase interrompi e perguntei se ele já provou uma Steembruge, uma La Trappe, uma London Pride. Se ele sabe o que é uma Red Ale, uma cerveja Trapista. Se pelo menos já provou uma Backer Medieval, uma Colorado Vintage. Baden Baden? Eisenbahn? Quilmes! Vai á merda, cervejeiro de vila vintém.

- Alô, mano...em matéria de cerveja vc não sabe porra nenhuma!

Home. Bafo ta tocando o terror. Criança não tem parada, né. Rodragg ta igual uma véia vendo tv.

- Desce aqui e vamos tomar uma ou doze!

Começamos a dar cabo das brejas que Carlota me deu de aniversário junto com o DVD com o documentário "Fiel". Baden Baden Bock. Hum. Petra. Hum. Eisebahn. Rodragg comprou um isqueiro que mais parece um maçarico. Dá pra acender um back no meio do furacão. Papo vai, papo vem, levo Bafo até o carro, acompanhando Rodragg e Bio.

De volta ao lar, dou uma juntada nos copos usados pela breja noturna improvisada, organizo a mesa de lanche e mando restos pro lixo. Dex ta vendo TV. Agora vou procurar alguns vídeos e dvds para fazer uma espécie de vídeo release e mandar pro CQC, que ta procurando um oitavo passageiro. Não falei pra vcs? Vou me inscrever para ser o integrante de número oito do programa. Por que? Sei lá! Falta um bêbado naquela porra.

To meio atrapalhado. Achei algumas coisas. Amanhã vejo o que faço. Agora é cama.