Acordo pelas oito e não dá. Fico na cama. Às nove levanto pra ler o jornal e cagar. Não apreendo nada. Só sei que o Corinthians empatou em 1 a 1 com o Fluminense no Rio, ontem, jogando mal pra burro. E volto pra cama. Mais uns vinte minutos de cama.
Banho. Separo o terno que tenho que levar pro pessoal da minisérie hoje á noite. Retiro do portamalas as duas roupas de Gênio que peguei na costureira ontem: uma preta com detalhes vermelhos e outra azul com detalhes dourados. Ui! E tb a mala que mandei consertar no SBT e que peguei naquela hora em que comi a esfiha que me deu caganeira. Levo tudo pra dentro. Retiro as roupas de show que estavam estendidas na lavanderia e levo pro quarto junto com as novas de Gênio. Deixo a porta aberta pra dona Rosa entrar e fazer seu trampo. Hoje é dia de faxina.
Atualizações. Orkut não dá tempo. Só mais tarde. Dex levanta e vem brigar comigo por que leu em meu blog que estive num bar que Bortolotto frequenta que tb é freqüentado por putas. O Bas das Amistosas. Ela pergunta se puteiro é lugar de homem casado. Eu digo que é um bar que tem putas e não um puteiro e que fui lá tomar um drink com um amigo, mas que ela tem razão e não vou mais lá. Pronto. A tromba continua. Porra, isso aconteceu em maio, mas ela resolveu ler meu blog e tomou conhecimento apenas agora. Foda. Antes minha mãe não tivesse me tido. Ou metido!
To atrasado e estressado. E cansado. Bem mais de meio dia e vou pro SBT. Uma da tarde, na verdade. Puta que pariu. Puta que me pariu!
Chego em terras abravanélicas pelas duas da tarde. Vou direto comer feijoada chinesa: quinta feira é dia de yakissoba. Loto o prato. Coloco um pedação de pernil. Hoje vou no quilo e não preciso esconder nada sob a salada. Mais de quinze reais. Procuro uma mesa pra comer sozinho e em paz e encontro Dante já fazendo isso. Conversamos um pouco e ele me atualiza em relação á entrega da obra do Valter Leite e ao início da do Flavio Tito. Como mais rápido que ele e o deixo terminando de fazer seus castelos no prato. Eu não disse pra vcs? O Dante fica fazendo construções no prato enquanto come. Junta comida de um lado, coloca um bife como um dique, faz uma ponte, depois abre caminho entre as batatas construindo uma cidade, uma ilha, sei lá. É demente, caralho!
De volta à minha mesa onde só havia passado pra deixar a bolsa masculina.
O Dorival Caymmi demora anos pra inicializar. Puta computador de merda! Pedi um novo pro Dirlan e ele disse que este ano, não!
Tenho o roteiro do "Vc não vale nada" pra terminar. A Larissa, estagiária pré-adolescente, loggou tudo direitinho e agora é só encaixar os depoimentos com as cenas. Mas dá trabalho. E com isso e vários goles d'água, a tarde passa. Porra, tem um cara que sempre esqueço o nome que trabalha na técnica e sempre passa vendendo guloseimas. To precisando de chocolate. Compro um cone com trufa tradicional e casquinha de sorvete. Dois reais. Hum! To com a chocolatria descontrolada.
- Me dá mais um, caraio e pega um real. Fico devendo um!
Devoro mais um cone de chocolate. Depois quer emagrecer, né velho filho da puta? Aninha entra na sala distribuindo sorvetes, provavelmente sobras da construção do açougue de Guarulhos. Mais chocolate pra baixo. To empanturrado de chocolate. Enchi o cu de chocolate. Velho faminto e maldito, sou eu!
Termino o roteiro mais de seis da tarde. A coitada da Nadya ta roteirizando sozinha a obra do WW. Já deve estar no sexto dia. Preciso ajudá-la. Mas é muito chato, caralho! Hoje escapei. Mas amanhã não vai ter jeito!
Atualizo os orkuts. Aproveito e agendo todos os pagamentos do mês na minha conta. Separo uns documentos pra mandar pra contabilidade. Que mais? Dex me liga e diz que vai me dar a honra de ir ao aniversário da Silvana Kieling comigo. Eba! Antes disso, tenho que ir até a Rua Crasso, 194, na Lapa, para mostrar meu terno pro pessoal do figurino da série em que farei uma ponta, "O estagiário". Isso foi contato do Ângelo Ravazzi. Nem sei se é ele quem vai dirigir. Marquei com a Dex no estacionamento do Extra Anhanguera. O plano é este: vou até a Lapa, faço o que tiver de fazer, volto e cruzo a Dex no estacionamento do mercado. Lá deixamos seu carro e vamos pro bar no Morumbi onde Silvana comemorará primaveras. Na volta, se tivermos animo e sobriedade suficiente, pegamos o carro da Dex. Senão, deixa lá e pegamos amanhã!
A porra do time dos porcos, cujo estádio fica perto do endereço onde vou na Lapa, quase Pompéia, ta jogando naquele chiqueiro de merda com o Avai. Claro que to torcendo prum cataclisma que ponha abaixo este monumento ao asco suíno. Eu odeio este time verde! Chega a me dar ânsia! O problema é que esta proximidade física piora e muito o transito já desgraçado desta cidade, nesta quinta feira chuvosa e morosa.
Ok. Com dificuldade chego á produtora e encontro duas moças, uma delas a Manu, figurinista. Experimento meu terno prela ver. Ela me fotografa. Frente. Costas. Rápido. Fui.
Volto pra região da Anhanguera pra encontrar a Dex que já está batendo bunda pelo supermercado. Ela vem ao meu encontro no estacionamento e vamos pro Morumbi por dentro, pela Praça Panamericana. Não vou me arriscar na marginal Pinheiros com este estado pluviométrico. Dex ainda ta meio de tromba, mas ta linda de saia. Me diz que quer detonar a faxineira que não tem a menor polidez pra falar com ela. Olha a cena.
- Dona Andréa, meu cartão não ta passando no ônibus então a senhora vai ter que pagar a passagem. O empregador é que paga!
Dex responde que nos 70 reais de diária já estão embutidas as passagens.
- Não, Dona Andréa, é que meu cartão não ta passando no ônibus e então a senhora vai ter que pagar. O empregador é que paga!
Dex repete que já estava pagando, mas topa rachar a passagem que custaria cerca de nove reais, dando mais cinco pra ela.
- É, dona Andréa, porque o cartão não ta passando no ônibus e então a senhora vai ter que pagar. O empregador é que paga!
Vai dar o cu velha safada. Sua puta, crente de merda. Analfabeta da minha pica! Vai chupar a rola de um urso polar, desgraçada. Burra de merda! Mal educada.Vai empregar seu cu numa linha do metrô, com um trem cheio de vagões entrando cu adentro.
Dex vai ter um atrito com esta mocréia. E se não tiver, eu vou!
Vou cortando caminho e já to na Francisco Morato. A rua do bar é uma travessa do outro lado. To tentando retornar, mas não acho onde. Dou um gato neste farol e já era.
Zeca, dono da Churrascaria Papai Côgo onde almoçamos em Ponta Grossa, sábado, me liga pra bater papo. Gente muito buena. Mas não posso falar agora que to dirigindo e procurando um endereço, porra! Ele quer ingressos do ACDC. Quem não quer?
Olha o bar aí. Bye, Zeca.
Barzinho transado. Bem decorado. BarBolla. Será que é boca livre? I love free mouth. Entramos e cumprimentamos Silvana que ta linda num vestido claro, deixando quase á mostra os peitos siliconados. Sil ta num shape meio de americana: pouca bunda e muito peito. Mas ta sorridente, bela e feliz. Brigado pelo convite, Sil.
Mal a gente senta á mesa e a mocinha pergunta o que vamos beber: caipirinha, pró secco, cervejas, refrigerantes.
- Cerveja. Qual vc tem ?
Ela diz Original, Serra Malte...
- Serra Malte!
Não marcou nada, então a boca é livre mesmo! Na mesa em frente da porta há pães, tábuas de frios, patês. To com fome. Dex tb. Charge!
Tamaqui, bebendo, comendo, conversando, sozinhos na mesa. Sil vem apresentar um de seus filhos, o mais velho suponho, que diz que tava em Piracicaba no dia que a gente tocou no Salve Jorge e disse que quase foi ao show. Deveria ter ido. Foi divertido. Depois chega o outro filho, este eu já havia visto algumas vezes no SBT. Diz Silvana que ele já curtia a banda e ficou mais fã meu por causa do CQC. Grazie! Aliás, muita gente no bar vem falar comigo sobre o assunto. Ê CQC veio de guerra! Me arruma um trampo aeh, ô! Be ajuda aêh, ô! Caraio, fico lembrando do Rogério Morgado imitando o Datena e começo a rir sozinho. A bebida, a festa legal, a gentileza da Sil, a mpb tocada suavemente pelo cara do violão e o batera, tudo induz a uma noite boa e Dex vai desfazendo aquela tromba. Conversa em movimento, chega Vanderley Villa Nova, diretor do Ídolos e meu diretor em vários programas no SBT e na Record, no passado. Ele é casado com a Ivonete que é produtora do Domingo Legal. Não vejo Vanderley faz tempo e começamos a conversar. Como o Ídolos é da Fremantle, uma produtora independente gringa dona do formato, ele me diz que não ta mais na Record. Que sorte escapar daqueles crentes do cu quente! E parece feliz.
Opa, chegou a Tânia, tb da produção do DL, com o namorado. Mudamos pruma mesa maior. Chegam Flavio Tito e Camila, diretor e produtora do DL, respecticamente, e tb um casal na vida real. Mais papo, mais, muito mais Serras. Fabiano Guaraldo e Natalia na área. Fabiano foi com Gugu pra Record e ta sob a direção do Homero por lá, dirigindo algum quadro. Coitado! Natália ta apresentando alguma coisa, Hoje em Dia, maybe!
Parabéns. Bolo. Silvana ta meio breaca. Só a bebida explica o fato de me colocar pra cantar as pérolas das Velhas Virgens na sua festa. Ah, vc quer, aniversariante? Então bora!
Mando, ao violão e acompanhado do cara da batera, Siririca Baby. Uns riem, outros dançam. Termino e vou saindo, mas Silvana quer mais. Mando Blues á Perigo. Foi todo mundo pro outro lado da festa, exceto Dex que tá dançando na minha frente. Agora animei. Mando "Se vc tem dinheiro".
Anuncio que minha canja estava combinada para terminar com a festa. E saio.
Mais uns drinks e vamosimbora? Mais de uma da matina. Despedidas, Fabiano, com quem falei pouco durante a noite, me pergunta do CQC e, mais que isso, me questiona se já liguei pro Alan Rapp, nosso antigo brother de trampo e diretor do Pânico. Digo que não, meio sem saber a razão.
- Então, liga, né?
Caraio. Por que não pensei nisso antes? O cara é mano. Um contato nada fará de mal e pode até fazer muito bem! Boa, Fabiano! Amanhã cuido disso.
E fomos. Dex não quer pegar o carro. Ta meio breaca. A cidade fria e úmida ta silenciosa e libre. Libre ou livre? Livre, caraio.
Em menos de meia hora tamos em nossa deliciosa casa na beira da serra de la Cantareira. Dormir, gente! O dia que começou tenso e terrível termina na paz de uma ou doze Serras! Brigado, Jesus!
É noise!