segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Fazer o quê: merdas cagadas não voltam ao cu!

Acordo ainda dolorido pelas 9h para tomar remédio. Como umas esfihas que tão na geladeira antes pra não fuder meu estômago. Volto pra cama e to ansioso. Num dá pra tentar dormir mais. Venho pra Internet antes mesmo de ler o jornal.

Atualizo o domingo e vou ler as bagaças. Em alguns sites diz que hoje é o dia do radialista, mas em outros diz que o dia mesmo é em novembro, aniversário do gênio e tb radialista Ary Barroso. Hoje é dia da Árvore e os cachorros e macacos agradecem. Amanhã é dia de andar sem carro. Terei que aderir, meu carro ta no SBT e vou ter que ir de busão.

Dex levanta e já corre meio dia. Ela desce pra armar algo pra gente comer com as sobras do domingo. Ótimo.

Ta tudo em dia, exceto minhas costas que seguem doendo com competência.

Almoço consumido, tenho dois compromissos e devido ás estas mesmas dores nas costas, contarei com Dex como motorista. Um, preciso pegar minhas malas na Gabaju, desfaze-las, pendurar, lavar, estas coisas. Dois, preciso passar na loja de fantasias e fazer uma primeira prova da roupa de Genelvis.

A chuva não ajuda nada nosso atracamento em frente da Gabaju. Cumprimento a todos, André me ajuda a descer a mala de figurino que é a mais pesada, notando minha tortura cervical. To parecendo uma lingüiça da sadia. Ok. Malas no porta-elas, vamos ver a fantasia.

A Maria, dona da loja, me recebe gentilmente e me apresenta a costureira. Elas fizeram uma espécie de "boneco" preu provar. O macacão Genelvico ta grudado com alfinetes, mas já tem formas, naipes, gola, clima. A costureira checa as medidas me perguntando se ta agradável, confortável. Ta. Ótimo. Obrigado. Ficamos com um compromisso de aprontar esta primeira, branca e prateada, para início de outubro, quando começam shows da nova turnê, mais ou menos.

Bora. Casa.

Dificuldade para descer as malas. Dex me ajuda. O vai e vem da lavanderia está mais doloroso por causa da avaria cervical. Subo as malas vazias. Me preparo para deitar e tentar, aí sim, repousar as costas e me concentrar na semi-final do CQC. Sinceramente, me sinto como se tivesse virado o fio. Não, não to desdenhando: quero esta vitória como nada neste mundo. Mas o esforço que fiz no fim de semana foi tão hercúleo que parece que nada do que acontecer hoje poderá superar a satisfação de ter conseguido gravar tanto e tão bem no sábado. Na boa, fiz a minha melhor matéria. Se perder, perderei pra alguém que fez ainda mais que eu. Mas tenho orgulho da minha, especialmente pelo auxílio do Danilo Gentilli, do produtor Salinas e do Pedro, câmera. Bode.

To aqui tentando dormir e Dex vem bolinar o velhote doente. Esfrega daqui, cutuca de lá e lá vamos nós. Uhu! Fazia tempo que eu não ficava por baixo! Agora é que eu durmo gostoso mesmo. Ela aproveita e vai pro banho. Bode forte.

Acordo pelas 18h. Como a Gi me orientou, posso levar cinco convidados. Na verdade vão seis: Paulona, Lisandra, Carlota, Rodragg, Paolo e minha Dex. Ta todo mundo esperto com o horário, pois chove em sampa. To pronto, após o banho e a aparada na barba. A camiseta do CQC, que eu não lavo desde a primeira usada, me espera pendurada na escada. Seguirá sujinha até o fim, seja o fim da minha participação ou seja minha vitória no fim, exatamente como faço com a camisa do Timão quando embala numa disputa de campeonato.

To pronto. Rodragg e Paolo chegam e vão pegar a prima Carlota. Eu pego Paulona e Lisandra. E simbora, com Dex dirigindo e, claro, reclamando da mordomia que consegui com este problema nas costas.

Ao contrário das outras vezes, não to ansioso. Pela primeira vez to indo confiante. Não é clima de já ganhou, não! É de dever cumprido.

Já após a ponte da Cidade Jardim começa a rolar no rádio um surpreendente Billy Squier, "Stroke me" e, mesmo dolorido, começo a chacoalhar a cabeça no banco da frente. Uhu! Rock'n'roll Damnation. Na seqüência emenda uma que tem tocado muito no meu I-Pod, "Heartache Tonight", Eagles.

Chego na Band num puta clima pra cima. A fila de pessoas que vão assistir ao programa se espreme sob a pequena cobertura da portaria da Band. Alguns me reconhecem, falam da banda, de breja, me cumprimentam a seu modo. Falo um oi pro segurança da Band que vira e mexe ta nos nossos shows. Olha a Mônica ali, com a família. Hi, people!

A produção pede que entremos e lá vamos, eu e ela, ambos de preto, a caminho do camarim. Antes um beijo de boa sorte da Dex.

Camarim ao lado da maquiagem. A produção aparece. Renata, Gi, uma outra mocinha que não decorei o nome, todas muito gentis. Chega Carol. Chega Rogério Morgado. Tom ta por aqui tb, ficou me esperando pra me dar um abraço antes de zarpar. Conversamos um pouco até que Tom se despede dizendo que torce por todos, mas que eu vou ganhar. Grazie, amigo!

Maquiagem. Eu e Carol primeiro. Ao meu lado está a apresentadora daquele programa de vídeos que antecede o CQC. Acho-a muito bonita e digo isso a ela. Não é xaveco, é só um elogio a uma moça bonita. Ela agradece simpática. Tem uma frase tatuada no pé dela: "sou luz". Uau!

De volta ao camarim. Vai Rogério se maquear. Depois vai Mônica cuidar dos cachinhos. Ta perto da hora. A gente sobe pro auditório. Desejos de boa sorte entre todos. À nossa entrada no estúdio a galera se agita. Muitas pessoas pedem fotos e vou atendendo. É bom sentir que a galera gosta de mim. Gosta de todos, mas sinto um carinho especial por mim. Já disse, o povo gosta de malucos! A gente encarna coisas que eles muitas vezes não tem coragem de ser ou fazer. Fotos, alguns autógrafos. Mais fotos, algumas de dupla com o Rogério.

- Bem que poderia ser a foto da final, heim? - comento na orelha dele. Ele sorri!

Sentados. Vira e mexe um de nós se levanta para tirar uma foto. Vou até Dex e minhas meninas e dou beijos. O carinho do povo me deu mais forças. To feliz. Realmente acho que ninguém aqui sai perdendo. A exposição e o prestígio do programa devem garantir algumas oportunidades a todos, imagino.

O programa ta atrasado. Os apresentadores mal têm tempo de cumprimentar o povo. Começou. Na abertura, apenas trechos da matéria do Rogério e da Carol.

Programa rolando.

Um bloco. Outro. Chegou a hora de Rogério e Carol verem quem segue pra final. Durante a matéria Carol vai se destacando. Pouco. Mas vai. E o inesperado, pra mim, acontece. Carol desclassifica Rogério. Não sei sobre o que foi gravado, mas pelo que foi no ar, apesar de meio apertado, o resultado é justo. Rogério, como é natural, ta decepcionado. Não derrubado. Triste.

No intervalo do programa dou-lhe um abraço reiterando que o acho um puta cara talentoso. Ele diz que sou eu o cara que vai pra final. Podem ser duas mulheres, retruco. Mas pensando bem, ponho fé na matéria que eu fiz. Posso realmente ser o outro finalista. Sabem o que minha intuição diz? Não serei eu!

O programa segue. Entra um vt e eu e Mônica vamos pro pau. Os momentos de coxia que antecedem a entrada são tensos. Penso nos meus pais. Caminho de um lado pro outro como antes dos shows, mas com dificuldade por causa das dores. Antes disso tudo, num outro intervalo, Marcelo Tas nos cumprimentou os dois. Todos, sem exceção, foram sempre muito gentis conosco. Coração entre a boca e o cu! Mônica vai primeiro. Eu atrás. Matéria rolando e a cada segundo a mesma sensação que tive na outra semifinal: pelo que está editado (que é o que vale) a Mônica está ligeiramente melhor. Hora do "vamo vê". Marcelo diz que o clima está tenso e eu completo dizendo que estamos com o "cu na mão". A galera ri. Rafinha Bastos solta mais uma piada com cu, alegando que eu abri o cu, digo, o espaço.

Lembro da correria e das dificuldades do fim de semana. Lembro que prometi um urro gutural, o maior da história da TV, em caso de vitória. Vai ficar pra outra vez! Dá Mônica.

Saio do palco triste, sem saber o que fazer. Cumprimento a todos, especialmente Mônica. Boa sorte pra ela. Abraço Gi que ta visivelmente emocionada. Ela chora e diz que ficou tocada com a situação em que quase perdi por WO. Eu a abraço e me emociono tb. O pessoal da técnica, produção, Marcelinho do canal pornô, todos me cumprimentam. O abraço mais importante é da Dex que vem me amparar na lateral do estúdio. Vou até o auditório abraçar Carlota, Lisandra e Paulona. A galera me aplaude atestando um carinho popular muito importante nesta hora. Aplaudo de volta e me resta sair dali.

Fico quieto, um pouco. De lado. Antes do final, desço pra pegar minhas coisas no camarim que ta trancado. Sento-me na cadeira em frente e aguardo que alguém da produção venha abrir. Tudo passa na minha mente. A Jornada do Herói. A prova final. E cadê o prêmio? Penso em estar na redação do domingo legal no dia seguinte e, sem desprezo ou prepotência, não consigo me ver lá novamente. Ai, ai, ai ! Preciso dar tempo ao tempo e não fazer bobagens, apesar de saber que ao final da jornada, o herói não pode mais voltar para o local de onde partiu, simplesmente por que foi modificado pela aventura e já não é mais o mesmo.

Porta aberta, jaqueta, bolsa. Subo a escada ao lado do estúdio que mais parece uma entrada de gramado. Muita gente pedindo fotos, alguns dizendo que foi marmelada. Não vou entrar nessa de mau perdedor. Boa sorte pra meninas. Que portas se abram á minha frente tb.

Saio amuado. Calado. O celular, no vibra call, parece um despertador, indicando dezenas de mensagens de amigos, fãs, torcedores.

Carlota, Rodragg e Paolo se vão em outro carro. Dex dirige o nosso. Vou respondendo como posso os torpedos. Algumas pessoas, indignadas, dizem que a votação entre as finalistas começou no site da Band antes que minha matéria fosse ao ar e estivesse definido quem seria o 2º (ª) finalista. Fazer o quê: merdas cagadas não voltam ao cu!

Deixamos Li, que tenta me consolar. Deixamos Paulona que tenta fazer o mesmo. A caminho de casa eu e Dex aventamos a possibilidade de comer um Mac, mas a loja ta fechada. Lembro Dex que agora já podemos beber a breja canadense que o Zé me deu pra comemorar a vitória que, definitivamente, não vem mais! Pelo menos, não no CQC!

Casa. Dex frita coxinhas. Preciso comer algo pra tomar o remédio das costas. Corto pedaços grandes de bacon e jogo no olho fervente, como fez a secretaria do personagem do Reinaldo Moraes á tarde, quando dei mais uma lida em Pornopopéia. Bacon frito: este será meu premio de consolação.

Coxinhas pra dentro, tb. Na Internet, meu twitter passou de sete mil. Há mais de 1800 e-mails no yahoo. Limpo, respondo e atualizo o que posso. Agradeço via twitter tudo que aprendi e vivi nestes dias CQCisticos. Dex insiste preu deitar.

3 da manhã e o dia da vitória que virou derrota termina. Minhas costas doem. Mas tenho orgulho de tudo que fiz e de onde cheguei. Pra onde vou agora, Deus e o tempo vão dizer!