segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Nesta canção de chifrudo tenho que fazer uma graça meio “caetanesca”, tremendo a boca no fim de algumas frases pra dar aquele ar canastrão.

Segunda feira de folga para feirantes, piazzaiolos e funcionários do Domingo Legal. To cagando e lendo o papo de pré-sal que o Lula quer transformar em plataforma política para a candidatura á presidente da Dilma Roussef. Por outro lado, ontem a senadora Marina Silva fechou sua entrada no PV e deve ser grande adversária de Dilma na corrida pela presidência, ano que vem.

Não gosto de verde, estou desiludido com políticos, mas sou capaz de fazer uma concessão e apoiar a Marina, quem sabe. Queria mesmo é anular o voto. Seria a primeira vez. Me sinto meio covarde pensando nisso. Vamos ver! No Japão a oposição ganhou as eleições. Até os japas estão abrindo o olho com políticos mentirosos.

Em sampa um bingo clandestino é fechado a cada dez dias. Liberem o jogo, porra. Até o governo tem jogo. Liberem esta merda e vamos fundar uma Las Vegas por estado no Brasil, com shows, turismo e tudo mais.

Brasil ganhou do Panamá no basquete e terminou a primeira faze da Copa América invicto. Tem que ganhar, caraio.

Bem, chega de ler. Internets.

Eu e Dex vamos caminhar no horto. Celular desligado. Agora é só natureza.

Caminhada tranqüila, o parque ás capivaras. Almoço no "Il Postino" com virado á paulista e bife á role. E a Original mais gelada que já tomei na vida. Delícia, caralho.

Passamos numa adega perto de casa e eu chuto o pau da barraca nas brejas importadas. Depois dou a lista completa, mas destaque pruma de Abadia Belga (Maredsous), duas espanholas que eu não conheço e as Leffes. Dois litros de Budweiser pra animar minha gravação á noite. E umas inglesas e etc e tal. Dá trabalho pra carregar. Tem um vinho chileno tb. Home. Bode.

Acordo pelas 19h. Enrolo. Banho. Dex ta cuidando de algo pra comer, posso ouvir daqui de cima. To me trocando pra ir gravar. Toca o fone e é minha cunhada agradecendo pela nossa visita no sábado. Ela conversa com a Dex enquanto eu coloco minha camiseta do ACDC, uma delas. Quero inspiração da maior banda de rock do mundo.

Janto legumes cozidos com filé de frango. Ela vai começar a cuidar do meu regime. Ótimo. Tô com o colesterol alterado. Bebo demais. Preciso controlar o rango. Lembro minha mulher de assistir ao CQC pra me contar, pois não poderei ver por causa da gravação.

Bora? Bora. Dex me beija e sigo pra Santana pra pegar o nosso dileto produtor, Paulo Anhaia, na casa dele.

Toco o interfone e o filho dele, que tem a mesma voz do genitor, diz que ele ta na padoca da esquina comendo. Esta porra desta padaria de crente não vende cerveja e não tenho nada a fazer lá. Fico no carro esperando que o Paulão saia deste antro de saúde. Blergh!

Ok. Tamos a caminho. Tem um amigo dele nos seguindo. Vai acompanhar a gravação. O cara faz um som que é uma paródia de músicas sertanejas com "aproach" de metal. Comitiva do Rock. Ok.

Cavalo ficou de vir encontrar a gente aqui, mas não chegou. Acho que vai direto. Estamos indo em direção da Vila Maria, pois o estúdio fica na casa do pai do Paulão que é na Avenida Conceição. Estivemos muito nesta área quando gravamos o primeiro cd, ido 1994, pois o nosso produtor ainda morava com os pais. Mas o caminho é meio complicado e é bom ter alguém que conheça mesmo a rota ao meu lado.

Carro encostado, Cavalo chega e vamonóis pra dentro do estúdio que, tecnicamente, fica na garagem da casa. O pai do Paulão, que eu não vejo faz tempo pra caralho, vem nos receber. Ele trampa com som e shows faz uma cara e é um sujeito conhecido no meio. A garagem é abarrotada de cases, caixas, amps, falantes e toda sorte de badulaques ligados a som ao vivo.
Além do Paulo, tb seu irmão, Carlinhos, é músico, guitarrista. A família come, bebe e dorme música. E seu Carlos é um grande fazedor de cases para instrumentos. Comento com ele que meu primeiro case está detonado e pergunto se ele poderia tentar recuperá-lo. Ele pede preu trazer prele ver. Trago amanhã.

A sala de gravação até que é bem ampla e legal. Amps, batera, um belo espaço pra ensaio. O pé direito não é dos mais altos, mas to curtindo.

Paulão instala seu lap top, seus mics e vamos começar. Minha expectativa é gravar voz em dez das treze canções do cd. Isso por que uma delas é solo da Ju e duas são duetos, um comigo e outro com Roy. Se matar dez hoje, amanhã fica só o dueto com a Juju.

Trouxe duas brejas britânicas pra me inspirar. São duas Ales, uma Old Speckeld Hen, inglesa, e outra Wexford, Irlandesa. A inspiração vem do fato de ser na Inglaterra que se inventou o rock de bandas. Os americanos criaram o rock'n'roll mas as bandas de rock surgiram na Inglaterra e não vou nem ficar citando nomes.

Paulão pergunta se tenho preferências em relação á ordem de canções a gravar e digo que só prefiro deixar as mais rápidas e agressivas pro fim, leia-se "Esta mulher só quer viver na balada" e "Onde é que esse veio vai". De resto vamos na ordem do cd.

Antes e começar, Cavalo me mostra o "boneco" do encarte, com letras e ilustrações. Vejo tb os "croquis" dos nossos figurinos, inclusive minhas roupa de "Genelvis". Tudo muito bom. Parabéns pra Ju. Ta tudo muitíssimo do caralho! Bora gravar.

São cerca de 22h e começo com o "Gênio da garrafa". Poucas correções e vamos pra "Boca, Buceta e a Bunda". Tranqüila. Na seqüência é "Bunda Boa". Foi. Passa pouco das 23h. Em "Ninguém Beija como as Lésbicas" tenho um pouco mais de trabalho. Uma parte da letra é recitada e Paulão pede mais cinismo. Desce mais breja que o cinismo vem. Veio.

Cavalo ta registrando tudo com a câmera do Paulão. Os caras (Cavalo e Paulão) cortaram um trechinho da letra original depois do refrão na versão final. Erro no início, mas depois sai. "Essa Mulher..." eu pulo e deixo pro fim.

"Bortolotto Blues" é uma delícia de cantar, mas como é suavezinha, preciso desligar meu overdrive de peito. Por isso refaço algumas vezes, até a rouquidão excessiva diminuir. Lembro Paulão que na pausa precisamos da voz da Juju dizendo : "cretino". Cavalo vai querer limar isso, tenho certeza. Preciso estar atento. "A última partida de bilhar" é uma balada cantada com o coração lavado e enxaguado na tristeza. Olha só, a mãe do Paulão ta me cumprimentando pelo vidro do estúdio. Oi. Ela tava vendo o CQC.

A gente segue. Em "FDP" eu solto a voz com overdrive e tudo. Uhu! Acabou a breja e saio com o Cavalo pra comprar na conveniência do posto da frente. Mais meia dúzia de Brahmas sem gelo, batatinhas e que tais pro Paulão. Um gatorade ou coisa parecida tb. Paulão não bebe!

Na volta encontro Carlinhos, irmão do nosso producer e bom amigo. Tocou guitarra no nosso primeiro cd tb. Ta com a namorada que, fico sabendo, é a responsável pelos pianos no nosso cd. Ta demais. Ela agradece e eu rebato: "nós é que agradecemos, caralho".

Agora é o hino dos cornos "Eu bebo pra esquecer". Meia noite. Dou uma checada no meu celular e está repleto de torpedos comentando sobre o CQC. Muitos cumprimentos, bons amigos. Ligo pra Dex e pergunto o que ela achou. Primeiro porque desta vez ela não foi acompanhar a gravação na Band, duas semanas atrás. Segundo porque eles editam a coisa e nem tudo vai pro ar. Ela me diz que foi uma pergunta sobre a Praça da Paz Celestial, minha luta por um sutiã e minha entrada triunfal tocando gaita. Os meus concorrentes manjam de Stand up? Eu manjo de música. Cada um joga com o que tem. Sensacional.

Volto pra gravação. Nesta canção de chifrudo tenho que fazer uma graça meio "caetanesca", tremendo a boca no fim de algumas frases pra dar aquele ar canastrão. Foi. Paramos? Não.
Vamos de "O Amor é outra coisa" Esta tem uma divisão difícil pra voz, em cinco compassos e a letra tb é declamada e gigante. Tenho um pouco de trabalho. Paulão atrasa e adianta frases pra casar com a batida. Foi? Ta quase. Foi.

A gaita que ta nessa versão ainda é a guia. Amanhã coloco a definitiva. Tb amanhã Roy e Juju gravam seus vocais. E eu faço meu dueto com ela. Por hora, vamos fazer minha décima canção, passando pouco da uma e meia: "Essa Mulher só quer viver na balada". É muito rápida e preciso ir parando no meio dos refrões e dos versos. Acabou.

Pronto. Fiz as dez músicas em cerca de 4 horas. Ta bom. Meu recorde é 14 em 5 horas. Ajeitamos tudo e zarpamos. Amanhã eu vou direto do SBT e Cavalo pega Paulão, Juju e Roy. Trarei meu case antigo, trarei minhas gaitas em Ré e Mi.

Opa, uma parada estratégica no Mac ás duas e meia. Rango descendo e uns pagodeiros desafinados tocando lá fora. Boa noite. Home

Em casa dou uma checada nos e-mails antes de dormir. Meu Twitter passou dos dois mil followers. E tenho quase 200 e-mails pra ver amanhã. Três e meia da matina e vou dormir. Às sete estarei de pé. Amanhã é aniversário do Timão e vou a caráter pro trampo. Dia produtivo. Byé!